O milho é plantado em praticamente todos os estados brasileiros. Nosso comentário se restringirá a apenas alguns, com maior destaque.
O Rio Grande do Sul é o segundo estado onde o preço do milho está mais alto no Brasil, perdendo apenas para SC, devido à quebra da safra 2019/20 que aumentou o tradicional déficit de 1,5 milhão de toneladas do estado. Não tem Safrinha e sua produção é somente da safra de verão, competindo com a soja. Além disso, a forte alta de 30% do dólar em 2020 alavancou não apenas as vendas de milho em grão do estado, mas também as de carnes, permitindo ao mercado interno pagar mais pelo milho local. Mas, esgotou as reservas do estado.
Santa Catarina também não tem Safrinha e produz somente milho no verão, junto com a soja. Tem um déficit maior, entre 2,5 e 3,0 milhões de toneladas e, por isso, também tem os preços mais elevados do milho no país. Depende de importações do Paraná, Mato Grosso do Sul e, não raro, do Paraguai para completar o seu abastecimento.
O Paraná é o estado mais equilibrado em termos de milho em todo o país: grande produtor de carnes é, também grande produtor de milho, porque tem duas safras, a de verão e a de inverno e é também grande exportador, tanto para outros estados, como para o exterior.
O Mato Grosso do Sul é grande produtor e razoável consumidor, mas é o grande fornecedor de milho para São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de vender boa parte para o exterior.
O Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de milho; sozinho produz mais do que RS, SC e PR somados. Tem uma indústria forte de suínos, bovinos e de etanol e ainda lhe sobra muito para exportação, que escoa pelos portos do Arco Norte.
Goiás é um estado grande produtor e exportador de milho, com indústrias incipientes de etanol e de carnes.
O Matopiba é a região do país onde a produção de milho mais cresce, tendo um potencial enorme. Com poucas indústrias consumidoras, a produção é encaminhada em sua maior parte para o exterior, aproveitando os excelentes portos do Arco Norte.
Na Sealba (Sergipe, Alagoas e norte da Bahia) gostaríamos de destacar o trabalho em que o engenheiro agrônomo Gleiton Medeiros está tentando implantar o agronegócio (milho e trigo) como culturas extensivas. Temos certeza de que o Nordeste poderá ter a mesma produtividade da Califórnia americana, que visitamos algumas vezes.
Fonte: T&F Agroeconômica