A colheita do milho prosseguiu, e as produtividades estão muito satisfatórias, apesar das restrições hídricas em parte do ciclo. Esse desempenho positivo deve-se ao fato de que grande parte das lavouras já havia ultrapassado as fases críticas para a definição dos componentes produtivos. Estima-se que 62% da área tenha sido colhida, e 18% dos cultivos encontram-se em maturação.

As lavouras tardias, ainda em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos (20% da área de cultivo), foram beneficiadas pelas precipitações do período, que ocorreram em volumes superiores a semanas anteriores, contribuindo para a atenuação momentânea das perdas causadas pela estiagem. Além disso, a queda das temperaturas é um fator benéfico nesta fase, uma vez que o calor excessivo havia acelerado indevidamente o ciclo fenológico, gerando redução no acúmulo de fotoassimilados e no índice de área foliar.

O milho de segundo cultivo apresenta boa germinação e desenvolvimento inicial satisfatório. Onde as chuvas ultrapassaram 15 mm, os produtores puderam realizar a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura.

O fluxo de carregamentos para as unidades armazenadoras manteve-se intenso, refletindo tanto a comercialização da safra quanto a necessidade de liberação de espaço para o recebimento da colheita de soja.

Em algumas regiões, houve aumento da incidência de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), especialmente em áreas semeadas em janeiro, o que exige monitoramento e manejo adequado para mitigar possíveis impactos à produtividade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, em Dom Pedrito, o potencial produtivo das lavouras permanece próximo da estimativa inicial, principalmente devido ao predomínio de cultivos irrigados, nos quais os efeitos negativos das condições climáticas foram mitigados.

Na de Caxias do Sul, as primeiras áreas colhidas apresentam bom rendimento e grãos de excelente qualidade. As lavouras foram pouco afetadas, pois a maioria já estava no final do enchimento de grãos, quando o déficit hídrico se intensificou. Em Vacaria, onde são cultivados cerca de 10 mil hectares, a estiagem não ocasionou danos significativos, e a colheita está prevista para iniciar a partir do final de fevereiro, no período adequado. Destaca-se a sanidade das lavouras, que não sofreram danos visíveis causados por cigarrinha, diferentemente de safras anteriores, quando houve forte impacto pelo complexo de enfezamentos transmitidos por essa praga.

Na de Erechim, 10% da área está madura para colheita, e 90% foram colhidos. A produtividade deverá ultrapassar 9 mil kg/ha, e um número considerável de lavouras alcançará rendimentos superiores a 12 mil kg/ha. A produtividade só não está superior devido à escolha de variedades com potencial médio de produção.

Na de Frederico Westphalen, 95% das lavouras foram colhidas. A maior parte da área cultivada, cerca de 80%, já havia definido seu potencial produtivo,sem estresse hídrico. Assim, projeta-se produtividade superior a 8 mil kg/ha para a região.

Na de Ijuí, a área colhida corresponde a 83% da cultivada. A produtividade média obtida é de 8.800 kg/ha, estando praticamente definida, com exceção de algumas lavouras semeadas no final de dezembro e do milho em segunda safra, que ainda dependem das condições climáticas para consolidar seu potencial produtivo. Observa-se presença de cigarrinhas nas áreas de segunda safra, exigindo monitoramento e manejo adequado.

Na de Passo Fundo, 45% das lavouras encontram-se em maturação fisiológica, e 50% foram colhidos. Nesses plantios mais precoces, o potencial produtivo está satisfatório. Já os plantios tardios (5%) estão em fase de espigamento e de enchimento de grãos e tendem a apresentar redução na produtividade.

Na de Pelotas, 20% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 30% em pendoamento; 31% em enchimento de grãos; 3% em maturação; e 16% colhidos. A continuidade das chuvas tem contribuído para a manutenção do potencial.

Na de Santa Maria, em cerca de 30% das lavouras, as produtividades foram boas; já em 40%, os rendimentos foram variáveis. As chuvas beneficiaram os 30% restantes, que estão nos estágios de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, permitindo novas semeaduras.

Na de Santa Rosa, 92% da área foi colhida, e a produtividade média se aproxima de 7.500 kg/ha. Estão 8% das lavouras ainda em desenvolvimento vegetativo. Nas localidades onde as chuvas foram mais volumosas nas últimas semanas, alguns produtores realizaram a adubação nitrogenada em cobertura. Nessas áreas, observa-se a presença de cigarrinhas e, dependendo da localização e das características do solo, sinais de déficit hídrico.

Na de Soledade, as chuvas expressivas beneficiaram os cultivos em fase vegetativa (plantio tardio) e em floração (plantio intermediário). As áreas em fase vegetativa apresentam maior potencial de recuperação, se as precipitações ocorrerem regularmente.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,01%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 67,63 para R$ 67,64.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Emater RS

Site: Informativo Conjuntural 1855

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