Ao focar na produção de soja de baixa emissão e um modelo produtivo que alia eficiência a práticas regenerativas, Brasil tem potencial para liderar a transição global rumo a uma agricultura de baixo carbono e ampliar sua presença em mercados que exigem rastreabilidade e sustentabilidade. Ainda assim, o país enfrenta obstáculos relevantes, como metodologias internacionais que desconsideram a realidade tropical e uma imagem equivocada da produção nacional, frequentemente associada ao desmatamento. Inserida nesse contexto, a CJ Selecta vem demonstrando que é possível mudar essa narrativa ao investir em mensuração precisa de emissões, uso de dados primários e engajamento com produtores certificados.
Com forte atuação na cadeia da soja, especialmente por meio do SPC (concentrado proteico de soja utilizado na nutrição animal), a empresa tem contribuído para que o agronegócio brasileiro seja reconhecido não apenas por sua escala, mas também pela capacidade de regenerar, medir e comprovar impactos positivos. Para a CJ Selecta, calcular com precisão a pegada de carbono dos produtos tornou-se uma estratégia essencial, não só para atender às exigências comerciais, mas também como parte de uma agenda ampla de resiliência climática e acesso a mercados de maior valor agregado.
“A pegada de carbono é, na prática, um recorte do ciclo de vida dos produtos que mede suas emissões de gases de efeito estufa. Ela torna a sustentabilidade mensurável. Porém, os números atribuídos à soja brasileira muitas vezes não correspondem à realidade. Estamos falando de um país continental, com seis biomas e sistemas de produção muito diferentes entre si. Usar médias para estimar nossas emissões não é tecnicamente correto, e distorce a percepção internacional”, explica a Head de ESG e Comunicação Corporativa da CJ Selecta, Patricia Sugui.
Protagonismo verde e amarelo
A executiva destaca ainda que as bases de dados internacionais frequentemente superestimam as emissões brasileiras, ao desconsiderar práticas agrícolas locais que contribuem significativamente para a redução da pegada ambiental, como o uso de cobertura vegetal, rotação de culturas, uso racional de fertilizantes e biotecnologia.
“Realizamos um estudo aprofundado da pegada de carbono do SPC não transgênico, com dados primários coletados nas fazendas fornecedoras e análise via satélite da mudança no uso da terra. Adotamos a metodologia PFCR (Product Environmental Footprint Category Rules (PEFCR), que permite uma comparação justa com os dados internacionais. O resultado foi uma emissão de apenas 0,617 toneladas de CO₂ equivalente por tonelada de produto, um número muito abaixo da média frequentemente atribuída à soja brasileira, entre 4 e 6 toneladas por produto”, destaca Patricia.
Segundo ela, um dos fatores críticos nesse inventário é a emissão relativa a mudança no uso da terra, que pode representar até 80% da pegada de carbono de um produto agrícola. A CJ Selecta, ao garantir o não desmatamento nas áreas fornecedoras, conseguiu reduzir drasticamente essa variável, resultado de um trabalho integrado entre produtores certificados, uso de energia renovável na indústria e logística regionalizada.
Apesar do alto custo das operações de monitoramento, reporte e verificação (MRV), a empresa vê nisso uma oportunidade de diferenciação. “Hoje, o mercado ainda não remunera amplamente os produtores por carbono evitado, mas já reconhece e prioriza produtos de baixa emissão. Estamos diante de uma janela estratégica para o Brasil se reposicionar no cenário internacional como referência em agricultura regenerativa e descarbonização da produção de alimentos”, afirma a executiva.
Patricia também defende avanços regulatórios, a exemplo de um mercado de carbono estruturado e transparente no Brasil, com prêmios verdes, incentivos financeiros e adoção de soluções digitais para facilitar a coleta de dados no campo.
“Precisamos fortalecer uma nova narrativa sobre a soja brasileira. Existe uma agricultura regenerativa sendo praticada no país, com capacidade de alimentar o mundo sem agredir o meio ambiente. Mas para isso, é fundamental que os modelos de mensuração reflitam nossa realidade e que os mercados reconheçam esse valor”, reforça.
A fala de Patricia Sugui integrou o painel sobre mudanças no mercado e exigências ambientais durante a RTRS International Conference 2025, evento global que reuniu especialistas, empresas e produtores para debater o futuro sustentável da soja e da cadeia agrícola internacional em São Paulo.
Sobre a CJ Selecta
Desde 1984 a CJ Selecta, companhia que faz parte da CJ Bio Division do grupo coreano CJ, atua com pioneirismo na fabricação de produtos derivados de soja para diversos segmentos. Com sede em Uberlândia (MG) e unidade industrial em Araguari (MG) e várias filiais espalhadas pelo Brasil, a companhia é hoje umas das maiores exportadoras de Concentrado de Proteico de Soja (SPC, na sigla em inglês soy protein concentrate), com fontes de soja transgênica e não-transgênica. Em 2019 a CJ Selecta iniciou a produção de fertilizantes especiais e soluções para nutrição de plantas, com foco em produtividade e sustentabilidade, integrando tecnologia e conhecimento técnico para oferecer soluções que ajudam produtores a alcançar alta performance de forma ambientalmente responsável.
Fonte: Assessoria de Imprensa CJ Selecta