Mais uma semana marcada por tempo seco, alta taxa de radiação solar, baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, que agravam a situação de redução dos rendimentos nas lavouras de soja em todo Rio Grande do Sul. As áreas se encontram nas seguintes fases: 1% em germinação/desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 32% em enchimento de grãos, 45% maduro e 18% das lavouras foram colhidas.

Produtores de todas as regiões do Estado solicitam perícias de Proagro e seguros. Há redução de produtividade em todas as regiões, no entanto variável. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a semana foi marcada pela continuidade da estiagem; nos horários mais quentes do dia, aumentou o número de plantas murchas. As áreas em fase final de enchimento de grãos e em maturação vêm apresentando retenção de folhas secas, hastes verdes, queda de vagens – principalmente as situadas no topo da planta, vagens sem grãos e falhadas, inclusive com morte de plantas.

À medida que a estiagem avança, os grãos diminuem de tamanho, de peso, apresentam rugosidade e com esverdeamento do tegumento, causado por estresse térmico e hídrico. Esse quadro evidencia perdas significativas na qualidade fisiológica da semente, na redução da qualidade do grão – com menores teores de proteína e de lipídeos, além de conferir maior índice de acidez do óleo. As lavouras que estão sendo colhidas têm mostrado alto percentual de impurezas devido à desuniformidade de maturação das plantas, além de abertura natural das vagens e também mecânica durante o processo de corte e transporte das plantas para trilha nas colheitadeiras.

Alguns produtores vêm realizando dessecação pré-colheita a fim de uniformizar as lavouras e reduzir as perdas.

Na região de Santa Rosa, 2% da cultura está na fase de desenvolvimento vegetativo (lavouras da safrinha), 4% em floração, 43% em enchimento de grãos e 42% em maturação.

O clima seco e as altas temperaturas provocam maturação antecipada, ampliando assim a área já colhida para 9%; a produtividade é variável, de acordo com as chuvas ocorridas no período de floração e enchimento dos grãos, com o tipo de solo e também de acordo com o
manejo de rotação de cultivos de verão. Em Santo Cristo e Doutor Maurício Cardoso, há lavouras com produtividade de 4.200 quilos por hectare; em outras áreas, a produtividade está abaixo de 1.500 quilos por hectare.



A situação de perdas vem se alterando em função da persistência da estiagem com sol forte e baixa umidade do ar, principalmente nas lavouras de soja de ciclo médio e tardio, que ainda estão em fase de enchimento de grãos e maturação, fases sensíveis à falta de umidade para formação do grão. Em áreas com problemas de solos rasos, pedregosos e em lavouras com solos compactados, as plantas apresentam folhas murchas e precocemente secas, sintomas de forte estresse hídrico, aos quais se somam a virada das folhas na maior parte das lavouras e a má formação de vagens.

As condições de tempo seco também proporcionaram baixa evolução de doenças nessa safra, e embora tenham dificultado a realização de pulverização de fungicidas e inseticidas, o aspecto sanitário das lavouras no geral está muito bom; a pressão de ferrugem se mantém baixa, se comparada à da safra passada. Entretanto, há relatos de lavouras que sofreram alguns danos por percevejo. As lavouras de soja de segundo plantio semeadas após a colheita do milho tiveram boa emergência, porém já vêm sentindo e muito a falta de chuva e de umidade no solo. Em algumas lavouras em floração haverá grandes prejuízos.

Na de Santa Maria, as lavouras de soja estão predominantemente nas fases de enchimento de grãos e maturação, e a colheita já alcança 10%. Em Tupanciretã, a produtividade tem variado entre 600 e 2.400 quilos por hectare. Já em Formigueiro e São Sepé, o rendimento médio chegou a 1.200 quilos por hectare.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, há 1% da área da cultura ainda em desenvolvimento vegetativo, 80% em floração e enchimento de grãos, 14% em maturação fisiológica e 5% já foram colhidos. A falta de chuva nessa fase da cultura provocou queda de flores, redução do número e do peso de grãos nas vagens, consolidando perdas de produção. O maior número de laudos de Proagro foi realizado em Manuel Viana, Maçambará e Hulha Negra. A produtividade tem variado de acordo com as microrregiões e solos: na Fronteira Oeste, Central e Missões, pode-se chegar a até mil quilos por hectare em áreas irrigadas com pivô; na Campanha e Sul, ao redor de 2.500 quilos por hectare. O rendimento das áreas já colhidas tem oscilado entre 600 e 1.800 quilos por hectare.

