Um estudo realizado em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, mostrou que os fluxos de metano e de óxido nitroso variam de acordo com o horário do dia. Os arrozais irrigados por inundação são importantes fontes de gases de efeito estufa, principalmente de metano. A emissão de óxido nitroso ocorre também, porém em menor proporção sob estas condições.

Foto: Magda Lima

Em geral, os fluxos médios de óxido nitroso em estádios da fase reprodutiva do arroz ocorreram entre as 21h e 1h, e por volta das 11h. Os fluxos médios no pousio foram observados por volta das 23h e das 11h. Os fluxos de metano nos estádios R2 (emborrachamento) e R5 (grão leitoso) ocorreram de modo relativamente constante ao longo do dia, permitindo amostragens em qualquer horário. No estádio R8 (grão maduro), na pós-colheita e no pousio os fluxos foram próximos a zero, com o solo já drenado.

De acordo com a pesquisadora Magda Lima, da Embrapa Meio Ambiente, os resultados mostram a importância de determinar o melhor horário para amostragem de gases em diferentes estádios de desenvolvimento do arroz e na pós-colheita e pousio, para evitar sub ou superestimativas dos fluxos médios, reduzindo as incertezas de estimativas de fluxos sazonais. Deve-se enfatizar que esses resultados são específicos para a área estudada e podem ser influenciados pelo tipo de solo, manejo do campo, clima, cultivar de arroz e condições ambientais.

Condições anaeróbias do solo geram metano

No Brasil, mais de 80% da produção de arroz é proveniente de zonas úmidas, onde o sistema básico de cultivo é a irrigação por inundação. As condições anaeróbias do solo neste tipo de manejo levam à geração de metano como produto da matéria orgânica em decomposição por microrganismos metanogênicos.

O óxido nitroso, por outro lado, em condições de anaerobiose, resulta do processo de desnitrificação. Contudo, a emissão de óxido nitroso a partir do arroz inundado pode ser menor do que em outros tipos de ecossistemas, uma vez que sob prolongada inundação do solo, o gás tende a ser reduzido a nitrogênio. As emissões de óxido nitroso foram maiores no pousio, mas também nos estádios de emborrachamento e de grão leitoso, quando as temperaturas do solo e da água estavam mais elevadas.

Dados sobre a variação diurna e noturna dos gases de efeito estufa em sistemas de produção de arroz são escassos no Brasil, sendo principalmente relacionados a fluxos de metano e a variedades específicas. Este estudo apresenta também, de forma inédita, dados sobre o padrão de emissão do óxido nitroso ao longo de 24 horas (dia e noite), sob condições de inundação. O estudo completo foi publicado na Revista Agronomia Colombiana.

Fonte: Embrapa



 

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