As cotações do trigo em Chicago, para o primeiro mês cotado, após ensaiarem uma alta no início da semana, acabaram recuando para fechar apenas um pouco acima dos níveis da semana passada. Assim, nesta quinta-feira (16) o bushel fechou em US$ 7,65, contra US$ 7,57 uma semana antes.
Nos EUA, os embarques do cereal, na semana encerrada em 09/02, atingiram a 472.327 toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. No acumulado do atual ano comercial o total alcança a 14,3 milhões de toneladas, ou seja, 2% a menos do que o registrado um ano antes, no mesmo período.
Já no Brasil, os preços melhoraram um pouco, com a média gaúcha ganhando um real sobre a semana anterior, ao fechar em R$ 78,06/saco. Em paralelo, no Paraná os preços ficaram entre R$ 89,00 e R$ 92,00/saco.
Na prática, os negócios estão bastante lentos no mercado nacional do trigo. Os moinhos estão pouco ativos no mercado local, esperando novas baixas de preço. Isso aconteceria pela necessidade de os produtores terem que vender o trigo para abrir espaço de armazenagem à safra de verão.
Lembrando que, enquanto a iniciativa privada indica uma colheita final de 9,9 milhões de toneladas de trigo no país, na safra passada, a Conab avança o volume de 10,55 milhões. Dito isso, segundo a Abitrigo, o Brasil importou 5,7 milhões de toneladas de trigo, contra 6,2 milhões no ano anterior, sendo que 4,4 milhões (77,2%) vieram da Argentina. O preço médio das importações ficou em US$ 357,94/tonelada (equivalente a R$ 111,67/saco ao câmbio de hoje). Os dois maiores Estados importadores de trigo foram o Ceará, com 1,03 milhão de toneladas, e São Paulo com 1,0 milhão. Por outro lado, o Brasil exportou 3,2 milhões de toneladas de trigo em 2022, sendo que 84% foi trigo gaúcho. No ano anterior, o Brasil havia exportado 1,1 milhão de toneladas do cereal. O valor médio atual da tonelada vendida ao exterior ficou em US$ 312,28 (equivalente a R$ 97,43/saco ao câmbio de hoje). O maior comprador do trigo brasileiro foi a Arábia Saudita (644,4 mil toneladas), seguido da Indonésia (595 mil toneladas).
Por sua vez, o Brasil importou cerca de 300 mil toneladas de farinha de trigo no ano passado, sendo que 82% do total veio da Argentina. O Estado que mais importou farinha de trigo foi Santa Catarina, com pouco mais de 73 mil toneladas, seguido do Paraná com 62,3 mil toneladas. O Rio Grande do Sul importou 27,3 mil toneladas. Em 2021 as importações brasileiras de farinha de trigo somaram pouco mais de 311 mil toneladas. Enfim, o Brasil também exportou 19,7 mil toneladas de farinha de trigo, sendo que quase 100% deste total foi adquirido pela Venezuela. O maior exportador foi o Estado do Ceará com 67% do total vendido ao exterior. Lembrando que um ano antes (2021) o Brasil havia exportado 44,8 mil toneladas de farinha de trigo. Quanto aos preços do trigo em 2022, no Rio Grande do Sul, o melhor preço foi alcançado no mês de maio, com US$ 444,00/tonelada. Já em dezembro, a tonelada havia perdido 34,2% de seu valor, fechando o mês em US$ 292,00. No Paraná, no mesmo período, a tonelada do trigo passou de US$ 461,00 para US$ 330,00, ou seja, um recuo de 28,4%.
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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).