O manejo e controle de plantas daninhas é fundamental para diminuir a competição de plantas daninhas com cultivadas por água, nutrientes e radiação solar e com isso garantir a menor interferência na produtividade da cultura.
Mas você sabe os principais cuidados para o manejo de plantas daninhas no milho segunda safra?
Em vídeo, o Pesquisador do Grupo Supra Pesquisa Giuzeppe Augusto Maram Caneppele explica os principais pontos para um manejo eficiente e consistente no controle de plantas daninhas na cultura do milho segunda safra. Segundo Giuzeppe, é fundamental a implantação da cultura do milho com a lavoura no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas.
Caso a cultura seja instalada com a presença de plantas daninhas “verdes”, o controle tona-se mais dificultoso, uma vez que as plantas apresentam desenvolvimento mais avançado que o milho e com isso tendem a aumentar a competição e apresentar maiores resistências ao manejo e controle. Giuzeppe destaca que pelo milho ser uma gramínea, o controle de outras gramíneas como o Capim-amargoso é extremamente difícil, sendo que a utilização de herbicidas para o controle de plantas daninhas da mesma família do milho pode resultar em fitotoxidade no milho, afetando seu crescimento e desenvolvimento.
Além disso, um controle ineficiente resulta em dificuldades no controle de plantas daninhas no milho, uma vez que haja ocorrido o fechamento das entrelinhas do milho, tornando difícil que o herbicida atinja o alvo.
Figura 1. Plantas daninhas nas entrelinhas do milho.
Giuzeppe chama atenção para o controle de plantas daninhas em pós-emergência no milho, sendo necessário muita cautela para realiza-lo, uma vez que um erro de produto ou dose pode “trazer mais prejuízos para a cultura que a própria competição” com as plantas daninhas.
Além disso, é fundamental atentar para o uso de alguns herbicidas ainda na cultura da soja caso haja interesse de cultivar o milho safrinha, uma vez que a utilização de herbicidas como Scepter, Spider, Clorimuron, entre outros, cujos apresentem seletividade para soja mas não para o milho e com efeito residual prolongado podem interferir o crescimento e desenvolvimento do milho causando fitotoxidade à cultura (JUPARANÃ).
Figura 2. Fitotoxidade em milho, causada por herbicida utilizada na cultura antecessora.

Esse cuidado deve ser redobrado em áreas arrendadas onde não se conhece o histórico de cultivo da propriedade.
Veja Também: Alternativas de herbicidas no controle de plantas daninhas em pós-emergência na cultura do milho.
A influência da fitotoxidade de alguns herbicidas utilizados para o controle de plantas daninhas no milho safrinha pode ser observado na figura 3, onde nota-se a maior toxidade para o milho quando utilizada a combinação Mesotrione + (Atrazina+Óleo) nas doses de 120 e 800 g.ha-1 respectivamente.
Figura 3. Fitotoxicidade (%) dos herbicidas para o milho safrinha consorciado com Brachiaria ruziziensis aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação (DAA) dos herbicidas.

*Adicionado o adjuvante Aureo a 0,5% v/v.
Adaptado: GRIGOLLI.
Com base nos dados observados por ADEGAS et al. (2011), GRIGOLLI traz algumas sugestões de uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas no milho safrinha, sendo que grande parte deles apresentou porcentagem de controle satisfatória, sendo os mais eficientes as combinações entre Mesotrione + (Atrazina+Óleo) e Tembotrione + Atrazina, ambos apresentando controle superior a 90% aos sete dias após a aplicação.
Figura 4. Controle (%) de plantas daninhas aos 7, 14, 28 e 42 dias após a aplicação (DAA) dos herbicidas na cultura do milho safrinha consorciado com Brachiaria ruziziensis.

*Adicionado o adjuvante Aureo a 0,5% v/v.
Adaptado: GRIGOLLI.
Sem dúvidas o controle químico é fundamental para o manejo de plantas daninhas na cultura do milho, contudo é necessário uma série de cuidados para que não haja prejuízos para o crescimento e desenvolvimento da cultura em decorrência de inadequada utilização dos herbicidas. Conforme destacado por Giuzeppe, a implantação da cultura com a lavoura “no limpo” é uma das principais práticas para auxiliar manejo de plantas daninhas.
Confira as dicas de Giuzeppe no vídeo abaixo.
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Referências:
ADEGAS, F.S.; VOLL, E.; GAZZIERO, D.L.P. MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO SAFRINHA EM CULTIVO SOLTEIRO OU CONSORCIADO À Braquiária Ruziziensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.46, n.10, p.1226-1233, 2011.
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NO MILHO SAFRINHA. Fundação MS. Disponível em: < http://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/283/283/5aff22690364009e4568b95074d9d9f0a364bc7c1bf85_04-plantas-daninhas-somente-leitura-.pdf>, acesso em: 05/06/2020.
JUPARANÃ. FITOTOXIDADE DE HERBICIDAS RESIDUAIS EM MILHO. Juparanã. Disponível em: < http://www.juparana.net/index.php?view=article&id=47:fitotoxicidade-de-herbicidas-residuais-em-milho&Itemid=123&option=com_content&lang=en>, acesso em: 05/06/2020.