Dois fatores principais influenciaram os preços da soja no mercado de Chicago desta semana e tendem a continuar influenciando nas próximas:
a) INCERTEZA QUANTO À PRODUÇÃO AMERICANA DE SOJA:
As precipitações ocorridas durante a semana em algumas regiões do Meio Oeste foram um fator baixista no início do período. Esta tendência foi aprofundada pela divulgação de uma melhora de 1% nas condições das lavouras, reportada pelo USDA, quando o mercado não esperava alterações. Contudo, durante a semana, os relatórios da caravana ProFarmer reverteram a tendência, com a contagem da quantidade de vagens abaixo da média dos últimos 3 anos;
b) APROFUNDAMENTO DA GUERRA COMERCIAL EUA-CHINA:
O Ministério Chinês anunciou que, a partir de 1º de Setembro, vai aumentar de 25% para 30% as tarifas de importação sobre a soja americana, ao que Trump respondeu com a ordem para todas as empresas americanas se retirarem da China e voltarem a produzir nos EUA. Tudo isto afasta para bem longe a possibilidade de um acordo e de redução dos altíssimos estoques de soja americana a curto prazo.
Já no mercado brasileiro outros dois fatores também se mostraram muito fortes e tendem a continuar assim:
a) OS PRÊMIOS voltaram a subir forte, compensando parcialmente as grandes quedas de Chicago
Para outubro, por exemplo, passaram de +145U da semana passada para algo ao redor de + 180U nesta sexta-feira, uma alta de 40 cents/bushel, equivalente a mais que um limite de alta na Bolsa. Foram eles que permitiram aos preços finais em reais da soja sobre rodas nos portos subirem 1,27% na média, nesta sexta-feira;
b) O DÓLAR, que teve uma altíssima valorização de 3,0% durante a semana
Justamente em decorrência dos problemas da guerra comercial entre EUA e China, que podem desregular a economia mundial (70% da cotação do dólar no Brasil é feito por fatores externos e somente 30% por fatores internos).
Mas, a cotação da moeda americana também foi afetada pelos possíveis problemas que a discussão sobre a Amazônia pode acarretar sobre as exportações brasileiras.
RECOMENDAÇÃO: Numa época em que está se preparando o plantio no Brasil e diante do quadro acima exposto, nossa recomendação é que aumente a área plantada o máximo que se puder, porque, assim, o país poderá dar garantias à China de abastecimento total, uma vez que a demanda daquele país foi reduzida devido ao abate de suínos e ficou adequada à oferta sul-americana.
Fonte: T&F Agroeconômica