A nova estimativa da safra 20/21 de soja foi divulgada pelo Imea nesta segunda-feira. Em relação à área, a expectativa é de que sejam cultivados mais de 10,30 milhões de ha, valor 0,93% acima ao da última estimativa do Imea.
O aumento da previsão é motivado, principalmente, pela capitalização do produtor rural, aliada ao aumento constante dos preços futuros da oleaginosa e a perspectiva de redução de área de algodão primeira safra.
Quanto à produtividade esperada, houve acréscimo de 0,58 sc/ha (1,01%) em relação à última estimativa – agora, a expectativa passa a ser de 58,03 sc/ha de rendimento médio em MT.
Como praticamente todos os insumos para a temporada já foram adquiridos, percebe-se que o sojicultor tende a investir mais neste ano para conseguir bons resultados a campo. Por fim, a produção tende a ser recorde: 35,87 milhões de t, volume 1,31% superior ao da safra 19/20.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• A valorização do dólar e a pouca oferta de soja disponível levaram a mais uma alta do Indicador Imea-MT. A média semanal ficou em R$ 148,84/sc, aumento de 5,26% ante a semana passada.
• A insegurança fiscal brasileira e as expectativas quanto à eleição norte-americana impactaram nas cotações do dólar. A cotação média semanal ficou em R$ 5,64/US$.
• A diferença de base MT-CME (que mostra a relação de preço entre MT e a bolsa de Chicago) registrou elevação semanal de 23,88%, influenciada pela forte alta dos preços internos.
• O aumento dos preços do grão também se sobrepôs à valorização dos subprodutos da soja, fazendo com que a margem de esmagamento (Soja/farelo e óleo) recuasse 21,72% na semana.
Cadê a chuva?
A falta de chuva está prejudicando a evolução da semeadura em MT. Até o dia 02.10 os trabalhos a campo alcançaram 1,70% das áreas, valor 4,94 p.p. inferior ao registrado no mesmo período da safra 19/20.
Para se ter uma ideia, em set.20 foram registrados apenas 7,78 mm de chuva no estado (Aproclima/TempoCampo), volume 77,59% menor que a média dos últimos cinco anos.
A consequência disso pode ser percebida nos dados históricos: desde que o Imea começou seu levantamento de semeadura (safra 08/09), apenas em quatro safras o atraso foi semelhante ou maior que o atual.
Os que mais perdem com esta demora são o algodão e o milho (ambos 2ª safra). Porém, é importante lembrar que o produtor é o mesmo (soja + milho e soja + algodão), ou seja, o risco a campo do agricultor está aumentando de qualquer forma. Mas e aí, quando vai chover? De acordo com as previsões, volumes mais consistentes somente a partir do fim desta semana.
Fonte: IMEA