HRAC-BR emite comunicado sobre resistência de Echinochloa crus-galli var. crus-galli ao herbicida do grupo dos Inibidores da EPSPs (Grupo G).
Confira o comunicado:
À Comunidade Agrícola,
Cumpre ao HRAC-BR, através do presente informativo, comunicar que houve recente relato de caso de resistência da espécie Echinochloa crus-galli var. crus-galli (Capim-arroz) ao herbicida glifosato, pertencente ao grupo dos Inibidores da EPSPs (Grupo G). Esse relato se encontra publicado em 01/02/2021 na página internacional “www.weedscience.org” (Heap, I. The International Survey of Herbicide Resistant Weeds).
Os estudos seguiram as metodologias preconizadas nas publicações “Critérios para relato de novos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas” e “Dez passos para relatos de novos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil”, reconhecidos no Brasil e internacionalmente. Consistiram em ensaios de curva doseresposta ao herbicida glifosato em populações F1 e F2, caracterização da espécie, e adicionalmente extração de DNA e identificação do mecanismo de resistência. Os estudos foram conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Maria e Syngenta Crop Protection, confirmando-se a existência de biótipo de Echinochloa crus-galli var. crus-galli resistente ao herbicida glifosato (Grupo G) na região de Santa Rosa/RS.
Ressalta-se que o gênero Echinochloa possui biótipos com relatos de resistência no Brasil a outros mecanismos de ação, como Inibidores da ALS (Grupo B), Inibidores da ACCase (Grupo A) e Inibidores da síntese de parede celular (Grupo L), tanto resistência isolada quanto múltipla (www.weedscience.org), ou seja, o manejo dessa espécie requer atenção ao uso das boas práticas agrícolas e técnicas preconizadas de manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas.
Reforçamos mais uma vez a importância e necessidade de adoção das boas práticas agrícolas recomendadas, que, dentre outras, podemos destacar:
• Uso correto do sistema integrado de manejo de controle de plantas daninhas;
• Adoção de sementes certificadas e nacionais, não somente de culturas como milho, soja e arroz, mas também de forrageiras de inverno, de forma a evitar o ingresso de plantas daninhas nas áreas agrícolas;
• Limpeza dos maquinários utilizados na semeadura e colheita das áreas do Rio Grande do Sul que transitam para outras áreas e, ou outros estados;
• Redobrar atenção para áreas com falha de controle, priorizando a eliminação das plantas daninhas sobreviventes, seja manual e, ou através do uso de herbicidas de mecanismo de ação alternativos, fazendo-se da adoção da rotação dos diferentes mecanismos de ação;
• Uso correto de tecnologias de aplicação, bem como o uso dos diversos mecanismos de ação para os herbicidas, em pré e pós emergência, nos corretos momentos e de acordo com sua recomendação.
Esta comunicação tem o objetivo de ALERTAR a comunidade agrícola e reforçar a necessidade de adoção das boas práticas agrícolas recomendadas, no sentido de preservar, de forma eficiente, as diferentes ferramentas para o manejo das plantas daninhas, colaborando para a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Atenciosamente,
HRAC-BR (Comitê de Ação a Resistencia aos Herbicidas) Caio Vitagliano Santi Rossi Presidente
Fonte: HRAC-BR.
Foto de capa: Feedipedia