Em junho de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no Extremo-Norte e Sul do país, bem como na costa leste do Nordeste. Nestas áreas, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo elevada. Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do interior da Região Nordeste, os volumes foram inferiores a 50 mm, diminuindo os níveis de água no solo.

No norte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 300 mm, principalmente, em Roraima e Amapá. Os menores volumes de chuvas foram observados no sul do Pará e do Amazonas, além do leste do Acre. Em Tocantins e Rondônia não houve registro de chuva. De modo geral, os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram elevados na região, exceto em áreas do sudeste do Pará e em Tocantins, onde os níveis de umidade estão baixos.

Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no noroeste do Maranhão, bem como na parte costeira da região, desde o Rio Grande do Norte até à Bahia, com valores superiores a 200 mm, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras de feijão e milho terceira safras. No interior do Nordeste e Matopiba, os volumes de chuva foram inferiores a 50 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo e desfavorecendo lavouras de milho segunda safra em estágio reprodutivo.

Em grande parte da Região Centro-Oeste houve o predomínio de tempo seco, sem registro de chuvas. Chuvas fracas foram observadas no sul de Mato Grosso do Sul e norte de Mato Grosso. Esta redução das chuvas na região mostra o início da estação seca e, desta forma, vem reduzindo os níveis de umidade no solo em todos os estados, principalmente em Goiás. Estas condições prejudicaram as lavouras de milho segunda safra em estágios reprodutivos, entretanto favoreceram a maturação e o processo de colheita do algodão e do milho segunda safra.

Na maior parte da Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 50 mm, exceto em áreas pontuais do leste de São Paulo, onde as chuvas ultrapassaram os 40 mm. No geral, houve uma redução da umidade do solo na região em relação ao mês passado, principalmente em localidades do noroeste de Minas Gerais, desfavorecendo o desenvolvimento das lavouras de milho segunda safra em estágios reprodutivos.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm no oeste e sul de Santa Catarina e grande parte do Rio Grande do Sul. Volumes maiores que 300 mm foram observados no nordeste do Rio Grande do Sul. No entanto, no centro-norte do Paraná, os volumes foram menores que 40 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, exceto em áreas do oeste, noroeste e norte do Paraná, onde os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram mais baixos em relação às demais áreas, impactando lavouras de milho segunda safra e trigo.

Em junho, as temperaturas máximas foram superiores a 30 °C na parte CentroNorte do país. Destaques para áreas localizadas em Tocantins, Rondônia, sul do Amazonas, do Pará, do Maranhão e do Piauí, além do norte do Mato Grosso, onde as máximas ultrapassaram os 35 °C. No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as temperaturas foram inferiores a 24 °C.

Quanto às temperaturas mínimas, foram superiores a 20 °C nas Regiões Norte e Nordeste. Em localidades das regiões Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste, foram registradas temperaturas entre 14 °C e 18 °C. Em áreas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas mínimas foram inferiores a 14 °C. Em localidades de maior altitude na Região Sul, houve registros de temperaturas abaixo de zero e geadas fortes no dia 30 de junho, como foi o caso de São Joaquim (SC), que registrou temperatura mínima de -5,5 °C e São José dos Ausentes (RS), com 4,5 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo, é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 30 de junho de 2024. Foram observados valores de anomalias entre 1 °C e -2 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial. Considerando somente a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias positivas de TSM têm apresentado um decréscimo acentuado desde o início de abril, indicando o fim do fenômeno El Niño, porém desde o início de maio até os primeiros dias de julho, as anomalias vêm oscilando entre 0,5 °C e -0,5 °C, indicando o início das condições de Neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para condições de Neutralidade durante os trimestres julho, agosto e setembro de 2024 e agosto, setembro e outubro de 2024, com probabilidades variando de 50% a 64%. Entretanto, a partir do trimestre setembro, outubro e novembro de 2024, o modelo aponta uma transição para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com 50% de probabilidade.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2024

A previsão climática do modelo do Inmet para os próximos três meses é apresentada na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte do país. Chuvas acima da média são previstas em áreas do oeste e norte da Região Norte e parte leste da Região Sul. Ressalta-se que tivemos o início do período seco no Brasil Central e, consequentemente, os níveis de água no solo vêm sofrendo redução, principalmente no interior da Região Nordeste e norte de Minas Gerais.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas acima da média no norte de Roraima, noroeste do Pará e do Amazonas, leste do Acre e Amapá. Nas demais áreas, os volumes de chuva podem ficar próximos ou abaixo da média histórica, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses, principalmente no sul da região amazônica.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas abaixo da média em grande parte da região, principalmente no interior. Este cenário contribui para a redução do armazenamento hídrico do solo. Ressalta-se que, em áreas pontuais da faixa litorânea, o transporte de umidade do oceano para o continente pode favorecer a ocorrência de chuvas inferiores a 20 mm.

Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas abaixo da média, que podem contribuir para a redução dos níveis de água no solo nos próximos meses. No entanto, em áreas pontuais do sudeste de São Paulo e sudoeste de Mato Grosso do Sul, podem ocorrer chuvas fracas a moderadas devido ao avanço de algumas frentes frias.

Na Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média, exceto no centroleste de Santa Catarina, nordeste e sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas podem permanecer acima da média. De modo geral, os níveis de água no solo permanecerão elevados devido às chuvas ocorridas nos últimos meses. Porém, o oeste e centro-norte do Paraná poderão apresentar redução dos níveis de umidade no solo.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando temperaturas acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, onde os valores médios podem ultrapassar os 26 °C. Em áreas pontuais do interior do Nordeste, norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, além do leste de Santa Catarina e grande parte do Rio Grande do Sul, as temperaturas devem ser próximas ou ligeiramente abaixo da média, variando entre 20 °C e 22 °C. Em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser inferiores a 15 °C, pois não se descarta a entrada de massas de ar frio que podem causar declínio da temperatura mínima e possíveis formações de geadas.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).

Confira o Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos/ Safra 2023/2024 10° Levantamento completo, clicando aqui!

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:10º Levantamento - Safra 2023/24

Site: CONAB

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