A fase predominante da cultura é a colheita, alcançando 85% no Estado, favorecida pelo período com predomínio de tempo seco. As chuvas esparsas e de baixo volume ocorridas não amenizaram o impacto causado pela estiagem prolongada nas lavouras.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, 85% das lavouras já foram colhidas. A produtividade é de 7.110 quilos por hectare, com perda de 11,2% em relação à produtividade inicial devido à falta de chuvas e ao intenso calor, principalmente na região das Missões. Das lavouras ainda por colher, 1% está em desenvolvimento vegetativo, 2% em floração, 10% em enchimento de grãos e 2% em maturação. O déficit hídrico tem comprometido o rendimento dos cultivos. A tendência é de que boa parte das lavouras do milho-safrinha destinado a grãos passe a ser utilizada pelos produtores como oferta de forragem aos animais com o corte da planta inteira.
Na de Frederico Westphalen, 97% das áreas cultivadas já estão colhidas. O rendimento médio é de 6.840 quilos por hectare, com boa qualidade dos grãos. Os híbridos mais precoces e semeados até a primeira quinzena de setembro apresentaram bom potencial produtivo, variando entre 7.800 e 9.600 quilos por hectare, que corresponde a percentuais de 10 a 15% abaixo da espectativa inicial. Já nas lavouras semeadas a partir de meados de setembro, as perdas estão maiores, com redução na produtividade de até 35%;assim, os produtores continuam a solicitar cobertura de Proagro.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita chega a 99% da área. O lento retorno à atividade está relacionado à prioridade de recebimento da soja. Somente após o encerramento da armazenagem e do beneficiamento da soja é que passam a ser atendidos os produtores de milho. O interesse primeiro com a soja se deve ao mercado (preço e transações comerciais). O rendimento médio está em 7.260 quilos por hectare.
Na regional de Erechim, a colheita alcança 98% da área plantada. O rendimento médio atual é 7.880 quilos por hectare. Os produtores vêm solicitando crédito rural com o objetivo de financiar armazenagem a granel nas propriedades.
Na de Passo Fundo, a colheita chegou em 99% da área, e o rendimento atual é de seis mil quilos por hectare. O produto colhido encontra-se armazenado nos principais cerealistas da região e nas propriedades nas quais há silos secadores. Os grãos armazenados nas propriedades se destinam tanto para alimentação animal quanto para venda futura, a fim de alcançar melhores preços. Tal perspectiva deve-se à diminuição da disponibilidade do grão no mercado em função das perdas provocadas pela estiagem.
Nas regionais de Santa Maria e Caxias do Sul, a colheita atinge 75% da área cultivada. Em Santa Maria o rendimento chegou a 2.110 quilos por hectare, e em Caxias do Sul, a 5.120 quilos por hectare. Na Serra gaúcha, a colheita avança nos municípios mais tradicionais na produção de grãos. Já naqueles onde predominam a fruticultura e a pecuária, a colheita está mais atrasada; é o caso da região dos Campos de Cima da Serra, onde os agricultores cultivam pequenas áreas e têm por tradição deixar o grão secar na lavoura.
Na de Soledade, 75% das lavouras já foram colhidas, 1% está em floração, 12% em enchimento de grãos e 12% em maturação. As lavouras de milho implantadas nas restevas
das culturas do tabaco, feijão e milho de primeiro cultivo apresentam perdas bastante significativas na produção devido ao déficit hídrico, chegando a 51% em relação ao esperado inicialmente. O rendimento médio atual é de em 2.800 quilos por hectare. As chuvas ocorridas no final da semana, mesmo de baixos volumes, favoreceram as lavouras em fase de floração e enchimento de grãos.
Na de Bagé, a colheita segue avançando lentamente e atinge 79% da área cultivada devido à priorização da operação em outras culturas. Dos demais cultivos, 17% estão na fase de maturação e 4% em enchimento de grãos. O rendimento alcançado é de 1.600 quilos por hectare, que corresponde a uma perda de 55% em relação à produtividade inicial. Em Lavras do Sul e Santa Margarida do Sul, as perdas foram maiores, chegando a 85%. Os grãos colhidos estão deformados e pouco pesados. Alguns produtores vêm triturando a espiga inteira e utilizando como ração para os animais.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a colheita do milho foi realizada em 38% das áreas já colhidas. O avanço foi possível porque dois terços da área de soja na região já foram colhidos, liberando as máquinas para a atividade, e também porque os cerealistas da
região estão recebendo grãos. Em São Lourenço do Sul, 65% das lavouras foram colhidas; em Pelotas, 50% e em Canguçu, 27%. As produtividades têm tido diferenças entre os municípios da região: em Piratini, a produtividade segue extremamente baixa, em 450 quilos por hectare; em Canguçu, chega a 1.130 quilos por hectare; e em São Lourenço do Sul, 2.090 quilos por hectare.
Na de Porto Alegre, a colheita foi realizada em 69% da área. Os cultivos de primeiro plantio se encontram em final de colheita. Já os de segundo plantio em áreas pós-tabaco encontram-se em fase de enchimento de grãos e em maturação e vêm apresentando perdas da ordem de 46% em relação à produtividade projetada de 4.400 quilos por hectare. Isso ocorreu devido ao menor porte apresentado pelas plantas e às falhas na formação de espigas. Os grãos já colhidos têm qualidade inferior e tamanho menor que o habitual.
Na de Lajeado, as chuvas de baixos volumes ocorridas no domingo (26) e no início da semana não alteraram o quadro de perdas decorrentes da estiagem nas regiões dos Vales do Taquari e Caí. A colheita está realizada em 80% da área. A média de produtividade no Vale do Taquari está em 3.750 quilos por hectare, equivalente a uma redução de 42% frente à produtividade inicial. No Vale do Caí, a produtividade está em 3.190 quilos por hectare, e as perdas chegam a 39%. Em Cruzeiro do Sul, a colheita foi encerrada, e a produtividade média chegou a 4.800 quilos por hectare, 36% menor que a previsão inicial.
Em Brochier, 90% das áreas estão colhidas; a qualidade dos grãos foi prejudicada com a estiagem que vem causando maior perda no milho da segunda safra, podendo chegar a perdas superiores a 50% em relação ao ano passado. Em São José do Sul, a safrinha de milho está colhida.
Muitos agricultores usam as lavouras mais prejudicadas como pastagem para os animais, porque a baixa qualidade da massa verde e a pequena quantidade de grãos não justificam o custo de colheita e/ou a realização de silagem.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar, o preço médio chegou em R$ 44,62/sc. no Rio Grande do Sul, com redução de 1,41% em relação ao da semana passada. Na regional de Santa Rosa, o preço está cotado a R$ 44,25/sc.; em Frederico Westphalen, a R$ 42,00; em Bagé, a R$ 45,00 e em Erechim, a R$ 42,00; na de Pelotas, os preços variaram entre R$ 45,00 e R$ 50,00; em Ijuí, a cotação ficou em R$ 43,40. Em Caxias do Sul, o preço está cotado a R$ 41,75; na regional de Soledade, a R$ 42,50, na de Santa Maria, a R$ 45,90 e na de Passo Fundo, a R$ 43,00; em Porto Alegre a R$ 50,00/sc.
Fonte: Emater/RS