Dos quase 1,8 mil hectares cultivados pelos irmãos Edvaldo e Edgar Bavelloni em municípios do norte e noroeste do Paraná, só 360 são próprios. Tradicionais arrendatários, eles veem nesse formato de parceria um caminho para crescer e não costumam desperdiçar oportunidades. Em contínua expansão, nesta safra 2019/20 os dois conseguiram dobrar as áreas que cultivam após arrendar 907 hectares em Diamante do Norte, a 180 quilômetros de Maringá, cidade onde residem. Foi nessa região de solos arenosos do extremo noroeste que Edvaldo recebeu a equipe do Rally Cocamar de Produtividade.

Novidade – “A soja ainda é uma novidade aqui”, começou dizendo o produtor, salientando o predomínio da pecuária tradicional. As terras que arrendou são de uma fazenda cujos proprietários decidiram buscar parceiros especializados na produção de grãos para fazer a reforma de pastos.

Aprendizado – Mesmo com a experiência de tantos anos trabalhando diferentes tipos de solos – dos mais férteis aos de baixo teor de argila -, os Bavelloni não imaginavam que teriam um novo aprendizado. Neste primeiro ano de arrendamento em Diamante do Norte, decidiram fazer subsolagem em uma parte das terras e incorporar calcário para correção. A lavoura se desenvolveu bem, mas por causa da movimentação na superfície, a média de produtividade ficou abaixo do esperado, 31 sacas por hectare; no restante, onde a antiga pastagem de grama estrela-roxa apenas foi dessecada e recebeu calcário, a média chegou a 49,5 sacas.

Dentro do previsto – Nada, no entanto, que não estivesse no planejamento de seis anos. “A gente não conseguiu empatar no primeiro ano”, comentou Edvaldo, estimando os custos diretos ao redor de 50 sacas/hectare. Além de corrigir o solo, o desembolso incluiu aplicações de fosfato, adubos orgânico e químico e cobertura de cloreto de potássio. As quantidades foram indicadas em análise, com acompanhamento técnico, durante toda a safra, do engenheiro agrônomo Wendel Justino Rodrigues, da Cocamar/Maringá. Eles também tiveram que instalar uma nova base de maquinários e, para não correr riscos desnecessários, só trabalham com todas as suas atividades devidamente seguradas.

Área cultivada– Os Bavelloni semearam entre 15 de outubro a 10 de novembro, época que consideram a mais adequada para a região, mas enfrentaram falta de chuvas em dezembro, o que prejudicou as primeiras lavouras. “As noites são mais frescas mas, se faltar chuva, as plantas sentem.” Eles perceberam também que, diferente do que pensavam, os solos das beiradas de rios geralmente são mais fracos que as de cabeceira.

Potencial – De toda forma, os solos (com teores de argila que variam de 10 a 29%) têm potencial, segundo Edvaldo, para responder ao investimento, podendo chegar a uma média de 61 a 66 sacas por hectare.

Milho no inverno – Para os três primeiros anos o custo do arrendamento foi fixado em 13,2 sacas por hectare, quantidade que sobe para 14,4 sacas/hectare nos três anos seguintes. No inverno, período em que são dispensados de pagamento, os irmãos pretendem cultivar milho em consórcio com o capim braquiária, já sabendo que os riscos de uma geada forte são mínimos por ali.

Confiança – Para muitos produtores, apostar no arrendamento em uma região nova é como dar um tiro no escuro, mas os Bavelloni estão confiantes. “Tudo o que conquistamos na vida se deve, principalmente, ao arrendamento de terras”, ressaltou Edvaldo, explicando que eles estão buscando áreas em outras regiões justamente “para fugir da loucura” que se observa ao redor de Maringá, onde, por causa da concorrência, os proprietários estão exigindo 20,6 sacas/hectare em média para arrendar.

Desafio – Segundo Edvaldo, o extremo noroeste ainda é um desafio, como todo lugar novo, mas a região se situa relativamente perto de Maringá e exige menos investimentos para produzir, do que os solos dos cerrados. Sem falar que há estradas em boas condições e estruturas de apoio aos produtores mantidas pela Cocamar. “Nosso objetivo é crescer por aqui”, disse o produtor, prevendo uma grande mudança na paisagem regional: “Em alguns anos, isso aqui vai ter muita soja.” Mas alerta: o areião não é lugar para aventureiros.

Sobre o Rally – Em seu quinto ano, o Rally Cocamar de Produtividade conta com o patrocínio dos seguintes parceiros: Basf, Spraytec, Sicredi União PR/SP e Zacarias/Chevrolet (principais), Sancor Seguros, Texaco Lubrificantes, Cocamar TRR, Altofós Suplementos Minerais Cocamar e Elanco. Apoiam a iniciativa: Cesb, Aprosoja-PR e Unicampo.

Fonte: Portal do Sistema Ocepar

Autor: Imprensa Cocamar

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