A segunda avaliação da safra de verão realizada pela Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 812.795 hectares na safra 2023/2024, indicando redução de 1,27% na área cultivada em comparação à safra 2022/2023, que totalizou 823.267 hectares plantados.
As dificuldades enfrentadas no cultivo do milho precoce, devido ao excesso de chuvas na primavera e à resultante elevada umidade, causaram perdas significativas por erosão, lixiviação de nutrientes, aumento de doenças e desafios na polinização.
Esses prejuízos levaram à revisão do cultivo na safrinha por parte dos produtores, que realocaram uma fração da área destinada ao milho para outras culturas. As variações nas cotações dos produtos, ao longo do período, quando houve redução principalmente no milho e na soja, bem como aumento no arroz, também podem ter influenciado as decisões de plantio em áreas marginais, levando à substituição de culturas por aquelas mais rentáveis no momento da semeadura.
Além disso, as adversidades climáticas ocasionaram redução na produtividade inicial, passando de 7.414 kg/ha, previstos antes do plantio, para 6.464 kg/ha, representando diminuição de 12,81% na produtividade. Entretanto, apesar dessa redução, o Estado deverá colher 5.233.591 toneladas do grão, o que representa aumento de 32,32% em relação a 3.955.369 toneladas obtidas na safra passada, que foi profundamente afetada pela estiagem.
CENÁRIO POR REGIÃO
No período, houve prosseguimento na colheita, que alcançou 70% da área cultivada. O baixo volume de chuvas continua prejudicando pontualmente algumas lavouras. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, após novo período sem chuvas expressivas, o potencial produtivo das lavouras na Campanha continua sofrendo prejuízos.
Nas localidades beneficiadas por maiores volumes de precipitações, a cultura apresenta boas condições de desenvolvimento, considerando-se que, além da umidade, a queda nas temperaturas estava impactando os cultivos. Na Fronteira Oeste, em Manoel Viana, as lavouras de milho safrinha estão sob forte pressão de cigarrinha e pulgão.
Em São Gabriel, a área colhida atingiu 50% do total plantado. Os produtores estão colhendo grãos com umidade elevada devido ao ataque de pássaros, especialmente de caturrita. Em alguns casos, a colheita ocorreu de forma tão antecipada que foi apenas possível aproveitar as áreas para silagem, antes que os pássaros arrasassem a cultura.
Na de Caxias do Sul, a colheita está em andamento nas lavouras semeadas no cedo. O rendimento varia conforme as condições de cada área, pois muitas foram afetadas pelas chuvas volumosas na primavera ou por moléstias, que atingiram os híbridos mais sensíveis.
Apesar das perdas ocorridas, a média de rendimento é de aproximadamente 8.000 kg/ha. Na de Ijuí, a cultura está em fase final de colheita. Não houve alteração dos índices de produtividade alcançados até o momento, o que indica redução em relação ao previsto. Na de Pelotas, as chuvas expressivas beneficiaram todos as lavouras da região, repondo a umidade ideal do solo para o desenvolvimento das plantas.
Se as precipitações continuarem ao longo de março, as áreas em fases críticas – florescimento e enchimento de grãos – poderão alcançar produtividades promissoras. Os cultivos de milho estão bem desenvolvidos, e os produtores estão realizando tratos culturais, controle de pragas e adubação nitrogenada em cobertura. As lavouras estão predominantemente em estágio de granação ou de enchimento de grãos (34%), de florescimento (30%) e de desenvolvimento vegetativo (24%). A maturação abrange 7%, e 5% foram colhidos.
Na de Santa Maria, o plantio da safrinha foi concluído. As lavouras de milho, que são mais sensíveis à falta de chuva, foram afetadas pelas chuvas irregulares. Em algumas áreas, não choveu por 15 dias durante o período de floração. Além disso, o ataque de cigarrinha tem sido um problema, pois causa a transmissão de patógenos e a consequente queda na produtividade. Mesmo com controle químico e biológico, em São Vicente do Sul, foi detectada presença de cigarrinha em algumas lavouras.
Na de Soledade, segue a colheita manual do milho do cedo em áreas declivosas. O retorno da chuva tem contribuído para a recuperação da performance dessas lavouras, que recebem manejo adequado de tecnologias, proporcionando plantas vigorosas e de boa estatura, consequentemente gerando produtividades positivas. Quanto aos tratos culturais, a aplicação de adubos nitrogenados em cobertura está em fase final nas lavouras com semeadura tardia, e continuam os tratamentos para lagarta-do-cartucho e cigarrinha-do milho.
Entre as fases da cultura 14% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 16% em florescimento, 20% em enchimento de grãos, 4% em maturação (fisiológica e de colheita) e 46% foram colhidos.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, teve redução de 4,03%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 52,10 para R$ 50,00.
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Fonte: Emater/RS