Os enfezamentos do milho têm causado grandes danos na cultura, reduzindo significativamente a produtividade das lavouras afetadas. Conforme destacado por Sabato; Barros; Oliveira (2016), os danos podem ser superiores a 70%, dependendo da sensibilidade da cultivar.
Os enfezamentos são transmitidos ao milho pelo vetor Dalbulus maidis, popularmente conhecido como cigarrinha do milho. Logo, uma das principais medidas de controle da doença é reduzir a população do vetor. O controle da cigarrinha pode ser realizado pelo tratamento de sementes e aplicação de inseticidas registrados para a cultura junto ao MAPA.
Infelizmente o tratamento de sementes confere apenas proteção inicial ao milho em virtude do baixo efeito residual. Sendo assim, deve-se controlar as cigarrinhas durante o período crítico de incidência da praga no milho, compreendido da emergência a V5.
Além do controle químico, o manejo e controle eficiente de plantas daninhas e milho voluntário durante o período entressafra, assim como a padronização da data de semeadura são importantes ferramentas para a redução da ocorrência dos enfezamentos no milho. Não menos importante, a genética da cultivar pode apresentar relação direta com a tolerância aos enfezamentos, sendo uma interessante ferramenta para o manejo dos enfezamentos.
Conforme observado por Cota et al. (2018), existe variação entre genótipos de milho quanto a resistência aos danos causados pelos enfezamentos. Avaliando a resistência de alguns genótipos aos enfezamentos, os autores observaram diferenças significativas entre as cultivares de milho.
Cota et al. (2018) avaliaram a produção de milho e os danos em decorrência dos enfezamentos, conforme escala de danos. As notas médias de severidade da doença variam de 1,5 (plantas com poucos sintomas) a 5 (mais de 75% das plantas com sintomas). Com base nos resultados obtidos, os autores destacam ter observado variação da produtividade observada de 321,6 kg ha-1 a 8.114,4 kg ha-1, e que os genótipos que produziram menos apresentaram maior nota de danos, corroborando a capacidade dos enfezamentos em reduzir a produtividade do milho.
Figura 1. Produção de grãos (A) e Notas de enfezamento (B) em genótipos de milho plantados em Sete Lagoas-MG. Barras verticais representam o desvio padrão das médias. Para as notas de severidade, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott & Knott P=0,05).

Resultados similares, que demonstram a influência da genética na resistência da cultivar aos danos causados pelos enfezamentos em milho foram obtidos por Hoelscher (2020). A autora avaliou diferentes híbridos de milho quanto a intensidade de danos, a campo, ao complexo dos enfezamentos.
Os resultados obtidos por Hoelscher (2020) demonstram haver significativa diferença entre híbridos de milho, alguns se sobressaindo a outros quanto a resistência aos enfezamentos, demonstrando a importância do adequado posicionamento de cultivares no manejo dessas doenças. Dessa forma, fica nítida a importância de se utilizar a resistência da cultivar aos enfezamentos a favor do manejo das doenças, visando reduzir perdas produtivas. Logo, pode-se dizer que o posicionamento de cultivares é essencial no manejo dos enfezamentos do milho.
Referências:
COTA, L. V. et al. RESISTENCIA DE GENÓTIPOS DE MILHO AOS ENFEZAMENTOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 247, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194219/1/circ-247.pdf >, acesso em: 03/02/2022.
HOELSCHER, G. L. HÍBRIDOS DE MILHO (Zea mays L.) E INTENSIDADE DE DANOS, A CAMPO, AO COMPLEXO DE ENFEZAMENTO. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2020. Disponível em: < http://tede.unioeste.br/handle/tede/5526 >, acesso em: 03/02/2022.
SABATO, E. O.; BARROS, A. C. S.; OLIVEIRA, I. R. CENÁRIO E MANEJO DE DOENÇAS DISSEMINADAS PELA CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa Milho e Sorgo, Cartilha, 2016. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1059085/1/Cenariomanejo1.pdf >, acesso em: 03/02/2022.
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