Autor: Dr. Argemiro Luís Brum
As cotações do milho, em Chicago, subiram um pouco mais nesta semana, com o fechamento do primeiro mês ficando em US$ 5,73/bushel no dia 18/11, contra US$ 5,69 uma semana antes.
Dito isso, a colheita de milho nos EUA, até o dia 14/11, atingia a 91% da área esperada, contra a média de 86% para esta época do ano. Enquanto isso, os embarques estadunidenses do cereal chegaram a 856.000 toneladas na semana encerrada em 11/11, com os mesmos superando as expectativas do mercado. No total do ano comercial atual os EUA embarcaram ao redor de 7 milhões de toneladas.
Já no Brasil, os preços do cereal cederam um pouco, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 81,83/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços giraram entre R$ 70,00 e R$ 83,00/saco. No geral, os compradores continuam bastante afastados do mercado, enquanto muitos produtores precisam fazer caixa e pressionam para vendas. Além disso, há a necessidade de abrir espaço nos armazéns para a nova safra de verão. Soma-se a isso exportações bem menores e a possibilidade de uma safra de verão normal, embora os problemas de falta de chuva que começam a surgir no sul do país. Enfim, estariam restando apenas mais quatro semanas de atividades para as grandes indústrias de rações no Brasil, antes do encerramento das atividades visando manutenção e limpeza dos silos no final do ano.
Por sua vez, na B3, o pregão da quinta-feira (18) abriu com o contrato janeiro valendo R$ 84,59/saco; março a R$ 85,48; maio em R$ 82,60; e julho/22 cotado a R$ 81,00/saco.
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, até o início da presente semana o plantio do milho atingia cerca de 85% de uma área total esperada em 835.000 hectares. A falta de chuvas consistentes, em novembro, preocupa o mercado local. Do total semeado até então, cerca de 5% estavam na fase de enchimento de grãos, porém, muitas lavouras já dão sinais de estresse hídrico. (cf. Emater) A redução das chuvas já atinge igualmente Santa Catarina, Paraná e São Paulo. De forma geral, 85% da área de milho de verão, no Centro-Sul brasileiro, já estava semeada até o dia 11/11, contra 82% na mesma época do ano passado.
Especificamente no Paraná, segundo o Deral, o plantio local do milho de verão estaria encerrado, com 7% das lavouras entrando em floração, 92% em descanso vegetativo e o 1% restante ainda em germinação. Apenas 5% das áreas estão com condição avaliada como média e os 95% restantes são boas. A área total prevista no Estado é de 420.128 hectares, com uma produção total estimada em 4,1 milhões de toneladas a partir de uma produtividade média esperada de 166 sacos por hectare.
Já no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, na primeira quinzena de novembro houve novo recuo nos preços médios locais, com o saco do produto passando a R$ 71,50. Na comparação anual, o Mato Grosso do Sul registrou valorização de 3,7% entre o preço médio de novembro/21, que está em R$ 73,29/saco, e o valor médio de novembro/20, que foi de R$ 70,70/saco. Neste Estado os produtores já haviam negociado 75% de toda a safrinha passada de milho.
Quanto às exportações brasileiras de milho, o país atingiu, nas duas primeiras semanas de novembro, um total de 1,08 milhão de toneladas. Mesmo assim, o volume é apenas 22,7% do total exportado em novembro de 2020. A média diária atual está 43,2% abaixo da média diária de novembro do ano passado. O preço da tonelada exportada, todavia, registra alta de 19% sobre igual período do ano anterior, com a mesma passando de US$ 178,40 no ano passado para US$ 212,30 neste mês. De janeiro a outubro o Brasil exportou 14,6 milhões de toneladas, ou seja, 41,2% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Por outro lado, em termos de importação, nas duas primeiras semanas de novembro o país comprou no exterior um total de 278.611 toneladas, tendo já recebido 33% a mais do que o total importado em novembro de 2020. Com isso, a média diária de importação de milho aumentou 232,7% neste mês de novembro, em relação há um ano. O preço da tonelada importada, por sua vez, saltou 71,9% no período, passando de US$ 142,80 para US$ 245,50. Assim, nos primeiros 10 meses do corrente ano o Brasil já importou 2,14 milhões de toneladas de milho, ou seja, 133% acima do realizado no ano anterior no mesmo período. (cf. Secex)
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).