*João C. Braga de V. Barros
O Brasil inicia a safra de soja 2025/26 reafirmando sua posição de liderança mundial na produção do grão. A expectativa é de que haja um aumento de 3,6% na temporada, com uma colheita estimada em 177,67 milhões de toneladas, segundo dados da 13ª edição da pesquisa “Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026”, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa trajetória de crescimento é sustentada fundamentalmente por três protagonistas inseparáveis: o produtor, as obtentoras de genética de soja responsáveis pelos programas de melhoramento, e o multiplicador de sementes.
Se o agricultor é o rosto mais visível da produção, o multiplicador é a base silenciosa que viabiliza o plantio. É ele quem amplia, produz e entrega a semente de soja de alta qualidade fisiológica até a porteira do produtor, garantindo ao produtor não apenas o acesso às inovações em germoplasma e biotecnologias, mas também um conjunto de soluções que incluem o Tratamento de Sementes (TS), fundamental para a proteção inicial da lavoura. Com sementes certificadas, fiscalizadas e de alto vigor, o multiplicador assegura que o produtor brasileiro comece a safra com a confiança de quem tem a melhor tecnologia à disposição. Além de produzir a semente, são guardiões da qualidade e da integridade da cultivar.
O melhoramento genético, outro pilar importante do protagonismo brasileiro da soja, é parte do elo entre o agricultor e o multiplicador. As demandas que o produtor possui em campo, são trabalhadas pelos pesquisadores para o melhoramento genético de cultivares que, associadas à biotecnologia, poderão expressar o seu maior potencial, além de auxiliar nos desafios do campo, seja de pragas e doenças, manejo, clima, solo, entre outros.
Após receber o licenciamento da cultivar por meio da marca de germoplasma de soja (obtentora), o trabalho dos multiplicadores é iniciado e orientado por critérios definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, as empresas licenciadoras estabelecem suas próprias exigências, como o repasse de informações sobre índices de germinação, pureza e vigor das sementes, entre outros requisitos. Cumprindo esses critérios, os multiplicadores garantem ao produtor cultivares melhoradas capazes de agregar valor à lavoura, com biotecnologia e, sobretudo, com qualidade e certificação. A partir desse processo, realizam a produção, a embalagem e a comercialização das sementes.
Uma característica essencial do multiplicador é operar como elo entre a pesquisa em laboratório e a realidade do campo. O multiplicador de sementes e soja não se limita a entregar a semente solicitada: orienta o produtor, apresenta cultivares adaptadas às diferentes realidades regionais e contribui para o correto posicionamento da semente. Em um país de dimensões continentais, cada região apresenta necessidades específicas, o que torna essencial a oferta de cultivares com características próprias, após anos de pesquisas e melhoramento genético. Esse conhecimento técnico é decisivo para que cada cultivar de soja expresse seu máximo potencial produtivo por hectare.
O sistema de licenciamento, que envolve cerca de 88% do mercado de sementes de soja no Brasil segundo a Kynetec, garante que toda a genética de alta performance desenvolvida ao longo de anos de pesquisa chegue às mãos do agricultor por meio do multiplicador. Trata-se de um modelo que respeita a legislação, assegura padrões de qualidade e fortalece a cadeia produtiva, beneficiando tanto quem produz quanto quem consome.
A responsabilidade do multiplicador vai muito além da safra que começa. Enquanto o produtor planta a temporada 2025/2026, o multiplicador já trabalha para a safra seguinte, pensado nos desafios que o produtor deve ter nas próximas temporadas e já avaliando como auxiliá-lo, além de já multiplicar as variedades que estarão disponíveis no próximo ciclo 2026/2027. Essa visão de futuro faz com que a engrenagem do agronegócio brasileiro funcione em ritmo contínuo, permitindo ao país responder rapidamente às novas demandas de mercado, clima e tecnologia.
Neste início de safra, é importante reconhecer que a produtividade e a rentabilidade do campo nascem muito antes do primeiro plantio. Elas começam no trabalho criterioso das marcas de genética que desenvolvem variedades com as inovações biotecnológicas que auxiliam o produtor, nos multiplicadores de sementes, que unem tecnologia, genética, rigor técnico e compromisso com o produtor. Assim, ao lado do agricultor, eles seguem como protagonistas do sucesso da soja brasileira.
*João Carlos Braga de Barros é Engenheiro Agrônomo, Líder Comercial de Licenciamento da Corteva Agriscience para Brasil e Paraguai nas culturas de soja e algodão.
Fonte: Assessoria de Imprensa Corteva




