O segundo trifólio se desenrola (folha trifoliolada totalmente desenvolvida no nó acima do nó unifoliolado). Verifique se há nodulação efetiva. Nessa fase inicia-se a nodulação nas raízes e a fixação de nitrogênio continuará no decorrer dos estádios reprodutivos. A nodulação efetiva resulta em alta produtividade e mais proteína no grão quando comparado a plantas não noduladas.
Veja também: Desenvolvimento da cultura da soja: primeiro trifólio (V1) x práticas de manejo
Figura 1: Soja em estádio V2.

De modo semelhante ao estádio V1, uma planta atinge o estádio V2 quando a primeira folha trifoliolada estiver completamente desenvolvida, ou seja, quando os bordos dos folíolos da segunda folha trifoliolada não mais se tocarem. Nesse estádio, as plantas infectadas pela bactéria Bradyrhizobium spp. começam a fixar o N do ar.
Nos estádios seguintes, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) aumenta gradativamente até atingir seu máximo em R5. Em V2, o crescimento das 26 raízes laterais na camada superficial do solo é intenso e continuará intenso até V5.
No estádio V2 as plantas estão com 15 a 20 cm de altura e três nós apresentando folhas com folíolos desdobrados, isto é, o nó unifoliolado e os dois primeiros nós trifoliolados. As raízes de soja são naturalmente infectadas com bactérias de Bradyrhizobium japonicum que desenvolvem estruturas nas raízes com formas circulares ou ovais, chamadas nódulos.
Figura 2. Nódulos radiculares em uma planta de soja no estádio V2; no detalhe, um nódulo ativo fatiado, com coloração vermelha típica.

Milhões dessas bactérias localizam-se dentro de cada nódulo e fornecem boa parte do nitrogênio requerido pela planta de soja, por meio de um processo natural conhecido como fixação de nitrogênio. Através da fixação do nitrogênio as bactérias transformam o N2 gasoso presente na atmosfera do solo e indisponível à planta em produtos nitrogenados que a planta de soja pode usar.
Em troca, a planta fornece o suprimento de carboidratos para as bactérias. Uma relação como essa, onde as bactérias e a planta lucram uma com a outra, é denominada relação simbiótica. Os nódulos que fixam nitrogênio ativamente para a planta mostram-se internamente com coloração rosa ou vermelha, porém, são brancos, marrons ou verdes se a fixação de N2 não estiver ocorrendo.
Figura 4. Raízes com nódulos de uma planta de soja no estádio V2.

Em condições de campo, a formação de nódulos pode ser vista logo após a emergência (VE), porém, a fixação de nitrogênio de maneira mais ativa começa próximo aos estádios V2 a V3. Depois disso, o número de nódulos formados e a quantidade de nitrogênio fixada aumenta até aproximadamente R5.5 (no meio de R5 e R6), quando diminui bruscamente.
Veja também: Desenvolvimento da cultura da soja: estádio cotiledonar (VC) x práticas de manejo
Práticas de manejo
- Monitore plantas daninhas, insetos e doenças característicos do início do ciclo da cultura.
- Aplique herbicidas pós-emergentes, se necessário.
- Se a nodulação for efetivamente estabelecida a aplicação de fertilizantes nitrogenados não se fará necessária.
- Se houver aplicação de altas doses de nitrogênio haverá a inibição da fixação biológica.
A adubação nitrogenada da soja não é recomendada porque geralmente não aumenta o rendimento de grãos. O número total de nódulos radiculares que se forma diminui proporcionalmente com as quantidades crescentes de N aplicado.
Além disso, o adubo nitrogenado aplicado a uma planta de soja com nódulos ativos os tornará inativos ou ineficientes, proporcionalmente à quantidade de N aplicada.
Assim, a planta de soja pode utilizar tanto o N fixado pelas bactérias quanto o N existente no solo (mineralizado e N do fertilizante), porém, o N do solo é mais utilizado que o N fixado, se disponível em grandes quantidades. No estádio V2 as raízes laterais proliferam-se rapidamente nos primeiros 15 cm de solo entre as linhas de plantas. No estádio V5 já ocupam completamente o solo situado entre as linhas. Em razão dessas raízes estarem crescendo perto da superfície do solo, o cultivo para controlar plantas daninhas deve ser raso.
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Fonte das informações: IPNI.
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.