A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares.

No período, houve um rápido avanço da colheita, que alcançou 27% da área cultivada. A operação de colheita foi realizada em três situações: em lavouras que finalizaram o processo de maturação; em plantas cuja maturação está acelerada pela estiagem; e como opção dos produtores que queriam liberar as lavouras para novos cultivos, apesar de a umidade dos grãos estar acima da ideal.

No período, foi realizada nova avaliação dos efeitos da estiagem. A estimativa de produtividade mantevese na região administrativa da Emater/RSAscar de Caxias do Sul; perdas na de Porto Alegre; houve aumento de perdas nas regiões de Erechim, Ijuí Lajeado e Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa; e são graves nas de Bagé, Frederico Westphalen e  Santa Maria.

Nas regiões mais afetadas, houve abandono de lavouras, liberandoas para o consumo dos animais. Os produtores que financiaram o cultivo aguardaram a anuência dos peritos para o aproveitamento da massa verde na forma de silagem. As lavouras irrigadas apresentam potencial satisfatório, embora também sofram efeitos adversos das altas temperaturas e  das elevadas taxas de evapotranspiração, que excedem a capacidade de reposição de água pelos pivôs, carretéis ou sulcos.

Em termos fitossanitários, prosseguiu o monitoramento da lagarta do cartucho e da cigarrinha do milho; para esta há necessidade de controle químico em lavouras recémimplantadas.

Na região administrativa de Bagé, a cultura é a que apresenta perdas de maior monta. Na Fronteira Oeste, o cenário está consolidado, e os prejuízos são superiores a 50% na maior parte das lavouras. No entanto, as perdas alcançam 75% em Manoel Viana e em Santana do Livramento. Em São Borja, a colheita avançou, chegando a 80% da área. A manutenção de preços, que são considerados satisfatórios, compensa, em parte, os prejuízos.

Na de Caxias do Sul, a expectativa de rendimento é semelhante à expectativa inicial, pois as chuvas, mesmo em menor índice pluviométrico, foram recorrentes nos municípios com maiores áreas de cultivo, e as plantas apresentam espigas com boa polinização e granação. No entanto, em alguns municípios, há perdas pontuais significativas decorrentes da má distribuição das precipitações.

Na de Erechim, a ocorrência de chuvas, no período anterior, proporcionou efeito positivo nas lavouras que apresentavam um desenvolvimento mais atrasado, porém acentuaramse os danos onde não houve precipitações.

Na de Ijuí, a colheita se concentra na Região Celeiro, onde os danos da estiagem foram menores. No Alto Jacuí, as lavouras estão em estádio de enchimento de grãos, e a produtividade está bastante afetada pelo baixo número de grãos por espiga.

Na de Pelotas, houve a retomada de plantios depois da ocorrência de chuvas no período anterior, mas ainda há uma área significativa a ser implantada nas regiões com predomínio da agricultura familiar. Nas lavouras mais antigas, os danos são irreversíveis. E, como consequência, poderá haver falta do cereal no mercado regional, obrigando as importações de outras regiões. A produção deve ser 90% menor em Capão do Leão e em Pedro Osório, e 80% em Santana da Boa Vista. Caso as chuvas se regularizem, parte dos produtores deverá reimplantar a cultura nas mesmas áreas para minimizar o problema.

Na de Santa Maria, a semeadura foi suspensa em função da falta de umidade nos solos, e possivelmente não será possível plantar toda a área inicialmente prevista, pois o período de Zoneamento Agrícola se estende até o final de janeiro em alguns municípios da região, e em outros já se encerrou. Cerca de 10% das lavouras foram colhidas, e a produtividade obtida é pouco superior a 2.500 kg/ha.

Na de Santa Rosa, houve um incremento de 5% no plantio após as chuvas ocorridas em 12, 13 e 21/01, alcançando 92% da área projetada. A semeadura deverá ser concluída até o final do mês, caso se mantenha o teor de umidade nos solos para proporcionar uma boa germinação. A colheita foi intensificada e supera 70%. Há lavouras que estão encerrando o ciclo naturalmente, e outras em maturação antecipada em decorrência do calor e da falta de umidade.

Na de Soledade, as lavouras implantadas no cedo (agosto e setembro) estão encerrando o ciclo ou em colheita. Estimamse perdas em 25% a 30% nesses cultivos, considerando que, na maior parte, a produtividade é próxima a inicial, e em menor parte há perdas significativas, com encaminhamento de Proagro. Já as lavouras com semeadura no período intermediário e as mais tardias do ZARC (póstabaco, pósfeijão safra e milho safra silagem) apresentamse em desenvolvimento vegetativo, são menos afetadas pelo estresse hídrico e têm potencial de recuperação com a regularização das chuvas. Os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura e o controle de plantas invasoras prosseguiram no período de forma pontual.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RSAscar no Estado, o valor médio decresceu 0,14%, passando de R$ 86,48 para R$86,36. O produto disponível em Cruz Alta mantevese em R$ 89,00. Fonte: Informativo Conjuntural, n. 1747 – Emater/RS



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