Autores: Felipe Leandro Felipim Ferrazza1; Douglas Tiago Kanieski Jacoboski2; André Gustavo Figueiro3; Maico Mantovani Tolfo4; Maicon Desconsi5; Tarcísio Samborski6 e Ricardo Tadeu Paraginski7

Introdução

A produção mundial de soja na safra de 2018/19 foi estimada em 359,56 milhões de toneladas, sendo o Brasil e os Estados Unidos os responsáveis pela maior parte da produção, seguidos pela Argentina (USDA, 2019). O produtor tem incrementado o uso de tecnologia a fim de aumentar a produtividade e, dessa forma, melhorar sua rentabilidade. Assim, a produtividade da soja evoluiu de 2.823 Kg/ha na safra 2006/07, para 3.193 Kg/ha na safra 2018/19, um aumento de 13,1% (Conab, 2019).

A semente de qualidade aliada a um bom tratamento com fungicidas e inseticidas, foram técnicas que auxiliaram este aumento na produtividade. De acordo com Krzyzanowski et al., (2018) a semente para ser considerada de alta qualidade deve ter altas taxas de vigor, germinação e sanidade, bem como garantias de purezas física e varietal (genética) e não conter sementes de plantas daninhas. O uso de sementes de alto vigor apresenta também um potencial maior de produção, chegando a índices de até 10% de aumento de produtividade (França-Neto et al., 2012).

Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a germinação e o vigor de sementes de soja sobre o efeito de diferentes tratamentos de sementes ao longo de 40 dias de armazenamento

Material e Métodos 

O trabalho foi realizado no Laboratório de Fitotecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Santo Augusto, onde foram utilizadas sementes de soja do cultivar TMG 7062 IPRO INOX, obtida da safra 2017/2018. Os tratamentos utilizados foram: Controle – sem tratamento (Tratamento 1), Piraclostrobina + Tiofanato Metilico + Fipronil (Tratamento 2), Piraclostrobina + Tiofanato Metilico + Fipronil + Cobalto Dose 1 + Molibidenio Dose 1 (Tratamento 3), Piraclostrobina + Tiofanato Metilico + Fipronil + Cobalto Dose 2 + Molibidenio Dose 2 (Tratamento 4) e Piraclostrobina + Tiofanato Metilico + Fipronil + Cobalto Dose 3 + Molibidenio Dose 3 (Tratamento 5). O volume de calda utilizado foi de acordo com as recomendações técnicas para a cultura e recomendações do produto, sendo usado água no controle, incorporado manualmente. A Dose 1 dos micronutrientes corresponde ao padrão utilizado de 0,0411 g de cobalto por Kg de sementes e 0,411 gramas de molibdênio por Kg de sementes, ambos os nutrientes solúveis em água, obtidos de produto formulado. A Dose 2 corresponde ao dobro da dose padrão utilizada. A Dose 3 corresponde ao triplo da dose padrão utilizada. Após ser realizado o tratamento das sementes, as sementes foram acondicionadas em garrafas pet transparentes com capacidade para 500 mL para simular o armazenamento em sistema hermético, e foram armazenadas na temperatura de 25ºC em câmaras BOD durante 40 dias, e as avaliações foram realizadas nos tempos, 0 (inicial), 10 dias, 20 dias, 30 dias e 40 dias de armazenamento. Após realizado o tratamento das sementes, foram realizadas avaliações da qualidade das sementes. O teor de germinação e o vigor em caixa de areia foram determinados conforme as Regras para Análises de Sementes (Brasil, 2009). Os resultados foram submetidos à análise de variância ANOVA, e os efeitos do tratamento de sementes foram avaliados pelo teste T (p≤0,05) com o programa SASM – Agri (2001).

Resultados e Discussão 

Os resultados de teor de germinação e vigor em caixa de areia de semenres submetidas a diferentes tratamentos de sementes e armazenadas durante 40 dias são apresentados nas Tabela 1 e Tabela 2, respectivamente.

Tabela 1. Teor de germinação de sementes de soja submetidas a 5 tratamento de sementes e armazenadas ao longo de 40 dias.

