A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade esperada é de 7.337 kg/ha, projetando uma produção de 6.102.815 toneladas.
A cultura está em implantação. As condições do tempo, mais seco e com a previsão de chuvas, concentraram a semeadura entre os dias 31/08 e 01/09. A ocorrência de chuvas nos dias posteriores favoreceu a reposição de umidade nos solos e as condições para o estabelecimento das lavouras. Porém, foi observado que a germinação e o desenvolvimento inicial ocorrem de forma mais lenta em função das baixas temperaturas nos solos.
Nas lavouras já estabelecidas, as geadas, de modo geral, causaram danos foliares sem provocar morte de plantas e afetar o estande de lavouras. Contudo, podem ter ocorrido danos pontuais a serem dimensionados pelos técnicos nos próximos dias.
No aspecto fitossanitário, seguiu elevada a infestação de cigarrinhas nas lavouras já emergidas, com grande presença de insetos capturados nas armadilhas de monitoramento. Os controles foram efetuados, e os resultados foram muito variáveis, tendendo a insatisfatórios.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em São Borja, com as condições de tempo favoráveis, 90% das lavouras já foram implantadas, e as primeiras lavouras estabelecidas já receberam aplicações de inseticidas para o controle de cigarrinha. Alguns produtores aproveitaram as chuvas para realizar a primeira adubação em cobertura com nitrogênio.
Em Maçambará, 70% da área estimada foi plantada. Com o frio, foi percebido menor velocidade de germinação e emergência, além de queima das primeiras folhas em algumas partes das lavouras, afetadas por geadas. De maneira geral, o estande de plantas não foi comprometido, pois a geada foi classificada como de baixa intensidade.
Na regional de Caxias do Sul, a semeadura começou a se intensificar nos municípios de menor altitude, e, ao mesmo tempo, prosseguiram os trabalhos para o preparo de áreas para a semeadura. Nos Campos de Cima da Serra, as primeiras áreas já foram dessecadas e estão à espera de receber as sementes, que, em princípio, chegarão apenas na segunda quinzena de setembro.
Na de Frederico Westphalen, a ocorrência de precipitações, de forma geral, na região, repôs a umidade nos solos e permitiu a intensificação da semeadura em municípios com temperaturas mais elevadas. Nessa mesma microrregião, também iniciou a primeira parcela de adubação em cobertura nos cultivos com estabelecimento mais antigo. Contudo, a maior área destinada ao cereal está em preparo, com dessecação da vegetação de cobertura.
Na de Ijuí, os trabalhos foram intensos na semeadura, que alcançou 46% da área projetada. As temperaturas aumentaram o tempo de germinação e emergência das plantas, e, proporcionalmente, também os riscos de degradação de sementes e o ataque de pragas. A geada que ocorreu, no amanhecer do dia 04/09, causou requeima nas folhas onde o fenômeno climático foi mais intenso, danificando o estabelecimento inicial das plantas. A extensão dos danos será avaliada.
Na de Pelotas, prosseguiu a entrega de sementes de milho do Programa Troca-Troca nos municípios da região. Há tendência de aumento do cultivo de milho nas áreas planas, em rotação com o arroz irrigado e a soja, todos com irrigação suplementar.
Na de Santa Rosa, o movimento de máquinas para a semeadura foi intenso, e a área plantada alcançou 68% da estimada. As lavouras semeadas na primeira semana de agosto apresentaram boa germinação, uma adequada população de plantas e satisfatório desenvolvimento inicial. Entretanto, uma pequena parte das lavouras recebeu chuvas torrenciais após o plantio, e a germinação não foi uniforme.
As temperaturas mais elevadas, em parte do período, favoreceram o desenvolvimento e a substituição das folhas afetadas pelas geadas anteriores. No aspecto fitossanitário, a alta incidência das cigarrinhas exigiu monitoramento constante, pois estas foram observadas, mesmo em áreas com rotação de culturas e que já receberam dois ou mais tratamentos com inseticidas químicos. Também onde foi realizada a aplicação de inseticidas biológicos, o controle foi insuficiente.
Na de Soledade, o período foi de condições climáticas favoráveis à semeadura da cultura. No Vale do Rio Pardo, a área semeada alcançou 60%, e, em regiões altas, com tempo mais frio, a semeadura seguiu lentamente. Por conta das ondas de frio, as lavouras de milho apresentam crescimento e desenvolvimento lento, porém sem impactos no potencial de produção.
As geadas que ocorreram na semana se concentraram em partes altas da região, e, nesses locais, as poucas lavouras foram implantadas e recém estão em emergência. Seguiu o preparo do solo com dessecação de áreas para a semeadura da cultura.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio aumentou 0,61%, passando de R$ 83,96 para R$ 84,47.
Fonte: Emater/RS – ASCAR – Informativo Conjuntural – nº 1727