Na de Soledade, 10% das lavouras estão em enchimento de grãos, 80% em maturação e 10% já foram colhidas. As condições do tempo das últimas semanas, com dias secos, baixa umidade relativa do ar e temperaturas altas, mudaram o aspecto das lavouras de soja. De forma geral, as plantas entraram em maturação forçada, cuja característica são folhas secas retidas nas plantas, indicando que o ciclo não foi completo e que a planta foi forçada a amadurecer; no processo normal de maturação, essas folhas caem naturalmente.

As condições de estiagem aceleram o ciclo da cultura, resultando em grãos com menor tamanho e peso. As perdas são inevitáveis. As produtividades variam entre 600 e 2.100 quilos por hectare.

Na de Frederico Westphalen, 1% da área ainda está na fase de desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 40% em enchimento de grãos, 35% em maturação e 20% já estão colhidos. A produtividade média tem atingido 3.140 quilos por hectare. Com a permanência da estiagem na região, aliada às altas temperaturas no período, as perdas já atingem 19% e poderão se agravar caso não ocorram chuvas nos próximos dias.

Os produtores finalizaram os tratamentos de controle de doenças fúngicas.

Na região da Emater/RS-Ascar Erechim, 30% estão em enchimento de grãos, 50% em maturação e 20% das lavouras já foram colhidas. A situação de perdas tem se agravado progressivamente, porque não tem havido precipitações. A produtividade média está em 2.700 quilos por hectare.

Na de Caxias do Sul, a colheita das variedades precoces avançou no período, com rendimentos abaixo do esperado; a produtividade variou entre 1.800 e três mil quilos por hectare. A redução do potencial produtivo está associada às altas temperaturas e à ausência de chuvas durante a fase de enchimento de grãos.

Na de Porto Alegre, 4% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 15% em floração, 60% em enchimento de grãos, 20% em maturação e 1% foi colhido. Diversas áreas apresentam perdas decorrentes da desaceleração do crescimento das plantas, do aborto de flores e das dificuldades de enchimento de grãos, estimadas em 35%.

Já nas áreas onde choveu mais, as lavouras de soja apresentam bom desenvolvimento. Nas irrigadas, a produtividade da oleaginosa deverá ficar acima dos 70 sacos por hectare. Na de Pelotas, a cultura se encontra predominantemente nas fases de floração e enchimento de grãos. A maturação está sendo forçada pela estiagem que se prolonga.

Embora tenham ocorrido precipitações esparsas na semana que passou, o predomínio de tempo seco, associado à radiação solar intensa, a baixa umidade relativa do ar e as temperaturas diurnas muito elevadas têm agravado as perdas. As colheitas seguem na região. Em São Lourenço do Sul, Santana da Boa Vista, Canguçu e Jaguarão, já chegaram a 5%; em Pelotas, a 8% e a 10% em Herval e Cerrito. Em geral, os rendimentos alcançados são de 1.400 a 1.500 quilos por hectare; nas lavouras com cultivares precoces, chegam a até 2.100 quilos por hectare. Atualmente as perdas estão em 41% da produção esperada inicialmente.

Na de Passo Fundo, 20% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos, 65% em maturação e 15% já foram colhidas. A continuidade da falta das precipitações dos últimos meses associada às altas temperaturas prejudica o rendimento das lavouras.



Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 85,11/sc., com aumento de 2,11% em relação à da semana anterior.

Na região de Santa Rosa, o preço da soja esteve em elevação, e foi comercializada a R$ 82,50; em Caxias do Sul, a R$ 84,25 e na região de Ijuí, ao preço médio de R$ 83,57; em Santa Maria, é de R$ 83,66 e na de Porto Alegre, de R$ 85,00. Na região de Bagé, o preço oscilou entre R$ 75,00 e R$ 87,00; em Erechim, chegou em R$ 85,00 e na de Soledade, R$
83,50; na região de Frederico Westphalen, a variação se manteve entre R$ 81,00 e R$ 82,00; na de Pelotas, entre R$ 82,50 e R$ 89,00/sc.

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