O caruru palmeri é uma espécie nativa da América do Norte, que foi amplamente disseminada, causando grandes prejuízos nas lavouras. Na safra de 2004-2005, na Argentina, foi encontrada a presença desta planta daninha em cultivos de soja, amendoim, sorgo e milho.
A introdução desta espécie na Argentina foi provavelmente devido a importação de sementes contaminadas e maquinários com partes desta planta. Já na safra 2013-2014, o problema se intensificou chegando a 5 plantas de caruru palmeri m-2. O Amaranthus palmeri possui elevada taxa de crescimento, grande variabilidade genética, tolerância ao estresse, o que torna seu manejo mais complicado.
No mundo, são relatados 65 casos de biótipos de caruru palmeri resistente, 61 estão localizados no EUA, 2 no Brasil, 1 na Argentina e 1 em Israel.
Quais os herbicidas estudados para o controle de caruru palmeri na Argentina?
Na Argentina, em estudo feito por Tuesca e Papa (2016), foram testados 11 herbicidas, aplicados quando as plantas de caruru estavam com 5 a 8 cm e 10 a 15 cm:
- Fomesafen: 325 g i.a. ha-1
- Lactofen: 168 g i.a. ha-1
- Benazolin: 350 g i.a. ha-1
- Fomesafen + benazolin: 325 + 350 g i.a. ha-1
- Lactofen + benazolin: 168 + 350 g i.a. ha-1
- Fomesafen + s-metolachlor: 325+768 g i.a. ha-1
- Fomesafen + benazolin + s-metolachlor: 325 + 350 + 768 g i.a. ha-1
- Bentazon: 900 g i.a. ha-1
- Glyphosate: 1.518 g i.a. ha-1
- Imazethapyr: 100 g i.a. ha-1
- Chlorimuron: 15 g i.a. ha-1
Abaixo, os resultados obtidos pelos autores:
Aos 30 dias após a aplicação os autores observaram controle de 99% nos tratamentos de fomesafen, lactofen, fomesafen + benazolin, lactofen + benazolin, fomesafen + s-metolachlor e fomesafen + benazolin + s-metolachlor, em ambos os estádios de desenvolvimento do caruru. Apenas lembrando que o benazolin não é comercializado no Brasil, mas temos outras opções como o fomesafen e o lactofen.
Herbicidas estudados para o controle de caruru palmeri nos EUA
Para os casos em que o biótipo de caruru apresenta resistência aos herbicidas inibidores da ALS e EPSPs, estão sendo testados alguns herbicidas como vemos na tabela abaixo.
Além do manejo químico do caruru palmeri, outras práticas precisam ser adotadas como:
- rotação de culturas
- rotação do mecanismo de ação do herbicida
- utilizar plantas de cobertura
- monitorar as áreas
- limpeza de maquinário
Adotando o manejo proativo ao invés do reativo podemos evitar algumas práticas como o arranquio manual e o revolvimento do solo.
Conclusão
No texto de hoje vimos manejo de controle do caruru palmeri adotados pela Argentina e pelo EUA. Além do controle químico devemos adotar outras práticas de manejo das plantas daninhas. Na Argentina, herbicidas como o lactofen e o fomesafen chegaram a 99% de controle desta planta daninha.
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Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.