As condições meteorológicas da primeira semana de dezembro – tempo seco, temperaturas em elevação e associadas a ventos – têm diminuído a umidade dos solos, impossibilitando a continuidade do plantio.
Nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Bagé, Pelotas, Caxias do Sul e Soledade, a umidade do solo em muitas localidades tem auxiliado na implantação e no desenvolvimento da cultura. Na de Bagé, produtores estão concluindo o plantio na Campanha, atividade beneficiada pela manutenção da umidade decorrente do período chuvoso entre 25 e 30/11. Mesmo sem altos volumes, as precipitações melhoraram o estande das lavouras. A manutenção do tempo seco deve interromper a semeadura devido à redução dos níveis de umidade nos solos.
Na Fronteira Oeste, as precipitações ficaram restritas a 25/11 e condicionaram a semeadura, que avançou pouco diante das condições desfavoráveis de umidade nos solos. Em São Gabriel, o plantio atinge 75% da intenção de plantio de 136 mil hectares; em São Borja, 80% da área prevista de 76 mil hectares; e em Maçambará, foram implantados 90% dos 45 mil hectares a serem implantados com a cultura. Produtores intensificam o manejo da capina química e o controle preventivo da ferrugem asiática nas lavouras implantadas na segunda quinzena de outubro. Há relatos de infestação de tripes, exigindo controle.
Na de Pelotas, o plantio avançou e chega a 86% do total previsto de 467 mil hectares, favorecido pela umidade, apesar das chuvas entre 26/11 e 01/12 terem sido localizadas e de baixo volume acumulado. A constante nebulosidade também contribuiu para o avanço do plantio, pois reduziu as taxas diárias de evapotranspiração. Nas localidades onde não havia umidade suficiente, a soja germinou mas emergiu com muitas falhas, comprometendo a qualidade e a uniformidade do estande de plantas.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a semeadura ainda não foi concluída, especialmente nos Campos de Cima da Serra, onde a colheita do trigo ainda está em fase de finalização. Em geral, as lavouras estão bem estabelecidas e com bom estande de plantas. Nas localidades nas quais desde a segunda quinzena de outubro as chuvas vêm sendo escassas e/ou de baixo volume, as plantas estão se desenvolvendo de forma lenta, sem prejuízos significativos.
Nos municípios no entorno de Vacaria, onde são cultivadas as maiores áreas da região, as chuvas são regulares, e as lavouras se desenvolvem de forma satisfatória. Na de Soledade, até meados de novembro, ocorreram maiores acumulados de chuva em parte do Alto Serra do Botucaraí e no baixo Vale do Rio Pardo, cujas lavouras têm satisfatória germinação/emergência e estande de plantas; já no Centro-Serra e nas localidades onde choveu menos, as lavouras apresentam falhas. Da área de 467 mil hectares prevista para a cultura, foi semeada na segunda quinzena de novembro cerca de 35% das lavouras, nas quais a germinação/emergência e o desenvolvimento vegetativo inicial encontram dificuldades.
Muitas dessas áreas possivelmente terão que ser replantadas.
Nas de Santa Rosa, Ijuí, Frederico Westphalen, Santa Maria, Erechim, Passo Fundo, Lajeado e Porto Alegre, as condições climáticas da semana favoreceram a perda de água do solo, fazendo que alguns produtores interrompessem as atividades de semeadura. Na de Santa Rosa, da área semeada evoluiu para 87% dos mais de 700 mil hectares da intenção de plantio, principalmente nas Missões, onde as áreas são maiores e as várzeas fornecem/retêm umidade. Na Fronteira Noroeste, a semeadura não avançou. Nas áreas de implantação precoce, observa-se boa evolução das plantas, apesar de temperaturas elevadas e redução da umidade. Observa-se o fechamento de linhas nas áreas implantadas em outubro.
Nas cultivadas na segunda quinzena de novembro, é bom o estande de plantas e há poucas
falhas na emergência. Produtores aguardarão o retorno da umidade para finalizar a semeadura, visando o escalonamento das atividades, principalmente a colheita. Em torno de 5% da área deverá ser de soja safrinha, com semeadura em final de janeiro sobre a resteva do milho safra. Para a conclusão do plantio até 10 de dezembro, data limite do zoneamento climático para a cultura, resta implantar em torno de 8%. O baixo volume de chuvas e a baixa umidade do ar trazem dificuldades para o controle de plantas daninhas em pós-emergência e também para as aplicações de fungicidas e inseticidas.
Na regional de Ijuí, a semeadura foi possível somente nas localidades onde as precipitações atingiram volumes próximos a 30 milímetros. Com as boas condições de umidade no solo, as lavouras semeadas antes das chuvas de 25/11 retomaram a germinação, mas parte das sementes ficou comprometida pela interrupção dos processos fisiológicos de germinação e acabaram morrendo. As já emergidas seguem com desuniformidade no estande de plantas e desenvolvimento lento. A baixa umidade no solo aliada a altas temperaturas tem causado morte de plântulas recém-emergidas e pode comprometer tanto a sobrevivência das sementes quanto de outras plantas em estádios iniciais de desenvolvimento.
Na de Frederico Westphalen, a falta de umidade já está afetando o desenvolvimento da cultura e atrasando a finalização do plantio. Há áreas que deverão ser replantadas. Estimase que a semeadura já atinja 95% do total de 425 mil hectares. As áreas cultivadas estão em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. Produtores realizam manejo de plantas invasoras e não há relato de presença de pragas. Na de Santa Maria, o plantio foi paralisado, mas já alcança 85% de mais de um milhão de hectares da intenção de cultivo. As lavouras se encontram em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo.
Nas de Erechim, Passo Fundo e Porto Alegre, o plantio da soja avança com atraso em relação à safra passada devido à falta de chuvas em outubro e novembro. O crescimento desuniforme das plantas preocupa produtores.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O levantamento semanal de preço da soja realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado chegou ao valor de R$ 160,70/sc., decorrente do aumento de 0,54% em relação ao da semana passada. Em Cruz Alta, o produto disponível se manteve em R$ 168,00.
Fonte: Emater-RS
