No dia 11 de maio, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Roberto Pedroso de Oliveira, participou de audiência pública da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, representando o diretor-presidente da Embrapa, Celso Moretti. O tema do encontro foi a efetivação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) e a crise no abastecimento de insumos para o plantio da safra 2022/2023 em função do conflito entre Rússia e Ucrânia.
A audiência pública foi promovida pela Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacional, de proposição da deputada Patrícia Alba. A atividade ocorreu de forma híbrida, no Palácio Farroupilha e via sala virtual. A participação de Pedroso foi remota. Também participaram os ex-presidentes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o senador Luis Carlos Heinze e o deputado federal Alceu Moreira; e o ex-ministro e deputado federal Aldo Rebelo.
Contribuições da Embrapa
De início, Pedroso apresentou um breve contexto sobre a agricultura nacional, principalmente no âmbito da dependência por insumos agrícolas, como os fertilizantes, que são responsáveis por complementar a oferta de determinados nutrientes às plantas. Ele também falou sobre os objetivos estratégicos do PNF.
Na sequência, abordou algumas contribuições da Embrapa na área dos fertilizantes frente a esses objetivos. Primeiramente, mencionou a promoção, neste ano, da Caravana Embrapa FertBrasil como forma de aumentar a eficiência do uso de fertilizantes. Após, falou sobre entregas na área de biofertilizantes, como o BiomaPhos – primeiro inoculante nacional que aumenta a absorção de fósforo pelas culturas e, assim, a produtividade.
Pedroso ainda mencionou as pesquisas com adubos organominerais, que combinam fertilizantes minerais com adubos orgânicos, como estercos resultantes da cadeia produtiva animal; com remineralizadores/pós de rocha, realizadas pela Embrapa há cerca de 15 anos; e com uso de fertilizantes nanoestruturados – nanotecnologias que liberam adubo para as plantas de forma controlada, reduzindo custos e melhorando a eficiência do uso de nutrientes.
Plano Nacional de Fertilizantes
Lançado em março deste ano, o PNF é uma estratégia do Governo Federal para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes, mas também para dar visibilidade a produtos emergentes. O documento serve como referência para planejamento do setor até 2050, de forma a promover o desenvolvimento dos diferentes elos do agronegócio nacional.
Atualmente, o país ocupa a 4ª posição mundial do consumo global de fertilizantes (8%), sendo que cerca de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos. A meta é diminuir esse volume para 45% até 2050, mesmo com aumento na demanda por fertilizantes nesses próximos 28 anos.
Fonte: Embrapa