As lavouras de soja no Estado encontram-se nas seguintes fases: 2% em desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 60% na fase de enchimento de grãos, 23% maduro, e 4% das lavouras foram colhidas. Até o dia 03 de março, a Emater/RS-Ascar recebeu solicitação para realização de 221 perícias de Proagro para a cultura da soja.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, 69% das lavouras estão em enchimento de grãos, 29% na fase de maturação e 2% já foram colhidas. A cultura tem evoluído rapidamente para o terço final do enchimento de grão e maturação. Várias lavouras apresentam coloração amarela devido ao estádio de maturação. A fase atual da cultura é de grande necessidade de água para o enchimento de grãos.

Como as precipitações estão desuniformes tanto em volumes como em relação às áreas atingidas, a cultura da soja tem apresentado grande variabilidade nos potenciais produtivos. As lavouras implantadas em meados de outubro têm resultado baixa produtividade. Nos municípios mais atingidos pela estiagem, as produtividades alcançam entre 15 e 20 sacas por hectare. Nos beneficiados por chuvas regulares, as produtividades giram em torno de 45 a 50 sacas por hectare.

A variabilidade depende do manejo realizado e das tecnologias utilizadas. Os fatores que se destacam para a diminuição de potencial produtivo são a irregularidade das precipitações e o calor excessivo, que têm provocado redução do tamanho do grão e queda prematura de vagens. Isso corre principalmente naqueles municípios onde as precipitações têm sido insuficientes há mais de 60 dias.

Na região de Santa Rosa, a cultura foi implantada na totalidade, estando 5% em desenvolvimento vegetativo, 9% em floração, 75% em enchimento de grãos, 10% em maturação e 1% já está colhido. Novas áreas devem entrar em maturação e ser colhidas ainda na primeira quinzena de março. Grande parte da colheita é esperada para a primeira quinzena de abril, quando as variedades de ciclo médio, implantadas em novembro, alcançarem a maturação. Em geral, a condição das lavouras é satisfatória até o momento.

A redução de chuvas pode levar ao abortamento de vagens e à redução do peso dos grãos, causando prejuízos às lavouras que, até o momento, estão com ótimas condições de desenvolvimento. O estresse hídrico das plantas nas horas mais quentes do dia durante vários dias seguidos afeta o enchimento final dos grãos; consequentemente, haverá menor produção por área. Durante a semana, devem ser executadas as últimas pulverizações de fungicida e principalmente de inseticida nas áreas de ciclo normal, que compõem a grande maioria das lavouras. Está sendo monitorada a presença de percevejos; em algumas áreas, são realizadas aplicações para o controle da praga.

Na de Santa Maria, a maior parte das lavouras se encontra em período reprodutivo, cuja exigência é maior em termos de umidade e nutrientes para a planta. Na ocasião da implantação de algumas áreas, houve problemas de germinação e/ou morte de plântulas, com necessidade de replantios. Nessas áreas, ocorreu desuniformidade e baixo estande de plantas, implicando diretamente no rendimento produtivo das lavouras.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a cultura é plantada mais cedo na Fronteira Oeste e Missões, onde 4% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 90% em estádio reprodutivo (floração e enchimento de grão) e 6% em maturação. Nos municípios ao Sul e no centro da regional, 30% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 70% em floração e enchimento de grãos. Na área central, já há perdas ocasionadas pela estiagem, que poderão ser agravadas.

As aplicações de defensivos são realizadas em pequenas janelas de condições de tempo favorável, devido à sequência de dias com calor associado aos ventos fortes. A produtividade esperada nas lavouras do regional varia de acordo com as microrregiões e os solos, sendo que na Fronteira Oeste, Central e Missões pode-se chegar até três toneladas por hectare em áreas irrigadas com pivô; na Campanha e Sul, chega a 2,5 toneladas por hectare.

Na de Soledade, 75% das lavouras se encontra nas fases de formação de vagens e enchimento de grãos; a ocorrência de chuvas na terça-feira (25) e durante a semana, embora irregulares, atingiram grande parte da região e amenizaram o estresse hídrico da cultura. Apesar disso, os produtores afetados pela estiagem estão solicitando Proagro, principalmente nas lavouras formadas com cultivares de ciclo mais curto e semeadas no cedo, que tiveram perdas elevadas devido à falta de chuva nas fases críticas da cultura. Em geral, o estado fitossanitário é bom, com baixa incidência de doenças devido ao clima seco desfavorável às mesmas. Com relação a pragas, registrou-se de forma pontual a incidência de lagartas, percevejos, tripes e ácaros.

