A fotossíntese consistem basicamente na absorção de gás carbônico atmosférico (CO2) e água, e por meio de processos bioquímicos resulta na produção de energia para a planta (ATP) e oxigênio (O2), sendo a radiação solar a principal fonte de energia para o processo.

Foto de capa Fonte: TAIZ et. al, (2017)

Segundo TAIZ, et. al, (2017), a absorção da clorofila se dá principalmente nos comprimentos de onda cerca de 330 e 660 nm do espectro luminoso, a baixa absorção da luz verde na faixa intermediária resulta na reflexão da cor verde o que dá as plantas a característica coloração verde.

Figura 1. O espectro solar e sua relação com o espectro de absorção da clorofila.

A curva (A) representa a emissão de energia pelo sol em função do comprimento de onda. A curva (B) é a energia que atinge a superfície da Terra. Os íngremes vales na região do infravermelho além dos 700 nm representam a absorção da energia solar pelas moléculas na atmosfera, principalmente vapor de água. A curva (C) é o espectro de absorção da clorofila, a qual absorve fortemente nas regiões do azul (cerca de 430 nm) e do vermelho (cerca de 660 nm) do espectro. Devido à pouca eficiência na absorção da luz verde na faixa intermediária da região do espectro visível, parte dela é refletida para o olho humano e dá às plantas sua coloração verde característica.
Fonte: TAIZ et. al, (2017).

Observe que conforme destacado por TAIZ et. al, (2016) e observado na figura 1, os picos de absorção da clorofila pra o processo fotossintético estão em aproximadamente 430 e 660 nm. Isso quer dizer que nem todo espectro da radiação solar é aproveitado pelas plantas.  Tendo conhecimento dessa informação e sabendo da relação direta da radiação solar com o processo fotossintético das plantas, é possível pensar em estratégias que possibilitem o aumento da eficiência desse processo visando o aumento da produção de energia para a planta e consequentemente o aumentar da produtividade.

Uma das alternativas, é a adoção da iluminação artificial como forma de suplemento à radiação solar, fato que já é realidade em cultivos protegidos como na produção de hortaliças e culturas de maior valor agregado.

No cultivo do tomate por exemplo, ALBUQUERQUE (2014) destaca que uma pesquisa realizada pela ESALQ testou a eficiência da iluminação artificial no cultivo do mini tomate cultivar Sweet Grape e os resultados apontam aumento de 15% da produtividade (DE OLHO NO CAMPO). Além do aumento da produtividade, o aumento da qualidade também é observada com o emprego da iluminação artificial em culturas como a alface, onde a porcentagem de alfaces descartadas por má qualidade passa de 50% para 10% com o emprego da técnica. (ÉPOCA NEGÓCIOS).

Com o avanço da tecnologia, lâmpadas de LED permitem economia de energia na utilização da iluminação complementar artificial, além disso, é possível utilizar lâmpadas com comprimento de onda específico aos níveis de maior absorção de clorofila, aumentando a eficiência do processo fotossintético.

Figura 1. Lâmpadas de LED utilizadas para complementação da radiação solar por meio da iluminação artificial.

Fonte: STARTAGRO.

De maneira geral, a complementação da radiação solar por meio da iluminação artificial pode melhorar a produtividade das culturas principalmente quando trabalhada em períodos nublados ou como forma de complemento por meio de iluminação noturna. Pensando em grandes culturas com soja, milho, feijão, entre outras, a elevada área de produção dificulta o emprego da iluminação complementar, especificamente por necessitar de estruturas apropriadas. Entretanto, novas tecnologias estão disponíveis para a utilização da iluminação complementar em grande escala e uma delas é a utilização de pivôs de irrigação. Os pivôs server como fonte para suporte das lâmpadas, possibilitando abranger maiores áreas.

Figura 3. Pivô utilizado para iluminação complementar.

Foto: Adriana Mendes
Fonte: GRUPO FIENILE

Cabe destacar que a tecnologia pode ser uma fonte de incremento da produtividade das culturas agrícolas, especialmente para as culturas intensivas. Entretanto, embora a relação da iluminação esteja intimamente relacionada ao processo fotossintético das plantas, a execução de estudos utilizando a tecnologia é fundamental para comprovar e eficácia do métodos, sua viabilidade econômica e técnica.


Confira também: Fotossíntese, o motor verde da vida na Terra


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Referências:

ALBUQUERQUE, C. PESQUISA DA ESALQ TESTA A EFICIÊNCIA DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NO CULTIVO DE HORTALIÇAS. De Olho no Campo, 2014. Disponível em: < http://www.deolhonocampo.com.br/2014/10/inter-lighting-gepol-esalq-led-estufa-tomate.html>, acesso em: 10/07/2020

ÉPOCA NEGÓCIOS. LED FAZ CRESCER VERDURAS DE QUALIDADE COMO NENHUMA OUTRA TECNOLOGIA. Época Negócios, disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Energia/noticia/2014/08/led-faz-crescer-verduras-de-boa-qualidade-como-nenhuma-outra-tecnologia.html>, acesso em: 10/07/2020.

GRUPO FIENILE. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL INCREMENTE SUA PRODUÇÃO EM ATÉ 70%. Grupo Fienile, disponível em: <https://www.grupofienile.com.br/post/o-pr%C3%B3ximo-grande-salto-da-produ%C3%A7%C3%A3o-agr%C3%ADcola-mundial>, acesso em: 10/07/2020.

TAIZ, L. et. al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Ed. 6, Porto Alegre, 2016.

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