FECHAMENTOS DO DIA 09/10: A cotação para dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em baixa de -0,76 % ou $ -3,75 cents/bushel a $ 488,25. A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -0,69 % ou $ -3,50 cents/bushel a $ 503,75.
CAUSAS DA BAIXA: O milho negociado em Chicago começou a semana em baixa. As condições climáticas para o avanço da colheita nos EUA estão fazendo a pressão sazonal sobre o cereal. O mercado aproveitou o balanço positivo da última semana para realizar lucros e ajustar posições antes do relatório WASDE que será divulgado dia 12. A ampla oferta de grãos brasileiros e o avanço do nosso plantio também estão pressionando a cotação.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
BRASIL: EXPORTAÇÃO DE MILHO PODE PERDER RITMO COM COLHEITA DOS EUA E RETORNO DA UCRÂNIA AO MERCADO: O ritmo das exportações de milho do Brasil poderá diminuir com o avanço da colheita do cereal nos Estados Unidos e o retorno da Ucrânia ao mercado, diz o Itaú BBA. Para o banco, a entrada do grão norte-americano pode melhorar a competitividade do produto do país, enquanto o reingresso do milho ucraniano “seria uma grande concorrência para os embarques do milho brasileiro, com possível consequência para os preços e prêmios.” Na avaliação da instituição, as exportações brasileiras estão 26% acima do ano passado. Apesar de as cotações do cereal terem caído em setembro, pelo terceiro mês consecutivo, na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês), no Brasil os preços subiram em praticamente todas as praças, destaca o Itaú BBA. Em Primavera do Leste (MT), o banco estima um incremento de 6,7% ante agosto, para R$ 38,41/saca, impulsionado pela alta do dólar ante o real e ritmo mais atrasado das vendas por parte dos produtores, o que reduziu a oferta do cereal no mercado spot. Na B3, a previsão pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de uma área plantada 4,8% menor em 2023/2024 fez com que os contratos do milho se valorizassem, afirmou em relatório. “O vencimento setembro/24 está cotado na casa de R$ 65/saca, contra a média mensal de R$ 63/saca em julho e R$ 64/saca em agosto”, afirma o banco. O Itaú BBA também vê demora na aquisição de insumos para a segunda safra de 2024. “A comercialização de fertilizantes para a segunda safra de 2024 está bem atrasada em relação à média e a rentabilidade do algodão safrinha para o ano que vem se mostra mais favorável, o que pode gerar uma migração de área do cereal para a pluma na segunda safra de 2024”, disse. O banco ainda lembra que no Rio Grande do Sul o plantio da primeira safra de 2023/24 está atrasado devido ao excesso de chuvas.
BRASIL-Seca amazônica estrangula tráfego fluvial e ameaça exportações de milho do Norte: “Há preocupação com o escoamento de parte da safra de milho, que deve levar de dois a três meses ainda”, disse o Ministério da Agricultura em um comunicado. Os piores efeitos da seca concentraram-se a oeste de Manaus, capital do Amazonas, disse o ministério, acrescentando que o baixo rio Amazonas e o rio Tapajós possuem ainda condições de navegabilidade. Mas a navegação ao longo dos afluentes superiores do rio Amazonas, muitas vezes complicada na estação seca, tornou-se especialmente difícil. Os rios da região amazônica têm sido fundamentais para os avanços logísticos pelos quais o Brasil consolidou as rotas de exportação do norte, aumentando a competitividade da potência sul-americana de grãos. No rio Madeira, o governo disse que os corredores de barcaças entre Porto Velho e Itacoatiara, onde operam empresas como Cargill, Bunge e Amaggi, “estão funcionais mas as cargas nas barcaças estão sendo diminuídas um pouco como medida de cuidado.” (Reuters).
ESTIMATIVA PRÉ-WASDE: Antes dos relatórios WASDE e de produção agrícola de outubro, os analistas esperam uma ligeira redução tanto no rendimento quanto na área plantada, para uma perda líquida de produção de milho de 20,9 mbu (530,86 mil T), em média. A gama completa de estimativas é ver entre uma perda de rendimento de 1,8 bpa e um aumento de 1,7 bpa, com produção variando de 14,95 bbu (379,73 MT) a 15,28 bbu (388,11 MT). Prevê-se que os estoques finais domésticos caiam 73 mbu (1,85MT), para 2.148 bbu (54,56 MT). Na média das estimativas, isso implicaria uma perda líquida de procura, com o carry-in de 68 mbu (1,73 MT) mais reduzido e a produção projetada de 20,9 mbu (530,86 mil T), menor.
ATRASO NOS RELATÓRIOS: O relatório semanal das Inspeções de Exportação e a atualização do Progresso da Safra serão adiados até amanhã em reconhecimento ao Dia de Colombo/Povos Indígenas.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
Apesar da queda do dólar e cenário internacional adverso, B3 têm novo dia de alta.
CAUSAS DA ALTA: Na contramão da moeda americana e do mercado internacional, os futuros de milho fecharam em alta no dia de hoje, alcançando os R$ 69,60 no março/24. O fôlego para a alta dos contratos, novamente, veio de uma expectativa recorde na exportação, onde neste início de mês, foram exportadas 2,34 milhões de toneladas, em um volume médio de embarque de 469 mil toneladas por dia, ou seja, 31,5% acima da média do mesmo período de 2022, que foi de 357 mil toneladas.
OS FECHAMENTOS DO DIA 09/10: Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em alta: o vencimento de novembro/23 foi de R$ 61,22, alta de R$ 0,52 no dia, alta de R$ 1,86 na semana; janeiro/24 fechou a R$ 65,34, alta de R$ 0,73 no dia, alta de R$ 1,87 na semana; o vencimento março/24 fechou a R$ 69,43, baixa de R$ 0,73 no dia e alta de R$ 2,39 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica