O cenário climático desse início de dezembro, caracterizado por temperaturas elevadas, forte radiação solar, baixa umidade relativa do ar e escassez de chuva, traz limitações à cultura no RS. As plantas têm se ressentido, apresentando enrolamento das folhas e paralisação do crescimento e desenvolvimento vegetativo.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, os cultivos da Fronteira Oeste estão em estágios mais avançados. As áreas irrigadas encontram-se em fase de florescimento e enchimento de grãos, com ótimo desenvolvimento e potencial produtivo. O período sem chuvas deixa os produtores em alerta para as lavouras sem irrigação.

Em Manoel Viana, com solos mais arenosos, as lavouras já apresentam sinais de falta de umidade, que deverão se traduzir em prejuízos na produtividade. Na Campanha, foram retomados plantios destinados à produção tanto de grãos quanto de silagem, aproveitando o restabelecimento da umidade nos solos após as chuvas de 24 a 30/11. Produtores realizaram o manejo de ervas daninhas com herbicidas nas lavouras com híbridos resistentes a dessecantes. Também foi realizada a adubação nitrogenada em cobertura.

Nas regionais de Pelotas, Soledade e Caxias do Sul, o plantio avança nas áreas onde o solo dispõe de umidade suficiente para permitir a perfeita germinação e emergência das plantas. Noutras áreas em que o solo está mais seco, os plantios estão paralisados, mas serão retomados assim que precipitar bom volume de chuva. A deficiência hídrica é mais crítica durante o pré-florescimento, florescimento e enchimento de grãos, fases durante as quais a evapotranspiração e a exigência hídrica das plantas são altas devido a maior área foliar.

Por conta disso, contabilizam-se perdas; em alguns casos, produtores já solicitam Proagro. Apesar da restrição hídrica atual, as lavouras expressam bom potencial produtivo nas localidades onde ocorreram maiores acumulados de chuva ao longo do ciclo da cultura. Nesses casos, o adequado manejo do solo e da adubação contribui para diminuir os impactos da falta de chuvas. Produtores monitoram as cigarrinhas do milho e controlam quando necessário. Nas regionais de Ijuí, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Frederico Westphalen, Porto Alegre, Santa Maria e Lajeado, os cultivos de sequeiro apresentam perdas irreversíveis ocasionadas pelo déficit hídrico, principalmente durante parte de novembro e se prolongando para dezembro.

As lavouras voltaram a apresentar sintomas de deficiência hídrica – que havia sido amenizada com as chuvas de novembro – acentuando o murchamento de folhas e colmos e a senescência de folhas. Lavouras semeadas no cedo que emitiram as espigas antes do agravamento da falta de chuvas apresentam espigas de tamanho normal, falhas de polinização e dificuldades de desenvolvimento dos grãos, permanecendo por longo período em estádio de grão leitoso.



A partir do avanço no plantio da cultura, evidenciam-se danos nas lavouras que entraram em estádio reprodutivo em meados de novembro, em pleno período de escassez de água no solo e pouca chuva. Além disso, é expressiva a redução do potencial produtivo, chegando em algumas localidades à perda total. Por causa disso, já ocorrem comunicações de perdas (COP) e solicitação de vistorias para encaminhamento do Proagro, com expectativa que aumente o número de COP a partir das consolidações das perdas.

Produtores analisam a situação e demonstram interesse em eliminar as áreas com maiores danos, preparando a área para implantação de outro cultivo se as condições climáticas permitirem. Alguns produtores acionaram sistemas de irrigação recentemente implantados com geradores, pois as ligações à rede elétrica ainda não foram realizadas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

De acordo com o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do milho teve aumento de 0,43%, implicando na elevação do valor da saca para R$ 81,65. O preço do milho disponível em Cruz Alta se manteve estável em R$ 86,00/sc.

Fonte: Emater/RS

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