O controle biológico é uma técnica que visa controlar pragas e doenças usando outros organismos considerados inimigos naturais. Este controle pode ser feito com outros insetos benéficos como vírus, bactérias, fungos, etc.
Seu uso é mais eficiente na proteção, por isto, o monitoramento da lavoura precisa ser frequente. A sua implementação contribui na melhoria da produtividade, diminuição de até 30% do uso de agrotóxicos e redução dos custos de produção.
A soja, como qualquer cultura, está susceptível ao ataque de pragas e doenças que geram danos na produção. O mofo-branco da soja, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Figura 1), é um exemplo de doença que gera grande perda econômica, chegando a causar prejuízos de até 100% quando o seu controle não é realizado corretamente.
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Alguns aspectos sobre o mofo-branco da soja são importantes e auxiliam o produtor a entender a sua dinâmica de ocorrência na lavoura. A doença se manifesta em condições ideais, com temperaturas de 10°C a 21°C e alta umidade, fato que coloca as regiões Sul e Centro-Oeste como os principais alvos do fungo.
As fases de floração (R2) e formação das vagens (R3/R4) são aquelas mais propícias ao ataque do fungo. E a sua longevidade no solo, mesmo sem a presença de um hospedeiro efetivo, pode ser de até 10 anos. A Figura 2 apresenta todo o ciclo do mofo-branco na cultura da soja, a sua compreensão é importante para o controle sanitário adequado.
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Os primeiros sintomas visíveis da doença são lesões encharcadas, que logo irão se transformar em uma cor castanho-claro. Logo após, ocorre formação de pequenos micélios brancos e densos, que se espalharão por todo o comprimento da folha e também o tecido na parte aérea que teve contato com as flores infectadas. Em poucos dias, os micélios irão se transformar em escleródios, estes possuem uma coloração escura e tamanho que varia de alguns milímetros a centímetros.
O ambiente natural fornece alguns organismos que auxiliam na predação do fungo causador do mofo-branco da soja. O controle biológico pode ser realizado pelos organismos Rhizopus spp., Aspergillus spp., Penicillium spp. e algumas formas saprófitas de Fusarium. Estes organismos naturais reduzem a incidência do parasita no solo, reduzindo as áreas infectadas. Pesquisas com o Trichoderma spp. também demonstram o seu potencial no controle, entretanto, a sua maior limitação as condições ambientais exigem aplicações em horários mais úmidos e ar fresco.
No caso do mofo branco da soja, altas produtividades são resultantes do bom manejo da propriedade e cuidados especiais na sintomatologia da doença na lavoura. O monitoramento diário é fundamental para a definição da melhor estratégia de ação. A utilização do controle biológico pode melhorar a rentabilidade do produtor e a qualidade do produto final. Maiores informações sobre o tema podem ser encontradas no site da Embrapa Soja (https://www.embrapa.br/soja).
Texto: Sabrina Rosa Lucion da Cruz – Bolsista do grupo PET Agronomia/UFSM.
Foto de capa: Maurício Meyer