Por T&F Agroeconômica

Análise Fundamental da Tendência de Preços.

FATORES ALTISTAS

a) Aumento da demanda por soja americana entre janeiro e março, porque justamente neste período deveriam ocorrer os primeiros embarques brasileiros de soja, mas de regiões que foram as mais afetadas pela seca (Norte e Centro-Oeste), que poderão atrasar estes embarques, mas será uma alta bem reduzida, porque passageira;

b) no Brasil, os preços podem melhorar levemente, com a redução da oferta no Centro-Oeste. O aumento previsto do esmagamento brasileiro de soja para cumprir o programa de passagem de B10 para B12 (que se referem aos percentuais e mistura de biodiesel no combustível), poderão incrementar os preços nas indústrias do Centro-Oeste, que disputarão matéria-prima com os exportadores. Mas, será uma alta leve, depois das quedas atuais então, nada que atinja os sonhos de alguns vendedores.

FATORES BAIXISTAS

a) previsão para o Centro-Oeste do Brasil é de um bom volume de chuvas nos próximos dias, o que deve trazer algum alívio para áreas que estavam mais secas;

b) na Argentina, as condições seguem bastante favoráveis, e a perspectiva é de uma recuperação após a quebra de safra de mais de 50% em 2022/23. De acordo com consultorias, o país poderá colher cerca de 50 milhões de toneladas em 2023/24, o que compensaria as perdas esperadas para o Brasil. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou na quinta que o plantio na Argentina alcançou 78,6% da área total projetada, de 17,3 milhões de hectares. Na comparação com igual período da temporada passada, os trabalhos estão 6,4 pontos porcentuais adiantados. A Bolsa disse ainda que 97% da safra apresentava condição entre normal e excelente;

c) exportações menores de soja americana: Dados de vendas externas dos Estados Unidos vieram mais próximos do piso das estimativas de analistas e, também, pesam sobre os contratos. De acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA), exportadores venderam 983,9 mil toneladas de soja da safra 2023/24 na semana encerrada em 21 de dezembro. O volume representa baixa de 51% ante a semana anterior e de 38% em relação à média das quatro semanas anteriores. A China comprou 576,8 mil toneladas do volume total. Analistas esperavam vendas totais entre 800 mil e 1,8 milhão de toneladas

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MERCADO DO DIA 29/12/2023

SOJA fechou o dia 29/12, a semana e o mês em baixa com mercado de olho na América do Sul

FECHAMENTOS DO DIA 29/12/23: O contrato de soja para janeiro24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em baixa de -0,90 %, ou $ -11,75 cents/bushel a $ 1293,50. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,08 % ou $ -14,25 cents/bushel a $ 1307,25. O contrato de farelo de soja para janeiro fechou em baixa de -1,78 % ou $ -7,0 ton curta a $ 386,00 e o contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de 0,76 % ou $ 0,35/libra-peso a $ 47,84.

CAUSAS DA BAIXA: A soja negociada em Chicago fechou o dia, a semana e o mês em queda. A safra brasileira tem sido o grande fiel da balança para as cotações em Chicago. Na última sessão do ano, pesou a previsão do tempo para o centro-oeste brasileiro, com um bom volume de chuvas. O bom andamento do plantio na Argentina também pressiona a cotação. No caso da soja, a safra cheia no país vizinho irá compensar qualquer quebra no Brasil.

As vendas externas vieram muito próximas do mínimo esperado. A última sessão de dezembro foi um bom resumo do mês, o que levou o complexo de soja a fechar o dia, a semana e o mês em queda. Com isso a soja grão caiu -0,48% ou $-6,25 cents/bushel na semana e -3,67% ou $-49,25 cents/bushel no mês. O farelo de soja perdeu -3,4% ou $-13,6 ton/curta na semana e -8,96% ou $-38,0 ton/curta no mês. O óleo de soja caiu -0,15% ou $-0,07 libra-peso na semana e -8,86% ou $-38,00 libra-peso no mês. Todos comparando a posição de janeiro24

INDICAÇÕES TÉCNICAS IMPORTANTES

SOJA-MARÇO24: Os indicadores estocásticos estão a subir de níveis sobrevendidos, o que é altista e deverá suportar preços mais elevados. A tendência de curto prazo do mercado é negativa, uma vez que o fechamento permanece abaixo da média móvel de 9 dias. A reversão diária do preço de fechamento coloca o mercado na defensiva. A configuração do mercado é um tanto negativa com o fechamento abaixo do suporte da primeira oscilação. O próximo objetivo positivo é 1333,50. A próxima área de resistência está em torno de 1321,25 e 1333,50, enquanto o primeiro suporte atinge hoje 1302,75 e abaixo a 1296,75.

ÓLEO DE SOJA-MARÇO24: Os estudos de momento ainda são de baixa, mas estão agora em níveis de sobrevenda e tenderão a apoiar a ação de reversão se esta ocorrer. A perda abaixo da média móvel de 9 dias é um indicador negativo de tendência de curto prazo. A reversão diária do preço de fechamento coloca o mercado na defensiva. É um indicador ligeiramente negativo de que o fechamento foi inferior ao número de oscilação do pivô. O próximo objetivo negativo está agora em 46,98. A próxima área de resistência está em torno de 48,63 e 49,57, enquanto o primeiro suporte atinge hoje 47,33 abaixo de 46,98.

FARELO DE SOJA-MARÇO 24: Os estudos diários estão subindo de níveis baixos e devem acelerar mais alto em um empurrão durante a primeira resistência de swing. O fechamento do mercado abaixo da média móvel de 9 dias é um indicador de que a tendência de curto prazo permanece negativa. O dia externo de baixa é um sinal negativo. O indicador de oscilação deu uma leitura moderadamente negativa com fechamento abaixo do primeiro número de suporte. A próxima meta positiva é 400,4. A área externa de resistência está em torno de 394,9 e 400,4, enquanto o primeiro suporte está hoje em 386,5 e abaixo em 383,6.

O COMPLEXO SOJA RECUOU NO MÊS, ENQUANTO O MILHO, O TRIGO E AS CARNES, SUBIRAM: As cotações da soja recuaram 3,67% no mês na CBOT e 2,22% no Brasil, segundo o Cepea. Também o farelo recuou pesados 12,71% na CBOT e 1,37% no Brasil. O óleo recuou 8,51% na CBOT e 1,30% no Brasil. E não vemos grandes possibilidades de estas cotações melhorarem ao longo do ano, diante da recuperação da safra argentina, que deverá compensar a quebra brasileira e uma demanda mundial equilibrada. Os pontos potencialmente positivos a logo prazo seriam a alta das carnes, que poderá aumentar a demanda de farelo e o aumento do percentual de biodiesel nos combustíveis, que elevará a demanda por óleo de soja.

Fonte: T&F Agroeconômica



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