O azevém (Lolium multiflorum) é uma das principais e mais preocupantes plantas daninhas que infestam a cultura do trigo. Por se tratar de plantas da mesma família (Poaceae), a similaridade entre plantas de trigo e azevém dificulta o controle seletivo dessa planta daninha em pós-emergência.

O principal prejuízo causado pelo azevém no trigo é a redução da produtividade da cultura pela matocompetição da daninha. Segundo Fleck (1980), dependendo do porte da cultivar e densidade populacional do azevém infestante, perdas de produtividade de até 56% podem ser observadas em trigo.

Tendo em vista o impacto causado pela infestação de azevém na cultura do trigo, medidas adequadas de manejo devem ser tomadas a fim de evitar perdas produtivas em decorrência da matocompetição. Embora o controle químico com o emprego de herbicidas seja amplamente difundido, a evolução dos casos de resistência do azevém a herbicidas acende um alerta frente a necessidade de adequar medidas de manejo para o controle eficiente do azevém.



Figura 1. Evolução dos casos de relato da resistência do azevém a herbicidas no Brasil.

Fonte: Rizzardi, M. A.

Em vídeo, o pesquisador da CCGL Mário Bianchi, traz dicas para melhorar o controle do azevém em trigo. Bianchi destaca que é fundamental iniciar a lavoura sem a presença do azevém, ou seja, “no limpo”. Para isso, a dessecação do azevém deve ser eficiente, entretanto, deve-se ter atenção com o uso do glifosato, especialmente se tratando de populações resistentes, sendo aconselhado, realizar a associação com herbicidas inibidores da ACCase.

Pós dessecação, herbicidas de contato podem ser utilizados para eliminar plantas remanescentes, fazendo a complementação do controle. Visto que “não tempos herbicidas que controlem a sobra de azevém dentro do trigo”, a fundamental o controle do azevém na pré-semeadura, não deixando plantas remanescentes em meio a cultura do trigo.

Além disso, ferramentas como herbicidas pré-emergentes podem ser utilizadas com intuito de melhorar o programa de controle do azevém, possibilitando a redução dos fluxos de emergência dessa planta daninha, reduzindo a densidade populacional de plantas e facilitando o controle em pós-emergência. No que diz respeito ao controle pós-emergente do azevém, o momento de controle é determinante para o sucesso do manejo. Bianchi destaca que herbicidas pós-emergentes devem ser aplicados quando o azevém estiver com 2 a 4 folhas, no máximo emitindo o primeiro afilho. A assertividade do momento de controle potencializa a ação do herbicida, refletindo em maior eficiente de controle do ezevém, entretanto, o manejo e controle dessa planta daninha não deve ser embasado apenas na aplicação de herbicidas pós-emergentes.


Veja mais:  Azevém em trigo – Herbicidas pré-emergentes são alternativas de manejo


Confira o vídeo abaixo com as dicas do Pesquisador da CCGL, Mário Bianchi.


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Referências:

FLECK, N. G. CO MP ET IÇ ÃO DE AZ EV ÉM (Lolium multiflorum L) COM DUAS CULTIVARES DE TRIGO. PLANTA DANINHA, 1980. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/Z47GnG7gLt3zZhFgMxWpqtk/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 01/06/2022.

RIZZARDI, M. A. MANEJO QUÍMICO COMO CONTROLAR O AZEVÉM NO TRIGO? Up. Herb: Academia das Plantas Daninhas. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/como-controlar-o-azevem-no-trigo >, acesso em: 01/06/2022.

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