A cultura do milho deverá apresentar, na Safra 2025/2026, expansão da área plantada para 785.030 hectares, segundo dados preliminares da Emater/RS-Ascar. A produtividade tende a permanecer praticamente estável, em 7.376 kg/ha (variação de -0,03%), resultando em produção estimada de 5.789.995 toneladas, o que representa crescimento de 9,45% em relação à safra anterior, impulsionado pelo aumento de escala, sem prejuízo do desempenho produtivo unitário.
Na Safra 2024/2025, a cultura havia alcançado elevada produtividade de 7.378 kg/ha e produção total de 5.290.051 toneladas sobre uma área de 718.190 hectares, conforme dados do IBGE.
Os principais fatores para esse aumento são: a elevada renda por unidade de área obtida no ano anterior; o fomento estatal em programas específicos; a possibilidade de cultivos sucessivos e manutenção de cotações em patamar superior ao ano anterior, mesmo abaixo dos valores históricos.
A semeadura de milho ocorre de forma diferenciada entre as regiões em função das condições de solo, relevo e regime térmico. As precipitações ao longo de agosto e início de setembro proporcionaram condições adequadas de umidade em grande parte das áreas, favorecendo a semeadura e a emergência uniforme das lavouras. A elevação das temperaturas vem contribuindo para a rápida germinação e para o estabelecimento inicial das plantas. Nas áreas de maior altitude, o avanço da semeadura ocorre em ritmo mais lento em razão do frio residual, característico da transição entre inverno e primavera.
No geral, as lavouras implantadas até o momento apresentam estande apropriado e baixo nível de incidência de pragas e doenças, embora haja relatos localizados da presença da cigarrinha-do-milho no Noroeste do Estado.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ba segundo a estimativa, há 60.288 hectares cultivados, com rendimento projetado de 6.081 kg/ha. Na Fronteira Oeste, o período sem chuvas e as temperaturas elevadas favoreceram a semeadura, permitindo adequada mobilização do solo e emergência uniforme. Em São Borja, dos 22.000 hectares previstos 16.500 foram implantados. Entretanto, em Santa Margarida do Sul, as chuvas intensas (superiores a 200 mm) em 23/08 comprometeram as lavouras recém-semeadas, ocasionando perdas significativas. Foi necessário o replantio em cerca de 150 hectares. Os produtores, em especial aqueles com lavouras vinculadas a financiamentos, priorizaram o replantio imediato, visando ao enquadramento na primeira janela de Zoneamento Agrícola.
Na de Caxias do Sul prevê-se o cultivo de 93.020 hectares, cuja produtividade deve alcançar 7.546 kg/ha. Nas Regiões da Serra e Hortênsias, a semeadura se iniciou nos locais de menor altitude, os quais foram beneficiados pelo aumento das temperaturas e pela umidade adequada do solo. Nos Campos de Cima da Serra, a implantação da cultura deverá iniciar apenas no final de setembro, concentrando-se ao longo de outubro. Já nos Aparados da Serra, a maior parte da área será estabelecida em novembro em decorrência da altitude elevada e das temperaturas mais baixas na região.
Na de Erechim a projeção indica 39.902 hectares implantados e rendimento médio de 8.745 kg/ha. O avanço da semeadura ainda está incipiente, chegando a cerca de 10% da área. As lavouras estão em estágio de emergência inicial. O atraso no plantio decorre do frio tardio, que manteve o solo em temperaturas subótimas para a germinação.
Na de Frederico Westphalen a previsão é de 77.860 hectares cultivados e produtividade de 8.005 kg/ha. O ritmo da semeadura foi intensificado, alcançando aproximadamente 30% da área projetada. A tendência é de aceleração das operações nas próximas semanas, se as condições climáticas permanecerem favoráveis. As primeiras áreas implantadas apresentam boa germinação e apropriada distribuição de plantas.
Na de Ijuí projetam-se 87.048 hectares cultivados e produtividade média de 9.350 kg/ha. A semeadura supera 60% da área prevista. Apesar do avanço expressivo, verifica-se pequeno atraso em relação à safra anterior em virtude das temperaturas mais baixas, ocorridas na primeira quinzena de setembro. Até o momento, apenas 7% das áreas semeadas já emergiram, apresentando estande uniforme e desenvolvimento inicial satisfatório. Em lavouras estabelecidas entre 11 e 20/08, observa-se a emergência de azevém, o que poderá demandar intervenções para reduzir a competição com a cultura principal nos estádios iniciais de crescimento.
Na de Lajeado são esperados 31.266 hectares implantados e rendimento de 5.949 kg/ha, resultando em 186.001 toneladas.
Na de Passo Fundo estimam-se 36.669 hectares cultivados, rendimento de 4.219 kg/ha e produção próxima a 154.707 toneladas.
Na de Pelotas estimam-se 36.669 hectares cultivados, rendimento de 4.219 kg/ha e produção próxima a 154.707 toneladas.
Na de Porto Alegre a previsão aponta 32.785 hectares implantados, e produtividade média de 4.226 kg/ha, resultando em 138.549 toneladas.
Na de Santa Maria a estimativa indica 47.895 hectares de milho e produtividade de 5.959 kg/ha. A semeadura avança em ritmo compatível com o calendário agrícola da região; parte das áreas já foi estabelecida em boas condições de germinação.
Na de Santa Rosa projetam-se 137.501 hectares semeados, sendo a maior extensão no Estado. O rendimento médio esperado é de 8.240 kg/ha. Grande parte das lavouras implantadas na segunda quinzena de agosto estão em fase inicial de emergência, com plântulas no estádio VE a V1. Nas áreas semeadas de forma antecipada, o desenvolvimento inicial está satisfatório. Até o momento, apenas em localidades mais ao norte da região, como em Cândido Godói e Porto Mauá, já há presença de cigarrinha-do-milho em plântulas, o que demanda monitoramento intensivo e início das práticas de controle para evitar a disseminação dos molicutes causadores dos enfezamentos.
Na de Soledade a área prevista é de 69.080 hectares, e a produtividade de 5.409 kg/ha. No Vale do Rio Pardo, cerca de 70% das lavouras foram implantadas no início da janela de plantio, correspondendo a aproximadamente 20 mil hectares. Nesses locais, observa-se germinação e emergência uniformes, assim como estande de plantas adequado. Nas regiões de maior altitude – Centro Serra e Alto da Serra do Botucaraí – a semeadura continua em ritmo mais lento em função das temperaturas mais amenas, mas as condições climáticas da última semana favoreceram a operação. A demanda por projetos de custeio nas instituições financeiras segue elevada, refletindo o interesse dos produtores em ampliar a área cultivada. Atualmente, a região contabiliza 22% da área total prevista já implantada.
Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 1,12%, quando comparado à semana anterior, passando de R 61,68 para R 62,37.
Confira o Informativo Conjuntural n° 1883 completo, clicando aqui!
Fonte: Emater RS