Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
As cotações do trigo em Chicago também subiram forte nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (22), para o primeiro mês cotado ultrapassou o teto dos US$ 7,00/bushel, ficando em US$ 7,10/bushel, contra US$ 6,53 uma semana antes. O atual nível de preço em Chicago não era visto desde o dia 09 de maio de 2014.
Nos EUA, as vendas de trigo ao exterior, na semana encerrada em 15 de abril, somaram 240.200 toneladas, ficando 55% acima da média das quatro semanas anteriores. O México foi o maior comprador, com 137.000 toneladas. Já para o ano 2021/22 o volume negociado chegou a 373.800 toneladas. Considerando as duas safras, o volume total exportado chegou a 614.000 toneladas na semana indicada.
Em paralelo, o plantio do trigo de primavera nos EUA chegou a 19% da área, até o dia 18/04, contra 7% em igual momento do ano passado.
Na Ucrânia, as altas dos preços internacionais igualmente pesaram sobre os preços locais. Assim, a tonelada do trigo macio, de alta qualidade para moagem, subiu para patamares entre US$ 237,00 e US$ 241,00 no FOB porto do Mar Negro. Já o trigo para ração atingiu a valores entre US$ 232,00 e US$ 237,00/tonelada. Em 2019/20 a Ucrânia exportou 57 milhões de toneladas de grãos em geral, enquanto para este novo ano 2020/21 a expectativa é de um volume de apenas 45,7 milhões a ser exportado, pois a safra foi menor. Até o momento, as exportações ucranianas recuaram 24% em relação ao ano anterior, atingindo a 37 milhões de toneladas, sendo que 14,7 milhões são em trigo. O ano comercial da Ucrânia se encerra em 30 de junho próximo.
Enquanto isso, no Brasil, os preços do trigo continuam em alta. A média gaúcha, no balcão, bateu em R$ 80,06/saco nesta semana, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 89,00 e R$ 90,00/saco.
Os negócios continuam lentos no Brasil, havendo baixa liquidez no mercado. Porém, nem por isso os preços recuam, pois há falta de produto de qualidade no país. O plantio da nova safra começou no Paraná, porém, em ritmo lento devido a falta de chuvas. Com 1% semeado nesta semana, vale destacar que parte dos produtores paranaenses optou pelo milho safrinha em detrimento do trigo. No Rio Grande do Sul o plantio se dará apenas em maio.
No contexto atual, será preciso uma safra muito boa para reduzir os preços do trigo no mercado brasileiro. E esta situação, como sempre, dependerá muito do clima. Assim, espera-se recorde de área semeada no país diante dos excelentes preços do cereal.
Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui? Clique na imagem e confira.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).