A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha.

O período foi novamente marcado por chuvas mal distribuídas e de volumes muito variáveis entre as regiões do Estado e dentro do mesmo município. Por essa razão, as lavouras estão dispares, o que pode ser observado pelas diferenças no potencial produtivo. Algumas lavouras apresentam desenvolvimento próximo à normalidade, e outras, localizadas em solos com menor capacidade de retenção de umidade, estão com graves danos e mortes de plantas.

Apesar das precipitações irregulares, houve um agravamento na estiagem em parte do Estado. A zona mais afetada na redução da produtividade compreende as regiões administrativas da Emater/RSAscar de Santa Maria e Santa Rosa. O decréscimo é intermediário nas de Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas; as perdas são menores nas de Erechim e Soledade; e não há redução nas de Caxias, Passo Fundo e Porto Alegre.

No período, algumas lavouras foram semeadas, mas sem repercussão estatística, permanecendo o índice de 98% plantados. A cultura está evoluindo rapidamente para o estádio reprodutivo, com 31% da área em floração e 9% em enchimento de grãos, onde a sensibilidade ao estresse hídrico aumenta consideravelmente.

Em termos fitossanitários, houve aumento da incidência de tripes, principalmente onde os volumes de chuvas foram menores. Os produtores aproveitaram a melhora das condições de umidade no ar para realizarem as aplicações de fungicidas. Já que a pressão de doenças é menor, os produtores estão utilizando alternativas de custo reduzido e que não comprometam a sanidade da cultura. Na Metade Sul, algumas lavouras apresentaram sintomas de oídio, a severidade de infestação é baixa. Os produtores foram recomendados a monitorar a evolução dos sintomas para avaliar a necessidade de aplicação de fungicidas.

Na regional de Bagé, houve ocorrência de chuvas irregulares no dia 21/01. De maneira geral, a cultura estava menos afetada pelos efeitos da estiagem. Porém, com a evolução das lavouras para a fase de floração, já são estimadas perdas em praticamente toda a região.

Além dos impactos diretos sobre as lavouras estabelecidas, ainda áreas a serem implantadas, que representam 7% do total estimado. Em São Borja, os produtores aproveitaram a reposição parcial de umidade nos solos para retomar o plantio e o replantio de lavouras que apresentam problemas de estande. Os volumes registrados podem ser insuficientes para a germinação, por isso é extremamente importante a ocorrência de novas precipitações nos próximos dias. Em Uruguaiana, estimase que 5% das lavouras já foram abandonadas devido aos impactos da estiagem. Em Manoel Viana, as perdas estimadas são de 35%; em Hulha Negra e Itacurubi, 30%; em Alegrete e em Maçambará, próximas a 20%; e em São Gabriel, 15%.

Na de Caxias do Sul, na maior parte da região, a cultura apresenta bom desenvolvimento, mantendo a expectativa inicial de rendimento. Contudo, há casos pontuais de lavouras onde as plantas apresentam sinais de deficiência hídrica com o murchamento de folhas.

Na de Frederico Westphalen, as lavouras apresentam baixa estatura e sintomas de déficit hídrico. Contudo, houve uma pequena melhora no desenvolvimento após as precipitações.

Na de Ijuí, as precipitações, mesmo em baixo volume e irregulares, contribuíram para o crescimento das plantas, que ainda es abaixo do esperado. As temperaturas elevadas e o sol intenso têm provocado o enrolamento e o murchamento de folhas nos horários de pico  de calor, comprometendo a eficiência fisiológica da fotossíntese e dando aspecto de planta murcha. À noite, com a diminuição da temperatura, as plantas recuperam a turgescência.

Na de Pelotas, o plantio foi encerrado. A operação foi possível pela disponibilidade de umidade nos solos, proporcionado pelas chuvas ocorridas em 13 e 14/01. No período, as chuvas foram irregulares, alcançando menor parte da região. Por causa da alta evapotranspiração, a umidade disponível se esgotou rapidamente, impactando negativamente no desenvolvimento, no florescimento e no enchimento dos grãos da cultura.
Há lavouras com falhas e diferenças no desenvolvimento, principalmente nas cultivares superprecoces e precoces.

Na de Porto Alegre, o plantio foi praticamente concluído. O desenvolvimento vegetativo é próximo ao esperado, mas há uma expectativa de perda de produtividade atribuída ao replantio de lavouras e à diminuição do estande de plantas.

Na de Santa Rosa, a área semeada passou de 97% para 98% em função dos plantios realizados em regiões que receberam chuvas nos dias 13 e 14/01. Na maior parte da Fronteira Noroeste, a situação das lavouras se agravou pela permanência de tempo seco, de elevada insolação e do calor. Parte das lavouras localizadas em solos mais profundos e com maior volume de chuvas mantém o bom desenvolvimento. No entanto, as demais manifestam o aumento de sintomas de estresse hídrico. Na Região das Missões, a maior parte das lavouras necessita de um maior volume de chuvas, visto que as precipitações apenas minimizaram a situação de déficit hídrico. Porém, na maior parte das lavouras, a situação permanece crítica devido à alta evapotranspiração e à baixa umidade dos solos.

Na de Soledade, há menor ritmo de crescimento e de desenvolvimento das lavouras por conta do cenário de menor disponibilidade de umidade. A avaliação atual é de que o impacto na produtividade ainda não é significativo, pois grande parte das lavouras foram semeadas recentemente e estão em fase vegetativa. Também se considera o hábito de crescimento indeterminado das lavouras em floração, que podem compensar pequenos estresses hídricos.

Programa Monitora Ferrugem RS

Laudo da presença de esporos da ferrugem asiática O laudo apresenta os resultados do monitoramento de esporos do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja, em Unidades de Referência Técnica no estado do Rio Grande do Sul.

A ocorrência de esporos, no período de 09 a 15/01/23, foi relatada nos municípios das regiões Norte e Nordeste do Estado. Até o momento, não foram relatados casos de ferrugem em lavouras de soja monitoradas no Rio Grande do Sul.Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RSAscar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de 1,13%, passando de R$ 171,16 para R$ 169,23. Fonte: Informativo Conjuntural, n. 1747 – Emater/RS



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