As cotações do milho, em Chicago, continuaram recuando nesta semana, com o bushel do cereal fechando o dia 22 (quinta-feira) em US$ 4,06, contra US$ 4,17 uma semana antes.

Isso ocorreu mesmo com o Fórum Outlook do USDA confirmando um recuo de 3,8% na área a ser semeada com o cereal nos EUA neste ano. A mesma ficaria em 36,83 milhões de hectares, contra 38,28 milhões no ano anterior. Como no caso da soja, a informação mais importante a respeito virá com o relatório de intenção de plantio nos EUA no final de março.

Por sua vez, os embarques de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 15/02, atingiram a 918.610 toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. No total do atual ano comercial os EUA teriam exportado 18,1 milhões de toneladas, ou seja, 32% acima do que foi vendido em igual período do ano anterior.

E no Brasil, os preços do milho se mantiveram estáveis. A média gaúcha fechou a semana em R$ 50,00/saco. Já nas demais regiões brasileiras, os valores oscilaram entre R$ 42,00 e R$ 57,00/saco. Por outro lado, contrariando as estimativas da Conab, que dão conta de uma safra total ao redor de 113 milhões de toneladas de milho no Brasil em 2023/24, a iniciativa privada avança o volume final de 125,9 milhões, já considerando uma redução de três milhões de toneladas em relação à estimativa anterior. Com isso, haveria um recuo de 14 milhões de toneladas sobre a safra anterior. (cf. Safras & Mercado)

Em termos de plantio, o Brasil deverá semear um total de 20,9 milhões de hectares de milho na corrente safra, com recuo de 6,2% sobre o ano anterior. (cf. Safras & Mercado)
Quanto às exportações, nas três primeiras semanas de fevereiro o Brasil embarcou 1,45 milhão de toneladas de milho, representando 64% do total exportado em fevereiro do ano passado. Assim, até o momento, a média diária de exportações está 15,2% acima da registrada em fevereiro de 2023. (cf. Secex)

Dito isso, a Conab, em seu último boletim, informou que a colheita do milho de verão, no Brasil, atingiu a 21,4% do total no final da semana passada, contra 13,9% registrados no mesmo período do ano anterior. Já a segunda safra do cereal apresentava um plantio ao redor de 45% da área esperada, contra 33,3% em igual momento do ano anterior. Os Estados mais avançados na semeadura são Mato Grosso (67,1%), Paraná (40%), Tocantins (35%), Goiás (25%), Mato Grosso do Sul (22%), Minas Gerais (11%), Maranhão (10%) e São Paulo (6%).

Já o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) divulgou que o custo de produção do milho de alta tecnologia, da safra 2024/25, no Mato Grosso, está 5,55% maior do que o registrado no ano 2023/24, ficando em R$ 3.466,67/hectare.

Somente a semente subiu 19,3%. Com isso, o Custo Operacional Efetivo (COE) foi estimado em R$ 4.871,42/hectare, crescendo 8,7% sobre o ano anterior, deixando o ponto de equilíbrio maior do que em 2023/24. Assim, para o produtor mato-grossense de milho pagar o Custo Operacional Efetivo, colhendo 103,9 sacos/hectare (referência da safra 2023/24), é necessário que comercialize o seu milho a pelo menos R$ 46,90/saco. Ora, a médio do preço no disponível, na semana, esteve um pouco acima de R$ 37,00/saco. Uma defasagem negativa ao redor de R$ 10,00/saco.

Enquanto isso, no Paraná o Deral informa que as lavouras do milho de verão, ainda a serem colhidas, estão com 1% ainda em floração, 16% em frutificação e 83% já em maturação. Enquanto isso, 55% da área já foi colhida até o dia 20/02. 64% das lavouras a colher estavam em boas condições, 29% em condições médias e 7% ruins. Em paralelo, as lavouras do milho segunda safra atingiam um plantio de 55% da área prevista. Enfim, no Rio Grande do Sul, segundo a Emater, 58% da área de verão estava colhida até o dia 15/02, contra 45% na média histórica para esta data.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).


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