As chuvas no período contribuíram para melhorar a situação das lavouras no RS, mas em algumas regiões as perdas estão consolidadas (veja a seguir, nas informações específicas por região). As fases da lavoura são as seguintes: 13% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 22% em enchimento de grãos, 21% maduro e 33% já foram colhidos.

Na de Santa Rosa, maior região produtora de milho do Estado, com 15,4% da área, 73% das lavouras já foram colhidas, 8% estão em maturação, 2% em enchimento de grãos e 17% encontram-se em desenvolvimento vegetativo. A produtividade inicial média esperada foi reduzida em função da estiagem, passando de 7.666 quilos por hectare para 7.559 quilos por hectare.

Com o retorno das chuvas, as perdas de produtividade estancaram; foram pequenas nas lavouras cultivadas no cedo, a partir de agosto até meados de setembro, e um pouco maiores nas lavouras de plantio mais tardio, de final de setembro até final de outubro. As atividades de colheita do produto avançam na região, com intenso movimento de máquinas e caminhões. A produtividade obtida tem animado os agricultores por conta da rentabilidade. As áreas colhidas estão sendo semeadas com milho safrinha ou soja, e as duas culturas apresentam bom desenvolvimento.

Na região de Caxias do Sul, são cultivados 13,7% da área plantada de milho no Estado. Mesmo com a ocorrência de boas chuvas em janeiro, as lavouras implantadas mais cedo não demonstram capacidade de recuperação, apresentando perdas tanto na produção de grãos como na de silagem. Já nas lavouras mais tardias, a recuperação é satisfatória. A colheita para silagem continua intensa, e nesse período também iniciou a semeadura da safrinha, que apresenta boa germinação devido à boa umidade no solo.

Na de Frederico Westphalen, com 11,9% da área destinada à cultura no Rio Grande do Sul, as lavouras estão nos seguintes estágios: 1% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 10% em enchimento de grãos, 10% em maturação e 75% das lavouras já foram colhidas.

As lavouras cultivadas com híbridos mais precoces e semeadas até a primeira quinzena de setembro apresentam boa produtividade, variando entre 130 a 160 sacos por hectare, mas abaixo da expectativa inicial. Já as lavouras semeadas posteriormente apresentam perdas um pouco maiores e redução na produtividade. É boa a qualidade dos grãos colhidos. Alguns produtores solicitaram cobertura do Proagro.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, que corresponde a 10,3% da área de milho cultivada no Estado, a colheita avança rapidamente; já foi realizada em 77% da área da cultura, e outros 19% estão em maturação, 3% em fase de enchimento de grãos e 1% em fase final de floração. Há diminuição da produtividade, mas nas lavouras colhidas ainda se obteve a média de 123 sacos por hectare. A qualidade do produto colhido é variável; nas lavouras com maiores danos provocados pela estiagem, os grãos apresentam-se chocos e com qualidade inferior.

A regional de Soledade representa 9% da área de milho do Estado. Das lavouras da região, 39% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 10% em enchimento de grãos, 40% em maturação e 7% já foram colhidas. O milho semeado no cedo apresenta produtividades variáveis, dependendo dos volumes de chuvas nas fases de florescimento e de enchimento de grãos. Há registros de lavouras com produtividades de 130 sacos por hectare, mas a média está em cerca de 100 sacos por hectare.

Os preços mais favoráveis compensam, em parte, as perdas ocorridas. As lavouras implantadas nas restevas de fumo, milho e feijão primeira safra, tanto para grãos como para silagem, seguem com bom desenvolvimento por conta de chuvas regulares ocorridas nas últimas quatro semanas, embora em parte da região do Vale do Rio Pardo tenham sido de volumes abaixo do adequado para a época.

Nas lavouras sobre restevas, são realizados os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura, o controle de plantas invasoras em pós-emergência e controle da lagarta Spodoptera; alguns produtores fazem o controle biológico da lagarta do cartucho do milho com Trichogramma.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, a cultura ocupa 8,2% da área do Estado; das lavouras na região, 5% estão na fase de floração, 85% em enchimento de grãos e 10% já foram colhidas. A redução no volume das precipitações e a distribuição irregular na região geraram perdas na produtividade, especialmente nas lavouras em floração e em enchimento de grãos durante tais condições climáticas. Produtores solicitam vistoria a fim de comprovação de perdas para acesso ao seguro agrícola.



