Hoje vamos continuar falando sobre os métodos de controle de plantas daninhas. O controle físico não é tão conhecido como os outro métodos de manejo, porém é muito importante. Dentre os controles físicos de plantas daninhas podemos incluir:
- cobertura morta;
- solarização;
- fogo;
- inundação;
- drenagem;
- eletricidade.
A Cobertura Morta
Os restos culturais que ficam sobre o solo podem servir como uma barreira física. Essa barreira impede a emergência de sementes pequenas de plantas daninhas, pois estas possuem poucas reservas, que são insuficientes para que a plântula ultrapasse a cobertura morta. A cobertura morta também favorece sementes fotoblásticas negativas e desfavorece as fotoblásticas positivas, ou seja, as que são favorecidas pela luz no processo de germinação.
A decomposição da cobertura morta também pode liberar compostos que são conhecidos por aleloquímicos, que podem interferir negativamente na germinação e emergência de plantas daninhas.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
A Solarização
O processo de solarização consiste na utilização de coberturas plásticas com o objetivo de aumentar a temperatura do solo e causar a morte das plantas daninhas pelo excesso de calor. Para a solarização ocorrer da forma adequada, é necessário um clima quente, úmido e de intensa radiação solar com dias longos para aumentar a temperatura do solo. É preciso a presença de umidade no solo para aumentar a condução de calor e estimular a germinação do banco de sementes.
A solarização tende a ser mais efetiva na camada superficial do solo, em razão do maior aquecimento.
Fogo
O controle com o uso de fogo é um método de controle físico que já foi muito popular. O uso de fogo para o controle de plantas daninhas é feito com os queimadores ou lança-chamas.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
Os queimadores usam combustíveis derivados de petróleo e possuem uma proteção para não afetar a cultura. O fogo controla as plantas daninhas por ocasionar a coagulação e a desnaturação de proteínas, o aumento da permeabilidade de membrana e a inativação de enzimas.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
Quanto maior a planta daninha, mais calor será necessário para o controle.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
Inundação e drenagem
A inundação impede que as raízes das plantas sensíveis obtenham oxigênio para sobreviver. É um método utilizado em culturas inundadas, como o arroz. A inundação controla plantas daninhas como: tiririca (Cyperus rotundus), grama-seda (Cynodon dactylon) e capim-kikuio (Pennisetum clandestinum). A drenagem pode ser utilizada no controle de plantas daninhas aquáticas. Ao fazer a drenagem de água do ambiente, as espécies hidrófitas não conseguem se desenvolver.
Corrente elétrica
O controle de plantas daninhas com corrente elétrica é denominado de eletrocussão. Consiste na capina por meio de descarga elétrica.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
Neste sistema ocorre o contato direto dos eletrodos aplicadores com a planta daninhas.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
A eletricidade ao atingir as plantas daninhas, provoca alteração na fisiologia das plantas de forma irreversível, as quais murcham e morrem em pouco tempo.
Fonte: Oliveira e Brighenti (2018).
Referências utilizadas para este artigo:
MONQUERO, P.A. Aspectos da biologia e manejo das plantas daninhas. São Carlos: Rima, 2014.
OLIVEIRA, M.F.; BRIGHENTI, A.M. Controle de plantas daninhas: métodos físico, mecânico, cultural, biológico e alelopatia. Brasília: Embrapa, 2018.
Conclusão
No texto de hoje lembramos um pouco mais sobre os métodos de controle de plantas daninhas, vimos também como utilizar o método físico. O manejo integrado de plantas daninhas deve envolver vários métodos de controle, este é um meio de prevenir a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes à herbicidas.
Lembre-se sempre que temos os métodos preventivos, culturais, mecânicos, físicos, biológicos e químicos, quanto mais métodos utilizar mais fácil fica o manejo, mas para isso você precisa conhecer as plantas daninhas presentes na sua área, pois só assim você saberá quais os melhores métodos de controle.
Gostou do texto? Tem mais dicas sobre o controle físico de plantas daninhas? Adoraria ver o seu comentário.
Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli é Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente está cursando MBA em Agronegócios.
Amei essa página, adicionei em minhas favoritas. Tudo o que eu precisava estava a que e depois vou da uma lida nos outros conteúdos gostei do tema, amo agronomia??