E se não existisse o controle químico de plantas daninhas?
O texto de hoje é para aprendermos um pouco mais sobre outros métodos de manejo de plantas daninhas.
Sabemos que um dos principais métodos de prevenir a resistência de plantas daninhas aos herbicidas é o manejo integrado de plantas daninhas.
Quando falamos de manejo integrado em plantas daninhas, não estamos apenas nos referindo a utilizar diferentes herbicidas ou herbicidas de diferentes mecanismos de ação.
Estamos falando também sobre integrar os métodos de controle.
Hoje, são 6 os métodos de controle para plantas daninhas:
- preventivo;
- cultural;
- mecânico;
- físico;
- biológico;
- químico.
No texto de hoje vamos falar sobre o método de controle preventivo.
O que é manejo preventivo de plantas daninhas?
O manejo de plantas daninhas por meio do controle preventivo nem sempre é lembrado por nós não é mesmo?
Geralmente, fazemos o manejo preventivo sem perceber, mas é sempre bom lembrarmos quais são estes métodos e como utilizá-los a nosso favor.
O manejo preventivo tem como objetivo evitar a entrada, a disseminação e o estabelecimento de plantas daninhas, para áreas nas quais elas ainda não estão presentes.
Estas áreas podem ser podem ser um país, um estado, uma região ou uma propriedade.
Este manejo é muito importante quando falamos de espécies de difícil controle como Cyperus rotundus (tiririca), ou planta daninhas tolerantes a herbicidas como por exemplo: Commelina benghalensis (trapoeraba) e Ipomoea sp. (cordas-de-viola) tolerantes ao glyphosate.
O controle preventivo pode ser visto tanto do aspecto técnico, quanto do aspecto legal.
No caso dos aspectos legais, envolve a legislação estadual e federal.
A legislação vai estabelecer os limites que são tolerados no caso da presença de sementes de plantas daninhas.
Segue abaixo uma lista com algumas sementes de plantas daninhas nocivas toleradas segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA):
- Acanthospermum australe (carrapicho-rasteiro);
- Acanthospermum hispidum (carrapicho-de-carneiro);
- Amaranthus spp. (caruru);
- Ambrosia artemisiifolia (ambrosia);
- Avena fatua (aveia selvagem);
- Bidens pilosa (picão-preto);
- Bidens subalternans (picão-preto);
- Urochloa plantaginea (capim-marmelada);
- Brassica rapa (mostarda);
- Cardiospermum halicacabum (balãozinho);
- Cenchrus echinatus (capim-carrapicho);
- Chenopodium spp. (ançarinha-branca);
- Cirsium vulgare (cardo);
- Commelina spp. (trapoeraba);
- Conyza bonariensis (buva);
- Convolvulus arvensis (enredadeira);
- Croton glandulosus (gervão branco);
- Cyperus spp. (Exceto: Cyperus rotundus L. que está estabelecido como Semente Nociva Proibida);
- Datura stramonium (Trombeteira);
- Digitaria insularis (capim-amargoso);
- Echinochloa colona (capim-arroz);
- Echinochloa crus-galli (capim-arroz);
- Echium plantagineum (flor roxa);
- Euphorbia heterophylla (leiteiro);
- Indigofera hirsuta (anileira);
- Ipomoea spp. (corda-de-viola);
- Merremia cissoides (corda-de-viola);
- Pennisetum setosum (capim-custódio);
- Raphanus raphanistrum (nabiça);
- Rumex spp. (língua-de-vaca). Exceto: R. acetosella L. que está estabelecido como Semente Nociva Proibida;
- Senecio brasiliensis (maria-mole);
- Senna obtusifolia (fedegoso);
- Senna occidentalis (fedegoso);
- Sida spp. (guanxuma);
- Sinapis arvensis (mostarda);
- Xanthium spp. (carrapichão).
Já, as sementes de outras plantas daninhas são consideradas pela legislação como sementes nocivas proibidas:
- Cuscuta spp. (cuscuta);
- Cyperus rotundus (tiririca);
- Eragrotis plana (capim anonni);
- Hippobroma longiflora (arrebenta-cavalo);
- Rottboelia exaltata (capim-camalote);
- Rumex acetosella (língua-de-vaca);
- Sorghum halepense (capim-massambará);
- Wedelia glauca (mal-me-quer).
Quais controles são considerados preventivos?
Alguns exemplos de controle preventivo são:
- controlar as plantas daninhas durante a entressafra;
- evitar o florescimento das plantas daninhas e dispersão das sementes;
- lavar máquinas e implementos agrícolas;
- evitar o uso de esterco, palha ou composto com contenham propágulos de plantas daninhas;
- colocar animais em quarentena em área isolada logo após serem adquiridos e/ou após transferência de localidades em sistema de integração lavoura pecuária. Este processo facilita a limpeza de sementes aderidas em suas pelagens e a saída das sementes presentes no trato digestivo;
Sementes de carrapicho-de-carneiro e picão-preto são facilmente aderidas a pelagens dos animais.
Sementes de arroz-vermelho e arroz-preto. Difíceis de separar durante o beneficiamento.
Fonte: DINC.
Conclusão
No texto de hoje lembramos um pouco mais sobre os métodos de controle de plantas daninhas, vimos também como utilizar o método preventivo.
O manejo integrado de plantas daninhas deve envolver vários métodos de controle, este é um meio de prevenir a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes à herbicidas.
Lembre-se sempre que temos os métodos preventivos, culturais, mecânicos, físicos, biológicos e químicos, quanto mais métodos utilizar mais fácil fica o manejo, mas para isso você precisa conhecer as plantas daninhas presentes na sua área, pois só assim você saberá quais os melhores métodos de controle.
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Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli é Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente está cursando MBA em Agronegócios.
Muito bom o texto! Sou agrônomo e trabalho com vendas. Na minha região hoje o difícil controle de BUVA estásendo bastante presente. Temos que conscientizar os produtores que uma simples lavagem na maquina ajuda contra a disseminação de daninhas. Parabéns pelo texto!
Olá Jhonatan, que bom que gostou do texto! Muito obrigada por nos acompanhar.
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