FATORES DE ALTA
a) menor estimativa para a safra da Argentina. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu na quinta-feira sua projeção, de 56,5 milhões para 54 milhões de toneladas. Segundo a bolsa, o ajuste foi motivado pela onda de calor em fevereiro no centro da área agrícola e pelo aumento da incidência da cigarrinha- do-milho em lavouras semeadas mais tarde no centro e no norte do país. A parcela da safra de milho em condição entre normal e excelente caiu para 79%, de 83% na semana anterior. Já a parcela em condição regular ou ruim aumentou de 17% para 21%;
b) no Brasil, maior disputa entre indústrias e exportadores que deve começar em maio e se acentuar no segundo semestre. Os maiores estados produtores de carne foram os mais atingidos pela seca, de modo que se espera maior demanda interna, versus demanda externa, elevando (um pouco) os preços domésticos mais do que em Chicago, que é o contrário do que está acontecendo no primeiro semestre.
FATORES DE BAIXA
a) ampla oferta norte-americana e pelas chuvas no Meio-Oeste dos EUA. Segundo a Granar, essas precipitações são particularmente favoráveis para Iowa, o principal produtor de milho do país e o Estado que mais necessita de umidade para o início do plantio da safra 2024/25;
b) preferência por milho americano, neste semestre: Enquanto a exportação brasileira de milho em março não deve passar de 780.053 toneladas, segundo a ANE, os exportadores dos Estados Unidos relataram vendas 1,19 milhão de toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 14 de março, informou há pouco o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume representa baixa de 8% ante a semana anterior, mas alta de 10% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Os embarques do período somaram cerca de 1,529 milhão de toneladas, representando o maior volume do ano comercial, com alta de 21% ante a semana anterior e de 31% em relação à média das quatro semanas anteriores.
ANÁLISE TÉCNICA
a) Fundos de Investimento começam a reduzir suas posições de venda: Os dados semanais da CFTC registraram que os Fundos de Investimento reduziram 25 mil contratos em sua posição de milho, principalmente cobertura vendida, durante a semana que terminou em 19/03. Isso reduziu a posição líquida vendida do grupo em 12,9 mil contratos, para 242.988. Já os traders comerciais de milho fizeram o contrário: adicionaram hedges ao longo da semana, o que aumentou sua venda líquida para 45.723 contratos
Milho fechou dia em baixa com clima nos EUA, mas semana em alta com dados de exportação
FECHAMENTOS DO DIA 22/03
A cotação de maio24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -0,34 % ou $ -1,50 cents/bushel a $ 439,25. A cotação para julho24, fechou em baixa de -0,44 % ou $ -2,00 cents/bushel a $ 452,00.
ANÁLISE DA BAIXA
O milho negociado em Chicago fechou o dia em baixa, mas a semana em alta. As cotações do cereal foram pressionadas, nesta sexta-feira, por chuvas registradas na região do Iowa, aliviando parte das preocupações com o solo seco na região antes do plantio.
A navegação do Rio Mississipi, importante rota de escoamento de grãos, está em risco pelo terceiro ano consecutivo, o que pode ser um gargalo na comercialização durante a primavera americana. A forte queda da soja também refletiu sobre o milho.
No entanto, a redução na perspectiva da safra Argentina pela BCBA e uma robusta venda para o México evitaram maiores perdas. Com isso o milho de Chicago fechou a semana em alta de 0,57% ou $2,50 cents/bushel.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
SAFRA 2024/25 DE ETANOL DE MILHO DEVE ULTRAPASSAR 7 BILHÕES DE LITROS
O presidente executivo da União Nacional de Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, estimou que a safra 2024/25 do produto deverá ser de mais de 7 bilhões de litros. “Teremos a abertura de novas plantas e o funcionamento pelo ano completo de outras que foram abertas no ano passado”, disse ao Broadcast Agro durante a Conferência Internacional Unem Datagro sobre Etanol de Milho, nesta quinta-feira, em Cuiabá.
Nolasco também apontou que a safra atual deverá fechar em 6,3 bilhões de litros, em um mercado classificado por ele como de baixa rentabilidade. O presidente da Unem, porém, destacou a expansão do etanol de milho para diferentes regiões no ciclo atual. “A indústria do etanol de milho vai continuar crescendo, olhando para potenciais como o SAF (combustível sustentável para aviação)”, afirmou.
O presidente da Unem também estimou que o preço do etanol de milho pode se recuperar, influenciado pelo mercado global de açúcar. “O mercado de açúcar está superaquecido, o que tende a tornar o mix (de produção) mais açucareiro (limitando a produção do biocombustível). Com riscos climáticos na safra de cana, acreditamos que podemos ter recuperação dos preços”, avaliou.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Posições fecham em campo misto nesta sexta-feira no mercado de milho da B3
wOs principais vencimentos de milho fecharam o dia em variações mistas nesta sexta-feira (22). A contribuição principal para as altas veio do dólar, que apesar de ter trabalhado durante o período da manhã em baixa, fechou o dia recuperando, apresentando ganhos de +0,39% e fechando a R$ 4,999 na venda.
Apesar das altas, no que traders seguem atentos ao mercado climático, o dia de hoje apresentou muitas chuvas, principalmente no centro do Brasil, onde as precipitações oscilaram entre 20mm e 30mm no Goiás e Minas Gerais; e até 40mm no centro e sul do Mato Grosso do Sul. Em algumas regiões, as precipitações alcançaram 120mm, como no oeste do Paraná.
OS FECHAMENTOS DO DIA 22/03
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em variações mistas: o vencimento de maio/24 foi de R$ 60,13 apresentando baixa de R$ 0,39 no dia, baixa de R$ 0,68 na semana; julho/24 fechou a R$ 60,08, baixa de R$ 0,43 no dia, baixa de R$ 0,54 na semana; o vencimento setembro/24 fechou a R$ 61,23, alta de R$ 0,09 no dia e baixa de R$ 0,43 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica
