Os desafios e oportunidades do financiamento climático na agricultura estarão no centro das discussões da Conferência Internacional da Mesa Global da Soja Responsável (Round Table on Responsible Soy Association – RTRS). O encontro será realizado nos dias 17 e 18 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, e reunirá representantes de toda a cadeia de suprimentos do setor.

Na oportunidade, o cientista de Clima e Sistemas Alimentares da Aliança da Biodiversidade Internacional e do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), Ciniro Costa Júnior, abordará como os sistemas agrícolas podem se adaptar às mudanças climáticas, reduzir emissões e aumentar a eficiência produtiva alinhadas a novos mercados e desafios futuros.

Com mais de 15 anos de experiência em pesquisas sobre solos e mudanças climáticas, Costa atua a partir da sede global do CIAT, na Colômbia, integrante do CGIAR, a maior rede de pesquisa agropecuaria no mundo.

No seu dia a dia, ele apoia programas globais do CGIAR, governos, fundos, bancos de desenvolvimento e o setor privado com estratégias e a implementação de tecnologias que integrem mitigação, adaptação e aumento de resiliencia e produtividade. “Esses esforços são concebidos estrategicamente para atrair financiamento climático, impulsionar a adoção em larga escala e gerar novas oportunidades para produtores, comunidades rurais e cadeias de valor”, realça Costa.

Na sua apresentação, o cientista detalhará o conceito de investimento na própria cadeia (insetting), modelo que permite às empresas investirem em suas cadeias produtivas para integrarem reducao de emissões como co-benefícios do aumento de eficiencia, resiliencia e produtividade, fortalecendo competitividade e credibilidade. “Ao contrário do modelo tradicional de compra de créditos de carbono (offseting), que muitas vezes não se relaciona diretamente com a operação da empresa, e, por isso, dificulta o escalonamento e pode elevar o risco reputacional”, explica.

Segundo ele, o conceito insetting gera impactos reais na produção e na resiliência dos produtores, além de abrir oportunidades de mercado para cadeias certificadas como a soja RTRS.

“A certificação RTRS já fornece uma estrutura sólida de coleta e verificação de dados, que pode ser ampliada com indicadores climáticos, oferecendo vantagens estratégicas para empresas e produtores”, realça Costa.

Atualmente, destaca o cientista, entre os avanços da cadeia da soja, as práticas como plantio direto, agricultura de precisão e sistemas integrados, como o lavoura-pecuária-floresta (ILPF), estão elevando a sustentabilidade e reduzindo as emissões de forma significativa.

“O engajamento da cadeia depende de simplificação e custo-efetividade, de modo que os produtores percebam benefícios tangíveis e redução de riscos reputacionais, criando um ciclo positivo de sustentabilidade e competitividade no mercado global”, encerra Costa.

Sobre a RTRS

Fundada em 2006 em Zurique, na Suíça, a Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS, na sigla em inglês) é uma associação internacional sem fins lucrativos que estabelece padrões competitivos e confiáveis e desenvolve soluções para promover a produção, o comércio e o uso de soja sustentável.

Como uma mesa redonda global multissetorial, a RTRS atua por meio da cooperação entre os diversos atores da cadeia de valor da soja — da produção ao consumo — oferecendo uma plataforma global de diálogo multilateral sobre soja responsável.

Como provedora de soluções, a RTRS desenvolve padrões de certificação para a produção de soja e para a cadeia de custódia, além de ferramentas como a Plataforma Online — que permite o rastreamento e o registro das certificações RTRS, dos volumes de produção e do material certificado — e a Calculadora de Pegada de Soja e Milho, entre outras ferramentas.

Mais informações: https://responsiblesoy.org/

SERVIÇO

Conferência Internacional RTRS

Data: 17 e 18 de setembro

Local: Expo Center Norte, em São Paulo (SP)

Mais informações: rtrsconference.org.

Fonte: Assessoria de Imprensa RTRS



 

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