As exportações de arroz (base casca) no ciclo 2024/25 totalizaram 1,217 milhão de toneladas, uma queda de 5% em relação à temporada anterior. Os embarques efetivos (MDIC) foram ainda menores, atingindo 1,208 milhão de toneladas, um recuo expressivo de 26%.
De acordo com o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a redução foi impactada por problemas logísticos e climáticos, que afetaram a colheita no Sul do Brasil, limitando a disponibilidade do grão. Além disso, a janela de exportação encurtada e a entrada da safra dos Estados Unidos em setembro pressionaram os preços e reduziram a competitividade do cereal brasileiro.
“Apesar do câmbio favorável, com o dólar acima de R$ 5,30 durante a maior parte da temporada e chegando a R$ 6,00 no final de 2024, a oferta restrita limitou os volumes exportados. Estoques elevados nos principais mercados e preços agressivos dos concorrentes também dificultaram a inserção do arroz brasileiro no comércio global”, apontou o analista.
Segundo Oliveira, agosto foi o mês de maior movimentação, com 192,6 mil toneladas embarcadas, superando o mesmo período de 2023. No entanto, no início de 2025, os embarques ficaram abaixo dos volumes do ciclo anterior, confirmando uma tendência de desaceleração. Conforme o consultor, o segmento de quebrados se destacou, mantendo boa demanda no mercado internacional, especialmente para processamento industrial e alimentação animal.
“A análise do ciclo 2024/25 aponta que a queda nas exportações foi resultado da oferta limitada, forte concorrência internacional e desafios operacionais. Para os próximos períodos, será essencial acompanhar a evolução da colheita, a competitividade do arroz brasileiro e as tendências da demanda global”, concluiu.
Fonte: Ritiele Rodrigues / Safras News