De modo geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento e começam a entrar no chamado período crítico em razão de a cultura estar na fase de espigamento. No Estado, 33% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 47% na fase de floração e 20% delas na fase de enchimento do grão. Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área brasileira de plantio com o grão.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (30% da área do Estado), que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, a cultura encontra-se em estádio reprodutivo com bom potencial produtivo médio, mas produtores mostram-se apreensivos pelo longo período com baixa umidade no solo das semanas anteriores.
O retorno da umidade no solo trouxe alento aos produtores e favoreceu a retomada do crescimento e desenvolvimento da cultura. Lavouras com baixa fertilidade e estrutura do solo inadequada apresentaram redução significativa do potencial produtivo devido ao longo período de baixa umidade.
Nestas lavouras as espigas formadas apresentam baixo número de espiguetas. Na maioria delas, o potencial produtivo ainda é bom, embora já seja saliente a ausência das condições da cultura que garantem altas produtividades. Há ocorrência moderada de pulgões, cujo controle é adequado.
A partir da aplicação de fungicidas, intensificada pelos produtores, constatou-se uma redução da infestação de oídio. Em 35% da área de 221 mil hectares, a cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (final do estádio de perfilhamento e iniciando elongação), 46% em início da floração, 18% na fase de enchimento do grão e 1% maduro para colher.
Na regional de Santa Rosa (27% da área de trigo do Estado), que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, 17% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo (iniciando a elongação), 56% em floração com emissão da espiga e 26% em enchimento de grãos. O desenvolvimento das lavouras é considerado bom, com alguns relatos isolados da ocorrência de pragas (pulgão) e doenças (oídio).
Nesta semana, os produtores realizam a segunda aplicação de fungicidas; em algumas lavouras, já será a terceira aplicação. Alguns produtores têm observado que as geadas de julho e agosto causaram problemas em áreas de cultivo mais precoce; porém, são casos isolados, inclusive em relação à solicitação de Proagro.
Em algumas lavouras, a emissão de espigas ocorre de forma bem desuniforme. Ainda cabe destacar que as fortes chuvas carrearam nutrientes, principalmente após as adubações de cobertura, o que poderá contribuir para a redução do rendimento. Apesar disso, com a manutenção da umidade do solo na fase de enchimento do grão, a tendência é a manutenção da produtividade média para a região, ou seja, acima de 2,5 toneladas por hectare.
Na regional de Frederico Westphalen (14% da área no Estado), que corresponde aos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, em 25% das lavouras o trigo está em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 55% em início da floração e 20% delas encontram-se na fase de enchimento do grão. A cultura apresenta bom aspecto visual, e os agricultores realizaram aplicações de fungicidas e adubação nitrogenada em cobertura.
Na regional de Passo Fundo (6,5% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Produção e Nordeste, 60% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 10% na fase de enchimento do grão. Os produtores monitoram pragas e doenças, realizando controle quando necessário. Em algumas lavouras mais adiantadas, são aplicados tratamentos fitossanitários preventivos.
Destaque para os municípios de Não-Me-Toque (com seis mil hectares) e Lagoa Vermelha (com quatro mil hectares), cujo rendimento em 2018 foi de 3,6 toneladas por hectare, acima da média do Estado, que é de 2,46 toneladas por hectare.
Na regional de Santa Maria (5,5% da área do Estado), que engloba os Coredes Central, Vale do Jaguari e Jacuí Centro, as temperaturas baixas, os dias ensolarados que continuaram nesta semana e o retorno das chuvas favoreceram o desenvolvimento da cultura. Muitos produtores ainda fazem os tratos culturais, tais como a adubação de cobertura e o controle preventivo de pragas e doenças.
Em média, os triticultores já fizeram duas aplicações preventivas de fungicidas e não há registro de ataque severo de pragas até o momento. Em 40% da área, o trigo encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento de colmos), 32% no início da floração e 28% na fase de enchimento do grão.
Na região, as maiores áreas estão situadas em Tupanciretã, com 14,8 mil hectares; Santiago, com 5,5 mil hectares; Júlio de Castilhos e Capão do Cipó, com estimativa de cinco mil hectares de área cultivada com trigo em cada município.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé (5,1% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, 28% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos), 32% na fase de floração e 40% na fase de enchimento do grão.
Nas lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo, os produtores ainda realizam a adubação nitrogenada; naquelas em floração, ocorre manejo sanitário, principalmente com aplicação de fungicidas para o combate do oídio e de inseticida para o controle do pulgão. Lavouras plantadas no início do período indicado pelo zoneamento já recebem o segundo tratamento preventivo.
Os municípios com maior estimativa de área cultivada com a cultura do trigo são os seguintes: São Borja, com 13 mil hectares; Itaqui, com seis mil hectares; São Gabriel, com quatro mil hectares. As lavouras em fase mais adiantada de desenvolvimento estão em São Borja, das quais 50% estão na fase de floração e 50% na fase de enchimento do grão, com expectativa média de 2,7 toneladas por hectare.
Na regional de Caxias do Sul (4% da área do Estado), que corresponde aos Coredes Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias, 64% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 26% na fase de floração e 10% em enchimento do grão. As lavouras dos Campos de Cima da Serra se encontram na fase de elongação do colmo, com boa recuperação do desenvolvimento a partir da retomada da normalidade da chuva desde o início de setembro.
Nas folhas do baixeiro, há ocorrência de oídio exigindo atenção por parte dos produtores e uso de fungicidas específicos. Nos municípios de menor altitude na região da Serra, parte das lavouras se encontram na fase de florescimento e emissão da espiga; outra parte delas, em enchimento de grãos, fase esta na qual os produtores realizam a aplicação de fungicidas para mantê-las com baixa incidência de doenças. Na regional administrativa da
Emater/RS-Ascar de Erechim (com 3,3% da área do Estado), que corresponde ao Alto Uruguai, 53% das lavouras de trigo estão na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos), 42% em floração e 5% na fase de enchimento do grão.
Produtores realizam tratamentos preventivos, principalmente em lavouras plantadas no início do período recomendado pelo zoneamento, em especial visando o oídio. Destaque para os municípios de Sertão, com quatro mil hectares; Cruzaltense, com dois mil hectares; e Ipiranga do Sul, com 1,8 mil hectares.
Na regional de Soledade (com 3% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, em 50% das lavouras da região a fase é de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e elongação do colmo), 38% delas estão em floração e 12% na fase de enchimento do grão. A ocorrência de chuvas regulares nas duas últimas semanas, associada à boa radiação solar e às temperaturas normais, beneficia a cultura.
Na maior parte da área cultivada na região, inicia a fase de espigamento/florescimento. Chuvas regulares nesta época são ideais para o trigo, uma vez que na fase de florescimento a planta é suscetível à giberela, doença de infecção floral favorecida por períodos prolongados de chuvas. As lavouras de uma maneira geral apresentam bom estado fitossanitário por conta dos tratamentos fúngicos que continuam sendo realizados. Adubações nitrogenadas em cobertura também contribuem para o bom desempenho da cultura.
Fonte: Emater/RS