As cotações do milho, em Chicago, se mantiveram estáveis nesta semana. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (23) em US$ 6,31, contra US$ 6,32 uma semana antes.

O mercado espera a definição de área a ser semeada nos EUA, nesta próxima safra de verão local, que virá no relatório de intenção de plantio, previsto para o próximo dia 31/03.

Enquanto isso, os embarques de milho, por parte dos EUA, somaram 1,2 milhão de toneladas na semana encerrada em 16/03, ficando dentro da expectativa do mercado. Com isso, o total embarcado no ano comercial atinge a 17,5 milhões de toneladas, contra mais de 27 milhões no mesmo período do ano anterior.

Os EUA foram o principal fornecedor de milho para a China no primeiro bimestre do corrente ano, atingindo a 2,35 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 22% sobre o volume exportado para o país asiático no mesmo período do ano passado. Já a Ucrânia forneceu apenas 1,18 milhão de toneladas, com recuo de 56%, enquanto o Brasil chegou a 1,48 milhão de toneladas de milho vendidas para a China, no período, vendas estas que foram as primeiras desde que os chineses autorizaram um novo lote de exportadores no final do ano passado.

E aqui no Brasil, os preços continuaram pressionados negativamente. A semana fechou com a média gaúcha valendo R$ 81,35/saco, enquanto as principais praças locais trabalharam com R$ 76,00/saco. Já no restante do país, os valores continuaram entre R$ 65,00 e R$ 82,00/saco, com leves oscilações regionais. E na B3, a abertura do pregão deste dia 23/03 indicou valores de R$ 84,10/saco para maio, R$ 84,07 para julho, R$ 84,02 para setembro e R$ 85,87/saco para novembro.

Por sua vez, a colheita da safra de verão e o plantio da segunda safra avançaram, aproveitando-se da melhoria climática nas regiões produtoras. Mas os compradores continuam bastante lentos nas aquisições, esperando, talvez, preços mais baixos.

O plantio da chamada safrinha chegou a 91% no Centro-Sul brasileiro, já estando fora da janela ideal por alguns dias. Pela média histórica o mesmo deveria estar em 97%. Os maiores atrasos estão no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. Enquanto isso, a colheita de verão 2022/23 chegou a 51% da área, contra 57% um ano atrás. (cf. Datagro)

Em tal contexto, a safra de verão está estimada em 28,3 milhões de toneladas, para uma área semeada de 5,3 milhões de hectares, enquanto a safrinha poderá chegar a 97,2 milhões de toneladas, dependendo do clima. (cf. Agroconsult)

Especificamente no Paraná, segundo o Deral, o plantio da segunda safra de milho chegava a 77% da área esperada no final da última semana, estando ainda atrasado em relação as últimas safras (desde 2016 é o maior atraso). No mesmo período do ciclo anterior, o plantio de milho safrinha estava quase encerrado no Paraná, com 94% das lavouras semeadas. Em contrapartida, a qualidade das lavouras é boa, com 99% das mesmas nesta situação, contra 95% um ano antes. Já no milho verão a colheita paranaense atingia a 54% da área semeada, contra 80% no mesmo período do ano anterior.

Na área das exportações nacionais de milho, para 2023, ainda há muitas controvérsias. Alguns analistas sugerem que o país ficará em torno de 40 milhões de toneladas (cf. Safras & Mercado) e outros avançam a possibilidade de chegarmos a 51,9 milhões de toneladas (cf. Agroconsult). Pelo sim ou pelo não, tais volumes dependerão do que será colhido na próxima segunda safra, fato que depende essencialmente do clima, já que a área geral aparentemente não teria aumentado como o previsto, ficando estável em 16,7 milhões de hectares. Com isso, a área total do cereal, no Brasil, está estimada em 22 milhões de hectares, com uma ligeira redução de 0,8% no comparativo anual.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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