A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares.

A principal atividade, no período, foi a colheita, que alcançou 57% da área cultivada. As lavouras em maturação representam 18%. As chuvas ocorridas entre 23 e 24/01, mesmo irregulares e em volumes muito variados, beneficiaram a menor parte dos cultivos. Em enchimento de grãos estão 10% das lavouras; em floração, 8%; e em desenvolvimento vegetativo, 7%.

Com a evolução da colheita, as perdas de produtividade foram confirmadas. Há expectativa de redução menor na produtividade nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul e Porto Alegre; as perdas são intermediárias nas de Erechim, Ijuí, Lajeado, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade; e mais graves nas de Bagé, Frederico Westphalen, Pelotas e Santa Maria.

A principal atividade de manejo fitossanitário, no período, foi o monitoramento e o controle das cigarrinhas do milho e da lagarta do cartucho. Também foram realizadas adubações nitrogenadas em cobertura nas lavouras mais recentes, aproveitando a melhoria das condições de umidade do solo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Gabriel, parte dos produtores que não conseguiram estabelecer lavouras de soja optaram pelo milho para o aproveitamento das áreas. As lavouras apresentam bom estande e desenvolvimento inicial satisfatório. O objetivo inicial é a produção de grãos, mas há a possibilidade de aproveitá-las para produção de silagem, caso o clima não seja adequado, como forma de mitigar os riscos de perdas mais expressivas. Cenário semelhante está sendo observado em Itacurubi, onde houve aumento expressivo da área de milho diretamente relacionado ao insucesso no plantio das lavouras de soja.

Na de Caxias do Sul, em Muitos Capões, um dos municípios com maior área de cultivo de milho na região – 12 mil hectares –, a colheita foi iniciada. Embora haja redução em relação à expectativa inicial de rendimento, os produtores estão satisfeitos com a média de 8.400 kg/ha obtidos. Destaca-se também a qualidade do grão, que apresenta boa sanidade e pouca avaria. De modo geral, as lavouras da região apresentam bom potencial de rendimento, mas há localidades onde as precipitações foram menores, e as perdas atingem pouco mais do que 10%.

Na de Erechim, 70% das lavouras foram colhidas. A produtividade alcançada é de 5.400 kg/ha, representando redução de 40% em relação aos 9.000 Kg/ha projetados inicialmente.

Na de Frederico Westphalen, a colheita se encaminha para o final, superando os 80% da área. A produtividade obtida é de 4.024 kg/ha, confirmando as perdas causadas pela estiagem. Estima-se redução de 50,53% em relação à expectativa inicial de 9.700 kg/ha. As chuvas ocorridas nos últimos dias não alterarão o cenário de quebra na produção, pois 15% das lavouras já estão em maturação.

Na de Ijuí, a colheita da cultura se aproxima do final. Há grande variabilidade de produtividade entre as lavouras, que se dá conforme o volume de chuvas durante o ciclo da cultura, e entre híbridos, que ocorre conforme seus comportamentos frente à situação de déficit hídrico.

Na de Pelotas, houve a continuidade da colheita, mas de avanço lento e gradual à medida que as pequenas produções encerram o ciclo. Houve ocorrência de precipitações com distribuição e volumes muito variáveis, mas que resultaram na manutenção da umidade nos solos e possibilitaram a continuidade no desenvolvimento das lavouras de milho, principalmente das semeadas entre dezembro e fevereiro, nas regiões de predomínio da agricultura familiar.

Na de Santa Maria, a colheita alcançou 43%, e as perdas na produtividade estão consolidadas. Nas regiões mais afetadas, as perdas alcançam 80%, como é o caso de Paraíso do Sul e Tupanciretã.

Na de Santa Rosa, as chuvas permitiram a retomada do plantio, evoluindo para 99% da área. A semeadura deverá ser concluída, aproveitando os teores de umidade nos solos. Paralelamente, houve prosseguimento da colheita, que alcançou 86%. A produtividade se aproxima de 3.900 kg/ha, representando decréscimo de 44% na projetada inicialmente. As perdas nas lavouras foram variáveis, entre 30% e 80%, o que provocou forte demanda por Proagro na região. As chuvas da semana foram muito importantes para as lavouras em safrinha, implantadas em janeiro e fevereiro e que já estavam prejudicadas pelo déficit hídrico.

Na de Soledade, as lavouras semeadas no cedo (em agosto e setembro), representam aproximadamente 50% dos cultivos na região e estão em processo de colheita. Estimam-se perdas médias entre 25% e 30 %, decorrentes da estiagem. No entanto, muitas lavouras atingiram patamares normais de produtividade, com até 9.600 kg/ha. Outras apresentam perdas significativas, fato que levou muitos agricultores a acionarem o Proagro. As lavouras com semeadura no período intermediário e as de semeadura tardia (pós-tabaco e pós-feijão safra e milho safra silagem) estão predominantemente em desenvolvimento vegetativo, considerado satisfatório com o retorno das chuvas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média do milho apresentou redução na semana, passando de R$ 84,29/sc. para R$ 84,29/sc., representando um decréscimo de -0,64%.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1752- Emater/RS



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