Na região de Erechim, com 5,7% da área do Estado, o principal estágio é o de enchimento de grãos (75%); as áreas já colhidas chegam a 20%, e a produtividade obtida tem sido abaixo da esperada, variando entre 80 e 140 sacos por hectare. Produtores solicitam vistoria a fim de comprovar perdas para acesso ao Proagro.

Na de Bagé, a cultura ocupa 5,2% da área do Estado. Nas últimas quatro semanas, o clima foi favorável para o desenvolvimento da cultura. As lavouras plantadas na segunda quinzena de janeiro apresentam bom estande e rápido desenvolvimento vegetativo inicial; as condições climáticas são adequadas para aplicações de herbicidas e fertilizantes nitrogenados, à exceção das localidades onde os níveis de umidade do solo estão reduzidos. Produtores relatam redução na incidência de lagartas nas lavouras e infestação de plantas daninhas.

Em municípios próximos a Bagé, as lavouras de milho implantadas durante novembro apresentam muito bom aspecto visual, o porte é médio, e as aplicações de herbicidas e fertilizantes nitrogenados foram eficientes. Já as lavouras estabelecidas a partir da segunda quinzena de dezembro foram mais afetadas pelas altas temperaturas e estiagem; porém as chuvas registradas com frequência semanal durante janeiro vêm auxiliando na recuperação do desenvolvimento nestas áreas.

Já em São Gabriel, há perdas nas áreas que se encontravam na fase de enchimento de grãos na época da estiagem; as lavouras destinadas à produção de silagem sofreram muito pela falta de chuva. Em Maçambará, a área plantada entre agosto e setembro está 77% colhida e não foi afetada significativamente pela seca. A colheita avança para o final, e a produtividade média estimada é de oito toneladas por hectare.

Na regional de Pelotas, a cultura representa 7% da área de milho do Estado. Neste período ainda acontecem semeaduras de lavouras do milho pós-cultivo do tabaco, que serão utilizadas principalmente para a elaboração de silagem e fornecimento da planta inteira ou picada para os animais.

Há perdas decorrentes da falta de precipitações regulares em todos os municípios, tanto em lavouras destinadas para grãos como para silagem; em alguns municípios as perdas são maiores, e os produtores cujas lavouras contam com seguro agrícola iniciaram os comunicados de perdas e solicitação de perícia junto aos agentes financeiros.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, que representa 5,5% da área da cultura no Rio Grande do Sul, 31% das lavouras estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 20% em enchimento de grão, 19% em maturação e 12% delas já foram colhidas.

Com a volta das chuvas, foi retomado o plantio do milho da segunda safra, que corresponde a 15 mil hectares, mas o período recomendado encerrou em 31 de janeiro, na maioria dos municípios da região. As lavouras da primeira safra, cuja área é de 25 mil hectares, apresentam perdas elevadas; em alguns casos chegam à totalidade da produção. O produto dessas áreas está sendo destinado à alimentação animal e provável replantio.

Na regional de Porto Alegre, com 4,4% da área de milho do Estado, as chuvas das últimas semanas atenuaram os efeitos da estiagem nas lavouras de milho e animaram os agricultores da microrregião Centro-Sul para fazer o plantio do milho safrinha (pós-fumo).

A estiagem e as altas temperaturas do final do ano, que incidiram nas fases críticas de desenvolvimento, geraram perdas irreversíveis nas lavouras atingidas. Perdas maiores foram pontualmente comunicadas, havendo casos de perda total.

Nas atingidas pelas condições climáticas adversas, algumas áreas inicialmente voltadas para a produção de grãos foram direcionadas para a produção de silagem como forma de reduzir as perdas. Outras lavouras atingidas também foram utilizadas para pastejo animal, tendo em vista o comprometimento de sua produção e da carência de pastagens para os animais.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio no Estado ficou em R$ 43,25/sc., com aumento de 3,17% em relação à semana anterior.

Na regional de Santa Rosa, o preço médio aumentou novamente, sendo cotado a R$ 42,73; em Frederico Westphalen, entre R$ 43,00 e R$ 43,50; na de Pelotas, os preços seguem entre R$ 38,00 e R$ 45,00; em Bagé, variaram entre R$ 36,00 e R$ 47,00; em Caxias do Sul, entre R$ 43,00 e R$ 50,00; em Ijuí, o preço médio foi de R$ 42,72; em Erechim de R$ 44,00; em Passo Fundo, R$ 44,00; em Soledade, chegou a R$ 43,00; em Santa Maria, o preço médio foi R$ 42,31 e em Porto Alegre, teve nova ligeira alta, sendo comercializado ao preço médio de R$ 44,00/sc.

Fonte: Emate/RS

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