Com dólar recuando na relação com o real e os preços futuros em baixa em Chicago, o início de semana é negativo para a comercialização de soja no mercado brasileiro, repetindo o comportamento da semana anterior. Os preços tendem a ceder, com os produtores focados nos trabalhos de plantio e no desenvolvimento das lavouras.
O mercado seguiu em ritmo lento na sexta-feira. Em geral, as cotações domésticas sofreram perdas. Os negócios foram pontuais.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 184,00 para R$ 183,00. Na região das Missões, a cotação desvalorizou de R$ 183,00 para R$ 182,00. No Porto de Rio Grande, o preço passou de R$ 192,00 para R$ 188,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço decresceu de R$ 184,00 para R$ 180,00. No porto de Paranaguá (PR), a saca recuo de R$ 191,00 para R$ 187,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca seguiu em R$ 170,00. Em Dourados (MS), a cotação estabilizou em R$ 173,00. Em Rio Verde (GO), a saca foi de R$ 172,00 para R$ 170,00.
PLANTIO
- O plantio da safra de soja 2023/23 do Brasil atingiu 76,7% da área total esperada até o dia 18 de novembro. A estimativa parte de levantamento de SAFRAS & Mercado.
- Na semana anterior o plantio estava em 67,3%. A semeadura está atrasada na comparação com igual período do ano passado (84,2%) e em linha com a média dos últimos cinco anos (77%).
OFERTA E DEMANDA
- As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 93 milhões de toneladas em 2023, acima dos 77,2 milhões indicados para 2022. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado, e indica um aumento de 20% entre uma temporada e outra. Na previsão anterior, de julho, o número era de 91,5 milhões e toneladas.
- SAFRAS indica esmagamento de 50 milhões de toneladas em 2023 e de 48,8 milhões de toneladas em 2022, com uma elevação de 2% entre uma temporada e outra. Em julho, a estimativa era de 49,5 milhões de toneladas. SAFRAS indica importações de 100 mil toneladas para 2023, com queda de 79% sobre 2022.
- Em relação à temporada 2023, a oferta total de soja deverá aumentar 19%, passando para 157,898 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 146,8 milhões de toneladas, crescendo 14% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão subir 240%, passando de 3,27 milhões para 11,098 milhões de toneladas.
CHICAGO
- Os contratos da soja com entrega em janeiro recuam 0,42% neste momento, cotados a US$ 14,22 1/4 por bushel.
- O mercado é pressionado pelo aumento de casos de Covid-19 na China, fato que pode reduzir a demanda do país pela soja.
- A alta consistente do dólar frente a outras moedas também influencia negativamente, pois tira a competitividade norte-americana no cenário exportador.
PRÊMIOS
- Os preços FOB da soja subiram na sexta no Brasil, acompanhando a alta dos contratos futuros em Chicago. Os prêmios se mantiveram estáveis, em mais um dia de pouca atividade.
- Os prêmios de exportação da soja estavam em 170 a 220 pontos acima de Chicago no final da sexta no Porto de Paranaguá, para dezembro. Para fevereiro, o prêmio era de 70 a 80 acima. Para março de 2023, o prêmio estava em 42 a 44 pontos acima, conforme dados de SAFRAS & Mercado.
- O preço FOB (flat price) para fevereiro ficou entre US$ 552,30 e US$ 556,00 a tonelada na quinta-feira. No dia anterior, a cotação oscilou entre R$ 547,20 e R$ 552,00.
CÂMBIO
- O dólar comercial registra baixa de 0,26% a R$ 5,365. O Dollar Index sobe 0,74% a 107,72 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
- As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, -0,39%. Tóquio, +0,16%.
- As principais bolsas na Europa registram índices mais baixos. Londres, -0,05%; Paris, -0,19% e Frankfurt, -0,59%.
- O petróleo opera em baixa. Dezembro do WTI em NY: US$ 79,82 o barril (-0,34%).
Fonte: Agência Safras