O mercado brasileiro de arroz manteve o comportamento calmo ao final da penúltima semana de fevereiro, com tendência baixista consolidada à medida que a colheita avança no Rio Grande do Sul, principal estado produtor.
Conforme o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, as indústrias seguem retraídas, limitando as compras a situações emergenciais, à espera de maior definição sobre a oferta e a demanda. “O reflexo imediato é uma liquidez reduzida e uma resistência dos produtores em aceitar preços mais baixos, prolongando a queda de braço entre compradores e vendedores”, explica.
No varejo, a demanda começa a mostrar sinais de recuperação gradual, fator que pode contribuir para um ajuste no consumo interno nos próximos meses. “A pressão sobre os preços em toda a cadeia produtiva se intensifica com a confirmação de uma safra cheia, cenário que pode favorecer o arroz na cesta de consumo das famílias, especialmente diante da alta generalizada dos preços de outros alimentos”, pontua o analista.
“Se esse movimento se consolidar, o escoamento doméstico pode absorver parte da produção, aliviando um pouco pressão baixista sobre as cotações”, pondera Oliveira.
No Mercosul, a colheita do arroz também avança. No Paraguai, cerca de metade da safra já foi colhida, com projeções entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de toneladas. Exportadores paraguaios buscam ampliar mercados para sustentar preços remuneradores na temporada, elevando a competição regional.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (20) cotada a R$ 95,91, queda de 2,45% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia um recuo de 4,61%. Em era 16,31% inferior ao mesmo período de 2024.
Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News