A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade estimada inicialmente é de 7.337 kg/ha. A semeadura evoluiu 1%, e a operação ocorreu em pequenas áreas onde houve chuvas pontuais e em áreas em sucessão ao tabaco.

A área semeada alcançou 93% da projetada inicialmente. As lavouras tiveram a situação de danos agravada com a continuidade do fenômeno La Niña, com insuficiência de chuvas e altas temperaturas na maior parte das regiões do Estado.

De modo geral, as perdas são maiores no Centro e Oeste do Estado. As regiões administrativas da Emater/RS-Ascar mais afetadas são: a de Santa Maria, com perdas estimadas em até 50%; a de Frederico Westphalen, 45%; as de Bagé, Ijuí e Santa Rosa, superiores a 30%; as de Erechim e Pelotas, 20%; e as regionais de Lajeado, Soledade e Passo Fundo apresentam redução de rendimento entre 3% e 9%. As de Caxias do Sul e Porto Alegre não foram afetadas.

Outra particularidade nas perdas é que a distribuição irregular das chuvas provocou diferentes resultados em lavouras, até dentro de um mesmo município. As perdas são menores onde houve uma eventual ocorrência de chuvas em volumes significativos e maiores na ausência ou onde ocorreu pequeno índice pluviométrico. Em termos de época de semeadura, as menos afetadas foram as implantadas no cedo, antes do mês de agosto. As plantadas posteriormente apresentam maiores danos, pois os períodos de florescimento e enchimento de grãos coincidiram com períodos críticos de ausência de umidade e altas temperaturas.

Em termos fitossanitários, permanecem os manejos de controle de plantas invasoras, e as pragas – lagarta do cartucho e cigarrinha do milho –, mas estão sendo monitoradas e controladas quimicamente quando necessário.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Rosário do Sul, os produtores retomaram o plantio após as chuvas registradas em 01/01. Nas lavouras com ciclo mais avançado, as perdas já se aproximam de 50% devido ao estresse na fase de crescimento e no início da fase reprodutiva. Em São Gabriel, também foi retomado o plantio, predominando, nesta época, as lavouras de pequenos produtores. A colheita foi iniciada em Manoel Viana, com produtividade próxima a 2.400 kg/ha, confirmando a quebra significativa causada pela estiagem. Em São Borja, a colheita das lavouras chegou a 50% da área cultivada.

Na Campanha, em Hulha Negra, as lavouras concentram-se nas localidades com menor índice pluviométrico. As que estão em fase de floração e em início do enchimento de grãos devem sofrer prejuízos expressivos; já nas em fase vegetativa, o potencial produtivo ainda é satisfatório.

Na de Caxias do Sul, o período foi semelhante ao anterior, com distribuição irregular das chuvas e volumes pouco abaixo do esperado. As lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório e sem perdas significativas na expectativa de rendimento inicial. Nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra a maior área de cultivo, as chuvas apresentam volume e distribuição satisfatórios para as necessidades da cultura.

Na de Erechim, 10% das lavouras foram colhidas, com produtividade entre 1.800 e 6.000 kg/ha, comprovando as estimativas de danos pela estiagem.

Na de Pelotas, a cultura sentiu os efeitos da estiagem de forma mais intensa. A semeadura está suspensa, aguardando melhores condições de umidade nos solos para a conclusão. Em parte dos municípios, as perdas já são estimadas em até 70%.

Na de Santa Maria, a cultura é a mais afetada pela insuficiência de chuvas. É a cultura com maiores perdas por causa da estiagem, estimadas a 50% em média na produtividade, variando entre 40% e 60% nos diferentes municípios da região.

Na de Santa Rosa, com o tempo seco, avançou a colheita para aproximadamente 30% dos cultivos. A operação vem sendo antecipada devido à maturação forçada das espigas, em decorrência das altas temperaturas e dos longos períodos de insolação. Relatos das empresas cerealistas informam o predomínio de grãos com tamanho menor em função da estiagem, mas ainda com classificação comercial. As lavouras semeadas em final de julho, com cultivares superprecoces, apresentaram um regular potencial produtivo, com redução na produtividade entre 10% e 20%. As lavouras irrigadas apresentam perdas entre 5% e 10% em relação à produtividade projetada. Na região, a estimativa geral de quebra supera 30%, e há grande demanda por vistorias de lavouras para encaminhamento de Proagro, já superando 1.300 comunicações de ocorrência de perdas.

Na de Soledade, o estágio predominante das lavouras do cedo é o reprodutivo, com parte em fase de enchimento de grãos e parte em maturação fisiológica, com produção praticamente definida. O quadro geral dessas lavouras é diverso, e em alguns municípios, como Alto Alegre, Campos Borges, Espumoso e General Câmara, as perdas de são elevadas, mas ainda não quantificadas. Na maior parte, as perdas são localizadas e de baixos impactos na produtividade média regional. Em locais que receberam maiores volumes de chuva no início de janeiro, houve prosseguimento na semeadura em resteva de tabaco e feijão.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio cresceu +0,97%, passando de R$ 84,32 para R$ 85,14. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado em R$ 89,00.

Fonte: Informativo Conjuntural, nº 1745 – Emater/RS



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