À Comunidade Agrícola
Cumpre ao HRAC-BR, no exercício de suas finalidades, atividades e objetivos, e, seguindo os requisitos e critérios específicos para o tema, comunicar que houve recente relato de caso de resistência múltipla e cruzada da planta daninha capim-amargoso, sendo identificada a espécie Digitaria insularis aos herbicidas cletodim e haloxifope-p-metílico, Inibidores da ACCase – Grupo 1 (A) e glifosato, Inibidores da EPSPs – Grupo 9 (G). Esse relato foi publicado na página internacional www.weedscience.org (Heap, I. The International Herbicide-Resistant Weed Database, em Julho de 2025). Atualmente a informação encontra-se dentro do reporte de Digitaria insularis, com resistência múltipla ACCase e EPSPS, de 2020.
Os estudos seguiram as metodologias preconizadas nas publicações “Critérios para relatos de novos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas” e “Dez passos para relatos de novos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil”, reconhecidas no Brasil e internacionalmente e consistiram em ensaios de curva-de-doses respostas dos herbicidas cletodim, haloxifope-p-metílico e glifosato em populações F1 e F2 e caracterização da espécie. Os trabalhos foram conduzidos por pesquisadores da Syngenta Proteção de Cultivos, Desafios Agro Consultoria Planejamento e Pesquisa em Agropecuária Ltda, Universidade Federal do Paraná, Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz-USP e Universidade Estadual de Maringá, confirmando-se a existência de biotipo de capim-amargoso (Digitaria insularis) resistente aos herbicidas cletodim e haloxifopep-metílico, Grupo 1 (A) e glifosato Grupo 9 (G), na região de Chapadão do Céu- GO e Chapadão do Sul-MS. Desta forma, frente a este comunicado, torna-se importante o monitoramento e acompanhamento de escapes de controle de capim-amargoso (Digitaria insularis).
Ressalta-se que a planta daninha Capim-amargoso (Digitaria insularis) possui relatos de resistência simples no Brasil (www.weedscience.org) ao mecanismo de ação dos inibidores da EPSPs – Grupo 9 (G), resistência simples aos herbicidas fenoxaprope-etiílico e haloxyfop-metilico, inibidores da ACCase – Grupo 1 (A), e resistência múltipla aos herbicidas fenoxaprope-etílico, haloxifope-metílico, inibidores da ACCase – Grupo 1 (A) e glifosato, inibidor da EPSPS – Grupo 9 (G).
Portanto, essa é uma espécie que requer atenção e adoção cada vez mais intensa das boas práticas agrícolas e técnicas preconizadas de manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas. Reforçamos a importância e a necessidade da adoção de boas práticas agrícolas recomendadas, dentre as quais podemos destacar:
• O uso correto do sistema integrado de manejo de controle de plantas daninhas;
• A adoção de sementes de soja, milho e algodão certificadas e nacionais de forma a evitar o ingresso de plantas daninhas nas áreas agrícolas;
• A limpeza dos maquinários utilizados na semeadura e colheita das áreas com suspeita, evitando que transitem para outras áreas e outros estados;
• Redobrar a atenção para áreas com falha de controle, priorizando a eliminação das plantas daninhas sobreviventes, seja manual ou através do uso de herbicidas de mecanismo de ação alternativos, fazendo-se a rotação dos diferentes mecanismos de ação;
- O uso correto de tecnologia de aplicação, bem como o uso dos diversos mecanismos de ação para os herbicidas em pré e pós emergência, nos corretos momentos de acordo com sua recomendação de rótulo e bula;
- • O manejo das plantas daninhas antecipadamente e antes do plantio, evitando o pousio sem cultura e ou sem formação de cobertura de solo.
- Este comunicado tem como objetivo ALERTAR a comunidade agrícola e reforçar a necessidade da adoção de boas práticas agrícolas recomendadas no sentido de preservar de forma eficiente as diferentes ferramentas para o manejo das plantas daninhas, colaborando para a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Fonte: HRAC-BR