Na de Frederico Westphalen, 5% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 57% na fase de enchimento de grãos, 20% em maturação e 7% das lavouras foram colhidas. Com a volta das chuvas nos últimos dias, a cultura teve uma boa recuperação, principalmente as semeadas a partir de novembro. Até o momento, as áreas mais atingidas pela estiagem são aquelas de solos rasos.



Os produtores finalizam os tratamentos para controle de doenças fúngicas e de pragas, com grandes dificuldades para a realização das pulverizações em decorrência das temperaturas elevadas, da baixa umidade do ar e das condições de estresse hídrico das plantas. A colheita está sendo iniciada em algumas áreas da região, nas quais a produtividade chegou a 3.140 quilos por hectare.

Na de Erechim, 60% da cultura encontra-se em enchimento de grãos, 30% em maturação e 10% delas já foram colhidas. O aspecto geral é muito bom. A produtividade alcançada é de 3.156 quilos por hectare.

Na região da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as chuvas da última semana de fevereiro recuperaram em parte o potencial de rendimento da soja; porém, na maioria das lavouras, há algum prejuízo com abortamento de vagens. Nas áreas mais do cedo, em estágio mais próximo da colheita, a maturação é bastante desuniforme; as lavouras têm apresentado plantas mortas, grãos desuniformes e vagens ainda verdes, porém já sem folhas, indicando grande queda no rendimento e na qualidade de grãos. Os produtores que adotam as técnicas de manejo integrado de pragas não necessitam fazer controle químico de lagartas e percevejos, porque os níveis populacionais seguem muito baixos

Na de Porto Alegre, as lavouras implantadas em Camaquã, Cristal, Tapes, Sentinela do Sul, Barra do Ribeiro, Guaíba, Glorinha, Santo Antônio da Patrulha, Viamão, Capivari do Sul, Palmares do Sul e Mostardas encontram-se em fases distintas, desde desenvolvimento vegetativo até maturação. Ainda não há lavouras colhidas.

Percebe-se na região dificuldades no desenvolvimento da cultura da soja, ocasionadas pela estiagem. As áreas que conseguiram se desenvolver estão em florescimento e enchimento de grãos, justamente as fases extremamente críticas em termos de exigência de água.

Já há sinais de perdas no crescimento das plantas, por aborto de flores e dificuldades de enchimento de grãos. O desenvolvimento está abaixo do normal para o período, conforme o ciclo de cada cultivar. Até o momento, as lavouras estão sadias, sem a presença de doenças e pragas

Na de Pelotas, as lavouras estão predominantemente em enchimento de grãos (46%) e em floração (42%), justamente as fases mais críticas ao déficit de água. As precipitações no geral têm sido insuficientes para as necessidades da cultura. Mesmo que os cultivares sejam de ciclo indeterminado, ou seja, com floração, formação de vagens e enchimento de grãos durante um período bem mais alongado, as perdas de produtividades já acontecem e estão se intensificando.

Sojicultores seguem com o monitoramento e manejo dos percevejos. No monitoramento da ferrugem asiática da soja – através do coletor instalado em Capão do Leão, ainda não foram coletados esporos. Na região toda, não há registros desta doença nem dos demais surtos significativos de pragas e outras doenças da cultura.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 80,00/sc., com aumento de 1,48% em relação à da semana anterior.

Na região de Santa Rosa, a soja foi comercializada a R$ 75,83; em Caxias do Sul, a R$ 79,00 e na região de Ijuí, ao preço médio de R$ 77,05; em Santa Maria, é de R$ 79,03 e na de Porto Alegre, de R$ 84,50. Na região de Bagé, o preço oscilou entre R$ 74,00 e R$ 84,00; em Erechim, é de R$ 82,00 e na de Soledade, R$ 79,00; na região de Frederico Westphalen, a variação foi entre R$ 76,50 e R$ 77,50; na de Pelotas, entre R$ 80,00 e R$ 83,00/sc.

Fonte: Emater/RS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.