A ferrugem-asiática da soja é a doença mais severa da cultura e a que demanda maior investimento dos produtores. Os fungicidas são atualmente uma das grandes ferramentas para o controle da doença, o problema, no entanto, é que a rede do Consórcio Antiferrugem, que avalia anualmente a eficiência dos fungicidas, tem identificado reduções na eficiência desses produtos.

O custo-ferrugem (perda em grãos e gasto com controle) é estimado em dois bilhões de dólares por safra (CAF, 2018), onde os danos podem acarretar em perdas de até 90% de produtividade, ocasionando lesões e a senescência prematura das folhas, reduzindo o tamanho dos grãos e causando até a ausência de vagens, reduzindo a produtividade da soja através da desfolha precoce da planta, causando redução na produção de grãos, consequentemente.


Desde o surgimento da doença no Brasil, os danos se intensificaram e as estratégias relacionadas aos produtos, doses e intervalos mudaram completamente. A cada ano surgem surpresas relacionadas à eficácia dos fungicidas utilizados no manejo da ferrugem asiática.

A perda da eficiência no controle de determinadas moléculas fungicidas é um processo natural ocasionado, entre outros mecanismos, pela pressão de seleção exercida sobre o fungo, gerada pela utilização massiva e cíclica da mesma molécula, o que provoca resistência. Entendendo esta perda, foi necessário mudar as estratégias de aplicações com a finalidade de melhorar o controle da ferrugem asiática, o que acabou elevando os custos de produção ao longo dos últimos anos.

Assim, uma das maneiras para controlar a doença é optar pela utilização de cultivares de soja com o ciclo de desenvolvimento mais curto. Desta forma, as cultivares mais precoces tendem a proporcionar maior segurança em relação às eventuais perdas. O menor tempo de exposição no campo pode reduzir até duas aplicações de fungicida.

Entre as estratégias antirresistência para o manejo eficiente da ferrugem estão:

  • Incluir todos os métodos de controle de doenças, dentro do programa de manejo integrado;
  • Utilizar sempre misturas comerciais formadas por dois ou mais fungicidas com modo de ação distintos;
  • Aplicar doses e intervalos recomendados pelo fabricante;
  • Evitar mais que duas aplicações do mesmo produto em sequência
  • Utilizar no máximo duas aplicações de produtos contendo carboxamidas por cultivo e não utilizar carboxamidas quando a doença estiver bem estabelecida.

 Pensando nisso, em trabalho apresentado e publicado nos anais da 37ª Reunião de Pesquisa de Soja, os pesquisadores Berger Neto, A.; Jaculi, A.D.; Santos, L.A.D.G.; Costa, D.H.M.; Kajihara, L.H.; Megda, F.F.; Kato, D.S.; Nascimento, F.G.; Silva, J.S.; Moraes, P.; Simino, P.R.; Revoredo, T.T.O.; Zambate, L.H.; Rodrigues, A.O.; Silva, F.M.L. e  Pereira, R.H.A. realizaram um trabalho intitulado “ Diferentes manejos com e sem mancozebe (Unizeb Gold) no controle de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) na cultura da soja”, com o objetivo de avaliar diferentes manejos de fungicidas com e sem a adição de Unizeb Gold (mancozebe 750 g/kg WG) no controle da ferrugem asiática na cultura da soja. Para acessar o trabalho completo clique aqui.

 

Esses autores concluíram com o trabalho que a utilização de Unizeb Gold em todos os manejos testados proporcionou redução da AACPD da ferrugem asiática (P. pachyrhizi) e incremento na produtividade.

Veja os resultados obtidos pelos autores nas tabelas abaixo e figuras abaixo.

Tabela 1. Descrição dos tratamentos utilizados e períodos de aplicação.

Fonte: Berger Neto et al., (2019).

Figura 1. Área abaixo da curva de progresso da doença e porcentagem de controle dos manejos utilizados. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam entre si estatisticamente (Tukey p<0,05).

Fonte: Berger Neto et al., (2019).

Figura 2. Produtividade média (saca/ha) e incremento em sacas em relação a testemunha dos manejos utilizados. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam entre si estatisticamente (Tukey p<0,05).

Fonte: Berger Neto et al., (2019).

Para acessar o trabalho completo clique aqui.



Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.


 

 

 

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