Tabela 2. Vigor em caixa de areia de sementes de soja submetidas a 5 tratamento de sementes e armazenadas ao longo de 40 dias.

Os resultados de teor de germinação (Tabela 1) indicam que na avaliação inicial e na de 40 dias os tratamentos tiveram variações entre si, sendo que no tempo inicial o tratamento 4 foi superior aos demais e o tratamento 3 inferior os demais ficando em um meio termo não diferindo estatisticamente, no tempo de 40 dias os tratamentos 2 e 5 foram os com maior índice e o com menor índice foi o tratamento 1 os demais ficando em um meio termo não diferindo. Nos tempos de 10 dias, 20 dias e 30 dias não houve diferença entre os tratamentos.

Os resultados de vigor em caixa de areia (Tabela 2) indicam que ao longo dos períodos de avaliação os tratamentos não variaram entre si. O vigor das sementes está diretamente relacionado com a integridade das membranas celulares (Silva et al., 2014), e caracteriza-se pela habilidade de determinado lote de sementes estabelecer plântulas normais em condições de campo (Moterle et al., 2011).

Conclusão 

Portanto o tratamento de sementes não afetou o vigor das sementes durante cada período de armazenamento avaliado individualmente.

Referências 

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Brasília: Secretaria de Defesa Agropecuária, 2009. 399p.

Canteri, M. G., Althaus, R. A., Virgens Filho, J. S., Giglioti, E. A., Godoy, C. V. SASM – Agri: Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scoft – Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, V.1, N.2, p.18-24. 2001.

Conab. Acompanhamento da safra brasileira, grãos. 2019. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/. Acesso em 04 de junho de 2019.

França-Neto, J.B.; Krzyzanowski, F.C.; Henning, A.A. Plantas de alto desempenho e a produtividade da soja. Seed News, Pelotas, Pelotas, v.16, n.6, p.8-11, nov./dez. 2012.

Krzyzanowski, F. C.; França-Neto, J. B.; Henning, A. A. A alta qualidade da semente de soja: fator importante para a produção da cultura. Londrina, PR: EMBRAPA. 2018. (Circular Técnica, 136).

Moterle, L. M.; Santos, R. F.; Scapim, C. A.; Lucca, A.; e Braccini; Bonato, C. M.; Conrado, T.; Efeito de biorregulador na germinação e no vigor de sementes de soja. Rev. Ceres, Viçosa, v. 58, n.5, p. 651-660, set/out, 2011.

Silva, V.N.; Zambiasi, C.A.; Tillmann, M.A.A.; Menezes, N.L. & Villela, F.A. (2014) – Condução do teste de condutividade elétrica utilizando partes de sementes de feijão. Revista de Ciências Agrárias, vol. 37, n. 2, p. 206-213.

USDA. Economic Reserch Service. Soja. Disponível em: https://www.ers.usda.gov/. Acesso em 23 de junho de 2020.

Informações dos autores: 

  • 1 Acadêmico de Agronomia, IF Farroupilha, Santo Augusto, RS, Brasil. Bolsista FAPERGS – Probic. Email:felipe.ferrazza@gmail.com
  • 2 Acadêmico de Agronomia, IF Farroupilha, Santo Augusto, RS, Brasil. Bolsista FAPERGS – Probic. Email:douglasjacoboski@gmail.com
  • 3 Acadêmico de Agronomia, IF Farroupilha, Santo Augusto, RS, Brasil. Bolsista FAPERGS – Probic. Email: figueiroandre97@gmail.com
  • 4 Acadêmico de Agronomia, IF Farroupilha, Santo Augusto, RS, Brasil. Email: maicotolfo@outlook.com
  • 5 Engenheiro Agrônomo, IF Farroupilha, Santo Augusto, RS, Brasil. Email:maicon.desconsi@iffarroupilha.edu.br
  • 6 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Santo Augusto, RS, Brasil. Email: tarcisio.samborski@iffarroupilha.edu.br
  • 7 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Santo Augusto, RS, Brasil. Email:ricardo.paraginski@iffarroupilha.edu.br

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