FECHAMENTOS DO DIA 10/10: A cotação para dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em baixa de -0,56 % ou $ -2,75 cents/bushel a $ 485,50. A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -0,50 % ou $ -2,50 cents/bushel a $ 501,25.
CAUSAS DA BAIXA: O milho negociado em Chicago fechou em baixa nessa terça-feira. O avanço da colheita e a expectativa de uma safra robusta nos EUA pesaram sobre os contratos. Segundo analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, USDA deverá reduzir na quinta-feira sua estimativa de produção e produtividade no país. Alguns analistas, porém, acreditam que o relatório poderá trazer estimativas maiores de produção e rendimento, disse Steve Freed, da ADM Investor Services. O USDA informou mais cedo que 550.585 toneladas de milho foram inspecionadas para exportação em portos dos EUA na semana encerrada em 5 de outubro, queda de 17,84% ante a semana anterior.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
BRASIL/IBGE/MILHO: A produção nacional de milho foi estimada em 131,7 milhões de toneladas, com crescimento de 19,6% ante 2022. A lavoura de milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, um aumento de 10,1% em relação a 2022. O milho 2ª safra deve totalizar 103,8 milhões de toneladas, aumento de 22,4% em relação a 2022.
GUERRA EM ISRAEL PODE MUDAR INTENÇÃO DE PLANTIO DA SAFRA BRASILEIRA 2023/24: O analista econômico Filipe Kalikoski, do banco cooperativo Sicredi, disse que é importante avaliar o 1º levantamento da safra de grãos 2023/24 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) diante dos eventos recentes no cenário internacional, especificamente a guerra em Israel. “Obviamente, ainda é cedo para apontar os efeitos definitivos da guerra, mas os mercados de commodities de energia, como petróleo e gás natural, bem como fertilizantes, são os mais expostos”, comentou.
Segundo ele, caso ocorra uma escalada de preços do petróleo e/ou do gás natural e dos fertilizantes, é possível que a diferença de rentabilidade entre o milho e o algodão – que já causou uma redução de área de milho e aumento de algodão no 1º Levantamento da Conab – fique ainda maior. “Os custos poderiam ficar mais elevados para o milho (ureia mais cara), enquanto o preço da fibra poderia acompanhar altas do petróleo em virtude da maior competitividade do algodão diante de fibras sintéticas”, explicou Kalikoski. Diante desse cenário, conforme o analista, é possível que ainda ocorra uma mudança de área plantada de algumas grandes culturas, como intensificação da migração de área de milho para algodão, a depender dos desfechos da guerra em Israel e seus efeitos nos mercados de commodities de energia e fertilizantes.
No 1º Levantamento de Grãos 2023/24 da Conab, a estimativa de área plantada de milho caiu de 22,26 milhões para 21,19 milhões de hectares (-4,8%), como reflexo, de acordo com o analista, de margens de lucro muito reduzidas para o milho em 2023/24, com a baixa de preços do grão e custos de produção ainda altos. Segundo Kalikoski, a soja, mesmo com a forte baixa de preços no Brasil em 2023, ainda deve garantir boas rentabilidades em 2023/24 (margens de lucro operacional acima de 35% em muitas regiões). Isso impulsiona um aumento de 2,5% em área plantada, com potencial safra recorde de 162 milhões de toneladas, também aproveitando uma forte migração de áreas de milho.
EUA-SITUAÇÃO DAS LAVOURAS DE MILHO: O USDA informou, no final da tarde dessa terça-feira, uma manutenção na qualidade do milho no comparativo semanal. Manteve em 18% o milho em condições pobre ou muito pobre, como na semana anterior, ante 21% do ano anterior. Manteve em 29% o milho em condições razoáveis, como na semana passada, ante os 27% do ano anterior. O milho em boas ou excelentes condições manteve em 53%, como na semana anterior, ante 54% do ano anterior. O USDA ainda informou que 89% das lavouras estão em fase de maturação, ante 82% da semana anterior, 85% do ano passado e acima dos 85% dos últimos 5 anos. A colheita já iniciou em todos os 18 estados listados e alcançando 34% da área plantada, ante 23% da semana anterior,29% do ano passado e acima dos 31% da média histórica.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3 cede à pressão do dólar, que tem dia de queda nesta terça-feira.
CAUSAS DA BAIXA: As altas que se estabeleceram na moeda americana na semana passada tiveram um tom diferente a partir desta semana, devido ao encerramento do ciclo de aumento dos juros nos EUA. A expectativa de o Federal Reserve ter encerrado o ciclo de alta de juros na sua última reunião de política monetária, em março, contribui para as recentes quedas. A pressão também se apresentou do lado internacional, onde no dia de hoje a Bolsa de Chicago apresentou baixas de até 2,75 pontos nos principais vencimentos.
OS FECHAMENTOS DO DIA 10/10: Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa: o vencimento de novembro/23 foi de R$ 60,49, baixa de R$ -0,73 no dia, alta de R$ 0,72 na semana; janeiro/24 fechou a R$ 64,52, baixa de R$ -0,82 no dia, alta de R$ 0,77 na semana; o vencimento março/24 fechou a R$ 68,41, baixa de R$ -1,02 no dia e alta de R$ 1,12 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica